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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Dengue, Zika ou Chikungunya: como diagnosticar com precisão?



SBPC/ML reforça que tanto a solicitação quando à interpretação sejam feitas por um médico habilitado e estejam de acordo com as normas regulatórias vigentes

Casos de Dengue, Zika e Chikungunya devem aumentar no Brasil com a chegada do verão. Por serem causadas pelo mesmo transmissor (Aedes aegypti) e possuírem algumas semelhanças, é comum haver confusão na hora do diagnóstico, ainda mais em períodos endêmicos como os meses de dezembro a março.

Das três, a dengue é a mais conhecida e a que possui vacina. Já o Chikungunya e o Zika, com menos de dois anos de existência, ainda geram dúvidas em relação às formas de contágio, segundo Celso Granato, patologista clínico membro da SBPC/ML.

Ainda não existe um tratamento específico para nenhuma delas e a maior urgência do segmento, segundo Granato, é gerar educação para que os médicos saibam diagnosticar com maior precisão essas doenças, principalmente Zika e Chikungunya que não foram aprendidas na faculdade.

“Muitos não conhecem todas as ferramentas que os laboratórios disponibilizam para auxiliá-los na confirmação do diagnóstico”, diz. Dessa forma, o papel dos profissionais do laboratório passa a ser fundamental para suportar as decisões do médico em relação ao cuidado do paciente.


Regras gerais para o diagnóstico
Atualmente existem duas formas para o diagnóstico da Dengue, Zika e Chikungunya: o exame de sorologia, também conhecido como indireto, e os testes moleculares, que são testes diretos.

Entre os testes indiretos a detecção de anticorpos pode ser feita por diferentes metodologias, tais como o ELISA, Imunofluorescência indireta ou Imunocromotografia (teste rápido). Nestes procedimentos, os anticorpos contra o vírus podem ser detectados após quatro dias de infecção. Porém, é importante ressaltar que as metodologias indiretas podem apresentar resultados falso-positivos devido às reações cruzadas com outros vírus da mesma família, como é o caso do vírus da Dengue e da Febre Amarela.

Por isso, é importante que na interpretação dos resultados seja levada em consideração a sensibilidade e especificidade do teste utilizado, seguindo os parâmetros relatados pelos fabricantes. 

O patologista clínico esclarece, ainda, que o Chikungunya não costuma ter reação cruzada com Dengue e Zika. “A três doenças são transmitidas pela picada do mosquito, mas o Chikungunya é primo da Rubéola”, ressalta.

Já os testes moleculares são testes diretos, também conhecidos como PCR (Polimerase-Chain-Reaction ou Reação em Cadeia da Polimerase) e detectam a presença do vírus no sangue ou na urina do paciente por meio do seu material genético. “O PCR é o teste com maior precisão, porém é mais restrito aos laboratórios de grande porte”, afirma Granato.

O teste sanguíneo é capaz de detectar a doença do vírus nos primeiros sete dias de infecção, caso isso não seja possível, o ideal é realizar o teste de sorologia. No caso específico do Zika, o vírus pode ser detectado em amostras de urina, por PCR, por até 15 dias após a infecção. No entanto, o teste molecular negativo não exclui isoladamente a infecção, sendo necessário realizar a pesquisa de anticorpos no caso de suspeita clínica.

No caso das gestantes assintomáticas em relação às três doenças, a recomendação é realizar o teste sorológico. Se negativo, fica afastada a suspeita da infecção. As gestantes com sintomas devem seguir a mesma orientação das outras pessoas.

As grávidas precisam ficar atentas com relação ao Zika, pois é a única que pode resultar em má formação para o bebê, alerta o patologista. Fora do contexto da gravidez, o Zika já não é tão preocupante.

No caso da Chikungunya, de 30% a 50% dos infectados têm chances de desenvolver uma artrite crônica, o que pode dificultar a mobilidade da pessoa por até dois anos.

A dengue é considerada a mais grave no quesito mortalidade, tendo matado 419 pessoas em 2016. Apesar de ainda ser um número elevado de casos registrados este ano, em torno de 1.399.480, o número de óbitos diminuiu 47% em relação a 2015 (789 mortes).

Pela complexidade da oferta dos exames, a SBPC/ML reforça a importância de que tanto a solicitação quando à interpretação dos exames sejam feitas por um médico habilitado e estejam de acordo com as normas regulatórias vigentes, e que os laboratórios sigam as normas de programas de qualidade laboratorial, como o PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, da entidade.




