Para
homenagear o dia internacional de combate à corrupção (9/12) gostaríamos de
reiterar nossa luta pelo fim do político profissional.
É
inegável que necessitamos de políticos mais profissionais (mais preparados,
mais éticos, mais competentes). Mas ao mesmo tempo, também precisamos eliminar
do nosso cenário cleptocrata o político profissional que faz da política um
meio de vida errático.
Tanto
queremos o fim dos políticos que se perpetuam perversamente no poder (sempre
coligados às elites dominantes do dinheiro e da mídia), sobretudo por meio da
corrupção e das negociatas, como desejamos mais profissionalização na política,
isto é, que os políticos durante seus mandatos limitados temporalmente sejam
mais (muito mais) profissionais, honestos e competentes.
Nossa
tese (sobre o fim do político profissional), inspirada em Chico Whitaker, é a
seguinte: M1M e M2M: máximo um mandato para o Executivo (fim da reeleição para
todos os cargos executivos, eventualmente elevando sua duração para cinco anos)
e máximo dois mandatos no mesmo cargo no Legislativo (uma só reeleição).
Trata-se
de uma medida (de uma vacina) saneadora e necessária em países como o Brasil,
que são verdadeiras cleptocracias (cleptos = ladrão; cracia = governo, poder).
A experiência brasileira (cleptocrata) revela que a perpetuação dos políticos
no poder é perniciosa e custa muito caro para a nação.
Não
somos uma democracia verdadeira, somos uma cleptocracia. Quem faz diagnóstico
errado de uma doença, não ministra os remédios certos. Uma coisa é o sonho da
democracia plena, outra distinta é a realidade, a Realpolitik, de Maquiavel.
Enquanto
continuarmos submetidos tolamente à manipulação discursiva das clássicas forças
corruptas e parasitárias (das elites clepto-bandidas) de que já somos uma
democracia, não vamos combater nunca nossas doenças institucionais.
Só
votar a cada quatro anos não significa democracia, que é, sobretudo, o governo
para o povo (não só o governo eleito pelo povo).
Depois
da Lava Jato ninguém mais duvida que nossos governos ladrões estão voltados
exclusiva ou preponderantemente para os interesses das oligarquias dominantes.
O
Brasil é governado por Príncipes de
pensamento medieval, retrógrados. Mais precisamente, pelos príncipes descritos
por Maquiavel no princípio do século XVI, tendo como inspiração, dentre outros,
Cesar Bórgia, que era um crápula humano.
No
princípio do século 20 o Brasil contava com 17 milhões de pessoas; 84% de
analfabetos formais, quase 100% de analfabetos funcionais e 30 anos de
expectativa de vida. Hoje somos 207 milhões, com 8% de analfabetos formais,
cerca de 2/3 de analfabetos funcionais e mais de 70 anos de expectativa de
vida.
O
Brasil melhorou nesses últimos 100 anos? Em vários aspectos, claro que sim, mas
ainda estamos muito longe de ser a nação desenvolvida e próspera que desejamos.
Grande
parte do nosso crescimento segue a dinâmica do câncer (como diz Rubens
Ricupero): há proliferação de células (de instituições, de partidos, de planos
econômicos, de juízes, de mídias), mas muitas são cancerígenas com capacidade
de matar o paciente.
Se
nossas elites dirigentes fossem mais preparadas, se fossem civilizadas e
vivessem sob o império da cultura republicana, já teríamos dado muitos saltos
coletivos de qualidade.
Não
somos subdesenvolvidos por acaso. Nosso câncer institucional se chama
cleptocracia, que é alimentada diuturnamente pelas deploráveis classes
políticas, intelectuais e empresariais perversas, que configuram as castas do
atraso e da absurda concentração de rendas.
Essas
elites clepto-bandidas são as inimigas da nação. É hora de ruptura. Ervas
daninhas devem ser extirpadas do caminho do gigante que se encontra adormecido.
Voto faxina nos corruptos em 2018.
LUIZ
FLÁVIO GOMES - jurista. Criador do movimento Quero Um Brasil Ético.
Estou no F/luizflaviogomesoficial