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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Mamas em risco durante o Pré-Natal


 Estudo diz que 60% das mulheres não tiveram as mamas examinadas no pré-natal


Na Semana Mundial de Aleitamento Materno, um estudo apresenta a realidade vivida por diversas mulheres durante a gestação. Boa parcela das grávidas entrevistadas afirmou não terem sido examinadas e também não terem recebido nenhum pedido de exame para as mamas. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia, esses dados representam uma grande preocupação que merece a atenção das autoridades.

         De acordo com o mastologista Anastasio Berrettini Jr., membro da SBM e coordenador do estudo, a pesquisa foi realizada em pacientes de 18 cidades da Região Bragantina, que fica a 40 quilômetros de São Paulo, dentro da maternidade com gestantes e mulheres que acabaram de ganhar o bebê. 

 “Além da maioria não ter a mama examinada, apenas 20% receberam orientações sobre a higiene das mamas, o que poderia diminuir as taxas de mastite (inflamação das mamas) durante a amamentação”, afirma o médico.

         Segundo ele, o levantamento foi concentrado no Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista. “Foram avaliadas 255 pacientes, 92% delas provenientes do SUS e 8% de consultórios particulares”, explica Berrettini, acrescentando que o exame físico adequado das mamas deve compreender: a retiradada blusa, examinar a paciente deitada, palpar as mamas e palpar as axilas.

O Mastologista diz que o estudo também se ateve a esse detalhe. Das que foram examinadas, 85% tiraram as blusas, 81% deitaram na maca e 69% e 95% tiveram as axilas e as mamas, respectivamente examinadas.

No entanto, outro ponto do estudo chamou a atenção do mastologista. Apenas 37, das 255 entrevistadas, receberam orientações sobre aleitamento, algo primordial para as mães. “Vale ressaltar que não são apenas os recém-nascidos que se beneficiam da amamentação. Ela também é fundamental para a saúde das mães e auxilia na diminuição da chance de aparecimento do câncer de mama”, alerta o médico lembrando a Semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 8 de agosto).

Ele enfatiza que as mulheres que amamentam por um período maior do que seis meses têm menos chances de desenvolver a doença devido à substituição de tecido glandular por gordura nas mamas. Além disso, em caso de desenvolvimento de câncer de mama, a amamentação protege contra os tipos mais agressivos do tumor. “A amamentação é uma proteção natural para a mulher”, alerta o médico.

Berrettini aponta ainda outros cuidados que se deve ter durante o período de aleitamento para preservar a saúde mamária, como evitar tudo que possa sensibilizar a região, ou seja, o uso de cremes e pomadas nas mamas – que, por hidratar a pele, as deixa mais sensível às fissuras durante a amamentação. ”Expor as mamas ao sol e ajudar o bebê a mamar da maneira adequada também previnem machucados e a mastite”, indica.

         Por fim, o mastologista afirma que a realização das consultas é o único contato da mulher com o serviço de saúde, momento no qual se devem promover as orientações e cuidados. “Recomendamos o exame clínico das mamas ao menos uma vez por trimestre. A amamentação ofusca o diagnóstico precoce do câncer de mama, portanto o exame delas no período da gravidez é de extrema importância”, conclui.



Agosto dourado estimula o aleitamento materno


 
Oncologista alerta que amamentar protege contra o câncer


Agosto é considerado o mês de conscientização sobre o aleitamento materno e a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde instituíram a semana de 1 a 7 de agosto como a Semana Mundial da Amamentação. O objetivo é incentivar o aleitamento materno e a criação de bancos de leite para melhorar a qualidade de vida de crianças.
 
Em todo o mundo, apenas 38% das crianças são amamentadas.  No Brasil, 41%. Conforme a Organização Mundial da Saúde, a meta global a ser atingida até 2025 é de que pelo menos 50% dos bebês recebam o aleitamento materno até o sexto mês de vida. Um dos avanços, desde o ano passado, para alcançar esta meta, foi a lei sancionada pelo Congresso Nacional, que institui o mês de agosto como o “Mês do Aleitamento Materno”, que passa a ser chamado de “ Agosto Dourado”. 

Segundo Hélio Pinczowsky, oncologista do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, maior centro privado do país na assistência oncológica, com 10 mil atendimentos por mês, estudo publicado sobre mulheres da Comunidade Europeia, sugere que parte do aumento da incidência de câncer de mama se deve a queda na amamentação.

