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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Excesso de exames e medicamentos podem diagnosticar situações que não se tornariam problemas de saúde



Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a necessidade de exames apenas quando há sintomas a serem investigados


Datas comemorativas ou de conscientização têm sido usadas como oportunidade para promover o bem-estar da população através de campanhas que chamam a atenção para determinados problemas de saúde. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) indica que exames solicitados de forma excessiva pelos médicos e também pelos pacientes durante as consultas podem representar um risco a saúde da população.

“A realização de exames de rotina ou check-up, em uma pessoa que não tenha quaisquer sintomas de uma determinada doença, pode em algumas ocasiões levar ao diagnóstico de uma doença que jamais se tornariam um problema de saúde, e indicar tratamento que seria dispensável”, ressalta Daniel Knupp, secretário geral da SBMFC. A essa situação se dá o nome de sobrediagnóstico. Estudos estimam que o sobrediagnóstico é muito comum, podendo chegar a até um terço dos casos de câncer de mama, a mais de 60% dos casos de câncer de próstata e a grande maioria dos casos de câncer de tireoide.

Além disso, Knupp reforça que envolve a necessidade de uma estreita vigilância por parte do próprio médico, uma espécie de controle de qualidade permanente em nome da consciência do dano que poderia fazer, mesmo involuntariamente, a seus pacientes. A prevenção quaternária, um olhar crítico sobre as atividades médicas, com ênfase sobre a necessidade de não prejudicar o paciente, é uma compreensão de que a medicina é baseada em um relacionamento, e que essa relação deve permanecer verdadeiramente terapêutica, respeitando a autonomia dos pacientes e médicos para uma prática médica sem conflitos de interesse.


Na medicina existem quatro tipos de prevenção:
Primária - ação feita para evitar ou remover a causa de um problema de saúde em um indivíduo ou população antes dele ocorrer.
Secundária - atividade realizada para prevenir o desenvolvimento de um problema de saúde desde os estágios iniciais no indivíduo ou população, encurtando o seu curso ou duração.
Terciária - atuação para reduzir o efeito ou prevalência de um problema de saúde crônico em um indivíduo ou população através da diminuição do dano causado pelo problema de saúde crônico ou agudizado.
Quaternária - ação feita para identificar um paciente em risco de supermedicalização, para protegê-lo de uma nova invasão médica e sugerir a ele intervenções eticamente aceitáveis.


Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?
A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.




Metade da população de Curitiba está acima do peso e obesidade na infância é ainda mais preocupante




                            Números da obesidade avançam em 60% apesar de todos os alertas e campanhas, mostrando que há necessidade de envolvimento de toda sociedade   

                         

A obesidade avançou 60% na última década, pulando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. Os números foram divulgados nesta semana, pelo Ministério da Saúde, e fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Realizada em todas as capitais brasileiras, o levantamento envolveu 53,2 mil pessoas acima de 18 anos, entre fevereiro e dezembro do ano passado.

Em Curitiba, mais da metade da população (54,2%) está acima do peso segundo os dados do Ministério da Saúde, que aponta ainda um percentual de 18,9% de obesos na cidade. São considerados acima do peso pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 30, e obesos pessoas com IMC acima de 30 (esse índice é obtido dividindo o peso do paciente pela altura ao quadrado). A pesquisa ainda revelou que 25,9% disseram ter diagnóstico médico de hipertensão e 9,6%, de diabetes.

Hábitos alimentares inadequados e a falta de uma prática regular de atividades físicas têm impactado no aumento da obesidade e na prevalência da diabetes e hipertensão. Os números gerais da pesquisa Vigitel 2016 apontam para um aumento em 61,8% de diabetes; aumento de 14,2% de hipertensão; mais da metade da população está acima do peso recomendado e 18,9% dos brasileiros estão obesos. Por outro lado, a pesquisa também revela uma estabilidade no consumo de bebidas alcoólicas, um aumento no consumo regular de frutas e hortaliças, redução no consumo de refrigerantes e aumento da atividade física no lazer.

"Apesar de todas as campanhas de conscientização e todos os alertas, vemos um crescimento significativo nos números da obesidade e na prevalência das doenças crônicas. Isso revela que é preciso fazer mais, que é necessário um engajamento real de toda sociedade e também mais políticas públicas para controlar a obesidade", afirma a médica endocrinologista Silmara Leite, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional Paraná (SBEM-PR).

Obesidade na infância
O alerta da SBEM-PR, no entanto, é para um fator não revelado nesta pesquisa: o crescimento da obesidade entre as crianças e jovens. "Pelo que estamos presenciando no consultório médico, temos uma perspectiva muito preocupante em relação à evolução da obesidade nessa faixa etária, seja pela previsão da ocorrência de doenças crônicas precocemente e pelo grande número de pessoas que estarão incapacitadas para o trabalho antes da aposentadoria", destaca a presidente da SBEM-PR.

