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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Número de mortes de crianças e adolescentes por acidentes cai 3,91% em 2016


Taxa de redução desacelerou de 2015 para 2016; Sufocação é a única causa que apresenta aumento em 15 anos


Em um ano, o número de mortes de crianças e adolescentes, de zero a 14 anos, caiu 3,91% no Brasil. De 2015 para 2016, os casos de óbitos por motivos acidentais de meninos e meninas dessa faixa etária no país passaram de 3.885 para 3.733, de acordo com os dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde e compilados pela Criança Segura.

Desde 2001, ano em que a Criança Segura passou a atuar no Brasil divulgando a cultura de prevenção de acidentes com crianças como forma de salvar vidas, esse indicador teve uma redução de 39,72%.

Ter menos crianças brasileiras morrendo devido a acidentes é sempre uma excelente notícia, que deve ser comemorada. Entretanto, esses últimos dados divulgados acederam um sinal de alerta para a Criança Segura, pois houve diminuição no ritmo de queda da taxa de mortes por acidentes na infância e adolescência no país. 

“De 2014 para 2015, observamos uma queda de 10% no número de mortes por causas acidentais de crianças e adolescentes. Para 2016, esse índice apresentou um avanço bem menos considerável. É preciso avaliar as causas dessa desaceleração para garantirmos que os óbitos acidentais não voltem a crescer no país, o que seria um grande retrocesso”, comentou Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da Criança Segura.


Aumento dos casos de sufocação é preocupante

Entre os tipos de acidentes que podem acontecer com crianças, a sufocação tem gerado forte preocupação por apresentar aumento constante. De 2015 para 2016, os óbitos por sufocação de crianças e adolescentes de zero a 14 anos tiveram crescimento 2% (passando de 810 casos para 826 nesse período). De 2001 para 2016, o aumento das mortes por esse tipo de acidente entre a população dessa faixa etária foi de 12%.

A sufocação é a principal causa de morte acidental de crianças menores de um ano de idade. Dos 826 óbitos por esse motivo que aconteceram em 2016, 77% dos casos aconteceram com bebês com menos de um ano de vida.

A Criança Segura tem focado seus esforços para divulgar medidas de prevenção desse tipo para toda a população. Recentemente a organização divulgou uma campanha para alertar os responsáveis por crianças sobre o risco de sufocação de bebês durante o sono. Assista os vídeos da campanha “Dormir Seguro”.

Número de mortes por tipo de acidente de crianças e adolescentes de zero a 14 anos:

Classificação
Tipo de acidente
Número de mortes
Trânsito
1292
Afogamento
913
Sufocação
826
Queimadura
209
Queda
183
Intoxicação
74

Outros
236

Total
3733
Fonte: Datasus - 2016


Número de mortes por acidentes de crianças de zero a 14 anos por faixa etária:

Tipo de acidentes
Menor 1 ano
1 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
Total
Trânsito
90
305
352
545
1292
Queda
38
66
42
37
183
Afogamento
21
407
193
292
913
Sufocação
636
108
42
40
826
Queimadura
21
77
44
67
209
Intoxicação
3
43
15
13
74
Outros
25
81
63
67
236
Total
834
1087
751
1061
3733
Fonte: Datasus - 2016


Variação do número de mortes por acidentes de crianças de zero a 14 anos de 2001 a 2016:

Tipo de acidente
2001
2015
2016
Variação 2015/2016
Variação 2001/2016
Trânsito
2490
1389
1292
-6,98%
-48,11%
Queda
315
182
183
0,55%
-41,90%
Afogamento
1518
943
13
-3,18%
-41,02%
Sufocação
736
810
826
1,98%
12,23%
Queimadura
452
221
209
-5,43%
-53,76%
Intoxicação
93
64
74
15,30%
-20,43%
Outros
559
276
216
21,74%
-61,36%
Total
6163
3885
2813
-3,91%
-39,72%
Fonte: Datasus – 2001, 2015, 2016






A Criança Segura
A Criança Segura é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A organização atua no Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide, fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo cirurgião pediatra Martin Eichelberger.

Para cumprir sua missão, desenvolve ações de Políticas Públicas – incentivo ao debate e participação nas discussões sobre leis ligadas à criança, objetivando inserir a causa na agenda e orçamento público; Comunicação – geração de informação e desenvolvimento de campanhas de mídia para alertar e conscientizar a sociedade sobre a causa e Mobilização – cursos à distância, oficinas presenciais e sistematização de conteúdos para potenciais multiplicadores, como profissionais de educação, saúde, trânsito e outros ligados à infância, promovendo a adoção de comportamentos seguros.



Colangite biliar primária atinge mulheres de 35 a 65 anos, mas é pouco diagnosticada


 Sintomas levam pacientes a procurar psiquiatras, dermatologistas ou ginecologistas e patologia não é diagnosticada corretamente podendo levar ao transplante de fígado


Uma doença no fígado pouco conhecida, que geralmente afeta mulheres entre 35 e 65 anos, pode levar a sérias complicações se não diagnosticada a tempo.  Esta doença gera fibrose (cicatrizes no fígado) e pode chegar até cirrose hepática necessitando o transplante. Estamos falando da Colangite Biliar Primária (CBP), uma doença hepática autoimune caracterizada por destruição progressiva dos pequenos canais biliares presentes no fígado.

“A falta do diagnóstico ou a demora para o tratamento da Colangite Biliar Primária pode ocasionar sérias lesões no fígado, fazendo com que o órgão perca sua função e caminhe para a falência completa. Esse processo leva, em média, um período de mais de uma década”, explica Dr. Raymundo Paraná, médico hepatologista, Professor Titular da Universidade Federal da Bahia, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e presidente eleito da Associação Latino Americana para o estudo do Figado - ALEH.

A CBP tem sintomas muito comuns a outras doenças. Inicialmente, pode se expressar como fadiga crônica, algumas vezes confundida com depressão.  Com a evolução, pode aparecer coceira no corpo, principalmente na palma das mãos e planta dos pés.  Como os sintomas não são específicos, muitas vezes o paciente procura diversos médicos, mas o diagnóstico não é realizado tempestivamente. “A fadiga, que é a manifestação mais comum e mais precoce, ocorre em 80% dos pacientes, prejudicando a qualidade de vida e interferindo nas atividades diárias. Já a coceira é o segundo sintoma que mais ocorre, afetando 20% a 70% dos pacientes”, explica o especialista.

Os pacientes podem ainda apresentar ainda depósitos de colesterol na pele e ao redor dos olhos (xantomas e xantelasmas), assim como enfraquecimento dos ossos (osteopenia e osteoporose).

Para detectar corretamente a doença, é necessário que o paciente, especialmente mulheres, realize dois exames de sangue específicos, mas bastante simples: níveis séricos da fosfatase alcalina e a Gama Glutamil Transferase. Estes exames alterados sugerem dificuldade do fluxo da bile.

Quando o médico suspeita de um processo biliar, pode obter ajuda ou referenciar a um hepatologista (especialista em doenças do figado).  Exames como ultrassom, colangioressonância ajudam a afastar outras doenças biliares, enquanto que o anticorpo antimitocondria positivo, praticamente, confirma o diagnóstico de CBP.

“O diagnóstico da doença nas fases iniciais é determinante para um melhor prognóstico, pois permite tratamento medicamentoso da doença e das suas complicações. Por isso é muito importante ficar atento aos sintomas e principalmente mulheres na faixa etária indicada”, finaliza.


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