Pesquisar no Blog

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Exame de toque e PSA devem ser feitos anualmente por homens acima dos 50 anos




O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 61 mil novos casos da doença e quase 14 mil mortes somente este ano. Ainda assim, o índice de sobrevida desse tipo de câncer chega a 96% e se apoia fortemente no diagnóstico precoce. Daí a importância de campanhas como Novembro Azul – que estimula homens com mais de 50 anos a fazerem anualmente exames de toque e PSA.

Para a investigação de câncer de próstata, o exame de toque não oferece altas taxas de sensibilidade quando realizado isoladamente. Por outro lado, quando associado ao exame PSA (antígeno prostático específico), a dupla oferece 92% de acerto no diagnóstico. Por isso é tão importante conhecer em detalhes esse exame laboratorial. Quanto maior o nível de PSA no sangue, maior também é a chance de o paciente ter câncer de próstata. De acordo com o médico urologista e ultrassonografista Leonardo Piber, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, é fundamental que homens entre 50 e 75 anos se submetam a esse simples rastreamento todos os anos. 

“Pesquisa realizada em nosso serviço mostrou casos de pacientes com exame de toque alterado, ou seja, evidenciando nódulo, mas que apresentavam um PSA dentro dos limites de normalidade. Nestes casos, a ultrassonografia transretal confirmou a presença do nódulo e a biópsia diagnosticou câncer. Isso ressalta a extrema importância do exame de toque. Sabemos que o habitual é ocorrer alteração do PSA, mas há casos em que isso não acontece. Essa pesquisa foi apresentada no Congresso Sul Brasileiro de Urologia em junho deste ano”, diz Piber.

Conhecer os fatores de risco para o câncer de próstata contribui muito para evitar negligência ou alarmismo, garante o médico. “A maioria dos casos acontece por volta dos 65 anos, mas a investigação diagnóstica deve acontecer entre 50 e 75 anos. Quando há parentes diretos que já enfrentaram a doença, é recomendado iniciar os exames anuais mais cedo, a partir dos 40 anos. Trata-se também de um tipo de câncer particularmente agressivo para homens obesos ou com uma dieta rica em gorduras”. 

Piber afirma que, quando a análise do sangue detecta alteração importante, normalmente o médico do paciente solicita novos exames de imagem para eventualmente diagnosticar o câncer de próstata em fase inicial, já que a doença oferece boas chances de cura quando tratada logo no começo. “O PSA é uma proteína encontrada em grandes quantidades no sêmen e em pequena quantidade no sangue, mas é o suficiente para indicar quando há risco. Pode acontecer de o nível de PSA estar alto por conta de alguma inflamação ou infecção, ou ainda pelo aumento benigno da glândula prostática. Daí a importância de o médico fazer o toque retal e encaminhar o paciente para exames de imagem, considerando idade, histórico familiar, medicamentos de uso contínuo e até mesmo determinados suplementos que afetam o tamanho da próstata”.

Quando o toque retal e o nível de PSA apontam para o câncer de próstata, Leonardo Piber diz que outros exames costumam contribuir para chegar a um diagnóstico preciso, como o ultrassom transretal e a biópsia. “A ressonância magnética também costuma ser empregada para sabermos a localização exata do tumor, bem como se ele se espalhou pela próstata”.  Independentemente dos exames que serão realizados, o médico chama atenção para o fato de que inicialmente a doença costuma ser assintomática, ou seja, não apresenta sintomas relevantes. Mesmo assim, o paciente pode começar a sentir dificuldade ou dor ao urinar, urgência em urinar (principalmente à noite), urinar em pouca quantidade e mais vezes, verificar sangue na urina, e sentir dor persistente nas costas ou nos quadris.

“Em casos mais graves, quando o câncer de próstata atinge outros órgãos, o paciente também pode ter dor nos ossos, fraqueza generalizada, perda de peso sem motivo aparente, anemia e falência renal. Por se tratar de uma doença com ótimo prognóstico quando diagnosticada e tratada logo no início, é importante que os homens levem a sério os exames preventivos, principalmente essa dobradinha entre toque retal e exame de PSA assim que atingem a meia-idade”, adverte o médico especialista.




Fonte: Dr. Leonardo Piber, médico urologista e ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo (www.cdb.com.br ) e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.


Rubéola na gestação pode cegar o bebê



 Contrair rubéola durante a gestação provoca catarata congênita, maior causa de cegueira infantil. Saiba como evitar.

De tempo em tempo surgem focos de rubéola em vários pontos do país que deixam as gestantes de 'cabelo em pé'. Não é para menos. A doença contagiosa que geralmente surge na infância pode ser contraída na gravidez e provocar más-formações congênitas no bebê. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a contaminação da gestante é a principal causa da catarata congênita. Acontece porque muitas mulheres  desconhecem se são imunes ao vírus que causa a doença, o rubivírus. 

O especialista afirma que imunidade só é adquirida após a segunda vacina. A primeira é aplicada quando a criança completa um ano. A segunda entre 4 e 6 anos. O problema é que muitas pessoas deixam de tomar a segunda dose e não ficam imunizadas.  Por isso, o médico recomenda que no início da vida sexual toda mulher faça um teste sorológico, disponível na rede pública de saúde, para checar se é soropositiva ao rubivírus. Em caso de não estar imune deve tomar a vacina. Isso porque, se contrair rubéola durante uma gestação, o vírus atravessa a placenta e provoca alterações nos tecidos do feto em formação. Os sistemas mais atingidos são o cardíaco e nervoso, incluindo os olhos. Significa que além da catarata congênita, a doença também pode causar no feto surdez, retardamento mental, malformação do globo ocular (microftalmia) e até interromper a gestação.