Diagnóstico tardio: o grande inimigo do combate ao câncer de próstata



Apesar dos avanços nos tratamentos e das campanhas de conscientização, dados mostram que cerca de 20% dos pacientes portadores da doença são diagnosticados em estágios avançados

É fato que o câncer de próstata é o tumor que mais acomete os homens – excluindo os tumores de pele não melanoma. No mês de novembro, quando muitas pessoas são impactadas por campanhas de conscientização sobre a doença, um dado alarmante da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que cerca de 20% dos pacientes portadores de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados – o que pode prejudicar fortemente as chances de cura do tumor.

Doutor Reinaldo Uemoto, urologista do Hospital Santa Catarina, esclarece que “50% dos casos fatais de câncer de próstata podem ser evitados se o tumor for diagnosticado precocemente. Todavia, apesar de as informações sobre a doença e os tratamentos serem difundidas mais rapidamente hoje em dia, o que atenua o pré-conceito sobre o assunto, ainda são registrados números altos de negligência por parte dos homens”.

Embora, de forma geral, a conscientização da população masculina sobre o câncer de próstata tenha evoluído, o especialista ressalta que “como o tumor não possui sintomas pré-definidos, o que dificulta sua percepção, muitos homens que sabem sobre a gravidade da doença não percebem que estão em uma zona de risco”.

O médico alerta que alguns sintomas podem ser percebidos para os homens que estão em fase avançada. “Levantar diversas vezes durante a noite para ir ao banheiro, ter dificuldades para urinar, jato urinário fraco, sentir dor óssea e insuficiência renal são sinais de que o organismo não está bem e merecem atenção especial. Procurar um médico imediatamente é sempre o mais indicado”, explica.
O exame de próstata é indicado para homens acima de 50 anos. Porém, como comenta doutor Uemoto, “há alguns grupos de riscos que são aconselhados a realizar os exames a partir dos 45 anos de idade: aqueles com histórico familiar de câncer, obesos e pacientes negros, que têm maior incidência de ter o câncer que pessoas com a pele branca ou amarela”.

Dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que somente no Brasil a doença é responsável por mais de 13 mil mortes por ano – uma a cada 40 minutos. A entidade ainda estima que em 2016 devem ser registradosmais de 61 mil novos casos de câncer de próstata.



Os perigos de se automedicar



Especialista fala sobre os riscos da automedicação


 A automedicação é vista por muitas pessoas como uma solução rápida para aquela dor ou qualquer outro sintoma que as estão incomodando. Pode ser uma dor de cabeça, muscular, abdominal, e diversas outras perturbações como alergias, ansiedade, cansaço, dentre outros. Como já estão acostumadas a sempre tomar o mesmo remédio, então, quando pressentem o sintoma indesejado, vão até a farmácia e compram os medicamentos sem prescrição recente.

 “O remédio que achamos que é o certo para nosso alívio pode até resolver no momento, mas também pode trazer uma série de outras complicações no futuro. Isso porque, se você não é um profissional da saúde, não conhece as especificidades de cada medicamento e as necessidades do organismo quando está com alguma dor ou doença” explica Dra. Patrícia Filgueiras dos Reis, que atende pelo Docway.

Para o especialista, quando fazemos uso frequente do mesmo medicamento, o organismo pode criar resistência ou dependência daquele determinado remédio. Além disso, nem sempre conhecemos a causa do sintoma. “Às vezes uma dor comum pode ser algo mais sério e precisar de um tratamento específico. Por isso a importância de consultar um médico antes de comprar qualquer medicamento”, comenta. É claro que devemos, se o soubermos tomar algumas medicações sintomáticas numa situação repentina. Por exemplo, se tivermos um pico febril ou uma dor de cabeça isolada, devemos tomar o analgésico/antitérmico que estamos habituados a usar nestes casos e observar a evolução do quadro. Se os sintomas persistirem, aí devemos buscar atendimento e avaliação médica adequada.

Outro problema são aqueles remédios que camuflam os sintomas, mas não curam a doença, como por exemplo, alguns fármacos usados para rinite E anti-inflamatórios em geral. Segundo o médico, é comum que as pessoas façam uso desses medicamentos achando que estão resolvendo o problema, quando na verdade ele pode estar piorando e tendo os seus sintomas atenuados.

E a lista de problemas quanto à automedicação não para por aí. Às vezes, um remédio pode cortar o efeito de outro. “Isso acontece com alguns tipos de antibióticos e anticoncepcionais. varia de caso para caso, mas pode acontecer do primeiro medicamento inibir o efeito do segundo, que é de uso contínuo”, analisa.
Por isso, é imprescindível consultar um médico quando sentir qualquer dor ou perturbação recorrente ou persistente, e não fazer uso de remédios continuamente sem orientação. As consequências podem ser mais sérias do que imaginamos. 



 
Docway


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