“As evidências de associação da amamentação com proteção, em todas as idades, para o câncer de mama são bastante consistentes. Os pesquisadores também têm sugerido uma relação de redução da incidência de câncer de ovário e endométrio com a prática da amamentação devido a redução da exposição de níveis elevados hormonais que estão ausentes durante a amamentação”, explica o oncologista do Hemomed. 

O médico acrescenta que a amamentação reduz os tumores nos bebês por reduzir o risco de obesidade e consequentemente tumores relacionados a esta situação como câncer de endométrio, mama na pré e pós menopausa, esôfago, cólon e pâncreas.  Além disso, o leite materno fortalece a imunidade, diminui os riscos de alergias e combate a anemia, sendo fator importante na diminuição da mortalidade infantil.

Outro item bem influente é o tempo que as mães amamentam os filhos. A cada cinco meses de amamentação, o risco de a mãe desenvolver câncer de mama diminui em 2%. Estudos demonstraram que quanto maior o tempo de duração da amamentação maior o fator de proteção que essa prática representa para a saúde da mulher, sendo que o tempo mínimo de amamentação acumulada seria de 12 meses.


Câncer de mama é o de maior incidência nas mulheres 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por 25% dos casos novos a cada ano.

No Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, o câncer de mama é o de maior incidência nas mulheres com 300 pacientes em tratamento quimioterápico e hormonioterápico.


  Foto: divulgação


Os riscos das DSTs

As Doenças Sexualmente Transmissíveis, ou DSTs, são aquelas enfermidades contraídas durante a relação sexual, na maioria das vezes sem proteção.

As DSTs podem ser causadas por micro-organismos diferentes e são divididas em três grupos: bacterianas, como a sífilis, gonorreia e a clamídia; virais, como herpes, HPV e o HIV; e parasitárias, como a tricomoníase.

Todas elas oferecem algum risco para a saúde das pessoas. Se não forem tratadas, algumas podem progredir e levar a complicações, como é o caso da sífilis. “Essa DST pode causar problemas cardiológicos e neurológicos. A clamídia e a gonorreia causam inflamação nas trompas e a paciente corre o risco não conseguir engravidar. O HPV propicia o aparecimento do câncer do colo do útero, de vulva, de vagina e de ânus. O herpes, caracterizada por pequenas lesões na pele, caso passe para o recém-nascido através da mãe provoca doenças graves e, muitas vezes, fatais”, explica Adriana Campaner, membro da Comissão Científica de Ginecologia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

As DSTs apresentam grupos de sintomas diferentes. O primeiro grupo tipifica-se pela  presença de úlcera genital, que pode ser dolorosa ou não, secretante ou não e variar de tamanho. O segundo engloba a presença de bolinhas, lesões ou verrugas na genitália. Essas lesões podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variados. Em relação ao terceiro grupo de sintoma, ele se caracteriza pela presença de corrimento. Algumas doenças transmissíveis causam secreções que variam na sua coloração, aspecto e cheiro, provocando ardência, dor e coceira na paciente.

“Muitas pacientes são assintomáticas. Isso é muito perigoso porque se a paciente não sabe que tem a doença, ela pode transmiti-la para o parceiro e não irá procurar o médico”, frisa a médica.

O tratamento das DSTs é feito com base no tipo de agente causador da doença. As bacterianas e aquelas causadas por parasitas são tratáveis com antibióticos. No caso das enfermidades causadas por vírus, não existe remédio porque ele só é eliminado do organismo pelo sistema imunológico do paciente. Nesse caso, é necessário medicamentos antivirais para controlar as crises advindas da enfermidade.

Para prevenir as DSTs é preciso conhecer o parceiro e orientar às pessoas que tenham à orientação sexual de qualidade, que explique a importância do sexo seguro. Também é importante informar à população que existem vacinas contra algumas dessas doenças, como o HPV e as hepatites B e C.

Outra forma é prevenir as complicações. Se a paciente procurar o médico assim que surgirem os primeiros sintomas, o diagnóstico será precoce e o tratamento será iniciado ainda nos primeiros estágios da doença, garantindo maior eficiência.

A médica destaca que as DSTs atingem pessoas de diferentes níveis econômicos, sexos e idade, apesar de ser mais comum em pacientes com menos de 30 anos. “Os jovens, na maioria das vezes, ainda estão na busca de um par fixo, então acabam trocando de parceiros frequentemente. Além disso, eles não usam preservativo em todas as relações sexuais e ficam expostos às doenças”, finaliza Campaner.


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