Sem sintomas
Queiroz Neto afirma que o maior desafio da rubéola entre gestantes é a falta de sintomas em 80% dos casos. Só em 20% das pessoas surgem pequenas manchas vermelhas na pele, febre, dor nas articulações e aumento dos gânglios. Por isso, é comum mulheres confundirem algum mal-estar da rubéola com gripe. “Só ficam sabendo que tiveram a doença durante a gestação quando o bebê nasce com catarata”, comenta. Ele ressalta que independente dos sintomas a vacina não deve ser tomada durante a gravidez. Isso porque, é produzida com o vírus vivo e pode trazer complicações para a saúde do feto. 


Sequelas da catarata congênita
O oftalmologista explica que entre crianças ou idosos as características da catarata são idênticas: o cristalino do olho fica opaco e impede que as imagens cheguem à retina, levando à cegueira se não for tratada.

A diferença é que no caso da catarata infantil a visão está em desenvolvimento. Por isso a falta de diagnóstico logo no início pode acarretar outras doenças. Uma delas é a ambliopia ou olho preguiçoso que acontece quando só um olho é atingido pela catarata. “O esforço visual para enxergar com o olho de melhor visão anula o desenvolvimento do outro”, afirma.  Outras seqüelas oculares que podem estar associadas à catarata congênita são: nistagmo (movimentos não coordenados dos olhos), estrabismo (desalinhamento dos olhos), fotofobia (aversão à luz) e dificuldade de fixação do olhos. 


Diagnóstico
Queiroz Neto afirma que o diagnóstico da catarata congênita é feito através de um exame barato e indolor. Trata-se do teste do olhinho, que deve ser realizado logo que o bebê nasce e está em vias de se tornar obrigatório em todo o país. É feito com um oftalmoscópio, espécie de lanterna com a qual o médico joga luz sobre o olho do bebê. Quando a luz emite um reflexo vermelho contínuo significa que o olho é saudável. Se o reflexo for descontínuo ou não for emitido indica catarata congênita. 


Tratamento
O oftalmologista diz que a cirurgia com implante de uma lente intraocular que substitui o cristalino opaco também é indicada no tratamento da catarata infantil. O procedimento, comenta, deve ser só feito quando o bebê completa três meses. Isso porque, proporciona melhor recuperação da função visual e pode induzir ao glaucoma se for realizado antes .

Ele destaca que o comprometimento dos pais é essencial para que a criança tenha boa visão.  Isso porque, é necessário estimular o desenvolvimento da visão e ter acompanhamento com um oftalmologista a cada 3 meses após a cirurgia. 





VÍCIOS: PREJUÍZO NA VIDA SOCIAL E PROFISSIONAL



 
Vício, seja ele químico (provocado por droga, álcool, tabaco e até medicamento) ou comportamental (jogo, compras, sexo ou internet), se caracteriza por uma compulsão, ou seja, um ato sem controle por parte da pessoa, muitas vezes percebido como um ato indesejado.

O vício (ou dependência) apresenta três aspectos: o desejo intenso (“fissura” ou “craving”) pelo elemento do vício; a abstinência, com sintomas como ansiedade; agitação; irritabilidade devido à falta do elemento do vício; e tolerância, quando a pessoa precisa de doses cada vez mais altas (ou atos cada vez mais intensos ou frequentes) para obter a mesma sensação de prazer.

A pessoa pode se viciar em algo quando, ao experimentar o elemento (tomar uma droga, jogar), o cérebro ativa um circuito neuronal chamado “sistema de recompensa”. A estimulação repetitiva deste circuito retroalimenta o desejo de estimulá-lo, gerando o vício.

Aspectos psicossociais e culturais podem influenciar o comportamento da pessoa viciada (dependente), perpetuando o círculo vicioso da dependência, seja química ou comportamental.

Os princípios gerais do tratamento de vícios são parecidos. A primeira conduta é obter a “abstinência”, o que não é fácil, pois a síndrome de abstinência gera uma sensação de total desconforto pela falta do elemento. A vontade incontrolável de tê-lo novamente pode fazer com que ele o busque a qualquer custo, se não estiver 100% empenhado no tratamento.

Nos primeiros dias da privação, a pessoa pode se sentir ansiosa, inquieta, insone, depressiva e irritável. Se os sintomas de abstinência (química) forem muito intensos, é possível que o médico indique medicações para aliviar o mal-estar ou até mesmo uma internação em uma clínica especializada (que dará segurança ao dependente e apoio 24 horas por dia). O período mais difícil de abstinência dura cerca de semanas, até que a pessoa esteja “desintoxicada”.

Abordagens psicoterápicas são utilizadas para auxiliar o dependente a lidar com a ausência do elemento do vício. A psicoterapia pode ajudá-lo também a entender a origem do vício, como lidar com os fatores que podem ter gerado este problema e quais alternativas adotar para se livrar do vício. É importante que os familiares se envolvam com o tratamento, que participem das orientações e/ou que façam psicoterapia familiar, que ajudará a própria família a entender melhor o problema e a lidar com o dependente da forma mais acolhedora possível.  



Prof. Dr. Mario Louzã - médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)


Posts mais acessados