Realizada em 2006, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde apontou que 40,5% das crianças menores de 5 anos consumiam refrigerante frequentemente. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2013, revelaram algo que é fácil de notar nos lares brasileiros: 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas. O resultado dessa ingestão de alimentos ultraprocessados é que uma em cada três crianças brasileiras estão acima do peso, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009), do IBGE. Paralelamente à alimentação inadequada nos primeiros anos de vida, fatores como predisposição genética, pouca atividade física e sono irregular podem contribuir para esse aumento de peso na infância.

Para encontrar a lista atualizada dos Endocrinologistas e Metabologistas do Paraná basta acessar a página da SBEM-PR, no endereço eletrônico www.sbempr.org.br.

 




Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional Paraná | SBEM-PR
E-mail: sbempr@endocrino.org.br
Av. República Argentina, 369, cj. 1101, 11º andar,
Água Verde, Curitiba/PR CEP: 80240-210
Fone: (41) 3343-5338
www.sbempr.org.br| www.facebook.com/sbemparana




40% dos casos de cegueira infantil no Brasil poderiam ter sido evitados, alerta oftalmologista



                                                                                                                                     
O Brasil possui mais de 33 mil crianças cegas. Entenda quais são as causas e como identificá-las
                                


Este mês acontece a campanha "Abril Marrom", que chama a atenção para a importância da prevenção da cegueira, incluindo a cegueira infantil

"No Brasil existem mais de 33 mil crianças cegas e 83 mil com baixa visão. E 40% dos casos poderiam ser evitados ou tratados precocemente. As alterações visuais na infância irão impactar em todos os aspectos do desenvolvimento, assim como na idade adulta, em aspectos sociais e oportunidades ao longo da vida.", alerta Ana Luiza Costa, oftalmologista infantil da Clínica Fares.

Esta é uma realidade não só do Brasil, mas também de outros países. Dados estimam que 1,4 milhão de crianças são cegas no mundo e que 500 mil novos casos de cegueira infantil surjam a cada ano. Desses novos casos, 50% das crianças morrem em um ou dois anos, segundo dados da Lions Club International Foundation.

De acordo com a oftalmologista, muitas causas de cegueira devem-se a alguma doença. Nas crianças as principais causadoras da cegueira irreversível são: Catarata Congênita; Glaucoma Congênito; Retinopatia da Prematuridade e Retinoblastoma. Dentre as causas reversíveis, a mais importante é o erro refrativo (grau) não corrigido.
Essas doenças podem emitir sinais perceptíveis pelos pais ou fáceis de serem diagnosticados em consulta oftalmológica.

"Acredito que outro fator importante no combate à cegueira infantil são as campanhas de conscientização. Debates sobre o tema podem ajudar a população com informação. Os exames também devem ser sempre ressaltados", explica.

O primeiro teste para triagem de doenças oftalmológicas na criança é o "teste do olhinho". Ele é obrigatório no Brasil e, é feito com um aparelho chamado oftalmoscópio.  O instrumento possui uma luz que atravessa córnea, pupila, cristalino e corpo vítreo do olho e reflete-se na retina sem causar qualquer dano aos olhos do bebê.

O resultado em crianças com olhos saudáveis é o reflexo de uma luz avermelhada e contínua. Na ausência de reflexo ou em casos de assimetria, a criança deve ser encaminhada para o oftalmologista para fazer novos exames.

Em bebês com até dois anos de idade, é preciso observar sintomas como fotofobia, lacrimejamento constante, vermelhidão e olhos com cores acinzentadas e opacas. Crianças com essas características também costumam demonstrar pouco interesse pelo ambiente e pelas pessoas que nele estão. Este pode ser um indício de que a criança tenha glaucoma.

Toda criança deveria ser submetida a exame com oftalmologista quando com 1 ano e meio de idade, para avaliação de grau, fundo de olho e movimentação ocular. Este exame auxilia na detecção de erros refrativos assimétricos ou altos, permitindo correção precoce sem prejuízo à visão da criança.
Muitas pessoas acabam não levando a criança pré verbal ao oftalmologista pelo fato de acreditar que para o exame, é necessário saber informar as letras colocadas no painel do exame. Porém, a técnica de exame para crianças pré verbais difere da técnica do adulto e nos permite avaliar aspectos importantes ao desenvolvimento visual da criança.

A realização de exames regulares é importante para a detecção precoce de estrabismo, evitando assim a ambliopia, que é o “olho preguiçoso” causado principalmente pelo estrabismo e pela diferença de grau entre os olhos.
"A ambliopia, se não corrigida até os sete anos, compromete a visão da criança de forma irreversível. A criança pode ou não apresentar sintomas, dependendo do quadro clínico, e por isso os exames de rotina são tão importantes.", conclui.   




Clínica Fares




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