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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Ouça a voz das crianças



A defesa e proteção dos direitos das crianças são alguns dos principais pilares das nações democráticas mundo afora e nem poderia ser diferente. A garantia de sociedade mais justa, equilibrada e evoluída começa a ser construída mais cedo do que imaginamos. Após ouvir individualmente pequenos de 7 a 12 anos na pesquisa A Voz das Crianças, essa foi uma de nossas principais constatações.

Na infância são estabelecidos valores que guiarão os pequenos nas tomadas de decisão na maioridade, daí a importância de “livrá-los de toda forma de violência, exploração, crueldade e opressão”, como garante a Constituição brasileira. As crianças, assim como todo e qualquer grupo da sociedade, não deveriam ser subestimadas, mas, contraditoriamente, durante séculos foram tratadas sem muita relevância, como se estivessem à margem da opinião social. A elas cabia apenas obedecer, sem que lhes fosse dada a devida atenção sobre seus interesses e desejos.

Felizmente, essa construção social mudou e, hoje, sabemos o quanto todos os públicos são importantes e não devem ser ignorados. Cada nicho, cada segmento, cada fase do indivíduo é identificada e tratada de forma diferenciada. Com esse recorte, a pesquisa buscou responder o que, de fato, as crianças têm a nos dizer, e já adianto que há muita coisa.

Quando paramos para ouvi-las, identificamos uma visão de mundo própria e bem desenvolvida. Obviamente que a construção desta visão, é composta de todas as informações que recebe, e referencias como  pais, avós, amigos, redes sociais, ídolos e professores. O interessante é observar que a criança tem efetivamente valores e opiniões próprias, algo que deve ser considerado pelas marcas.

Elas não só têm opinião a respeito dos mais variados temas, como o dia a dia na escola, administração das mesadas, sexualidade, tecnologia, alimentação, política e convívio familiar, mas têm propostas de mudanças que merecem atenção. Quando perguntadas o que fariam se fossem presidente, por exemplo, 82% sugerem melhorias ligadas às condições de vida da população, respeito e dignidade.

O dinheiro é valorizado, mas há outras coisas mais importantes na vida delas, como valores colaborativos de ajuda ao próximo, seja ele um parente ou pessoas com necessidades. Identificamos essa característica quando perguntamos o que as crianças fariam se ganhassem na loteria. Expressivos 87% responderam que ajudariam idosos, crianças carentes e animais, além dos familiares e amigos.

Identificamos também que para os pequenos a tecnologia é a forma de interação e inserção delas no mundo atual. A exemplo dos adultos, ligados aos meios de comunicação e às redes sociais desde que acordam até a hora de dormir, as crianças não fogem à regra. Os nossos adultos do futuro usam e valorizam cada vez mais  conexões móveis sem amarras ou limites, O acesso à internet via desktop tradicional ainda existe, mas o uso de computadores tende a minguar nas próximas gerações. Não à toa, metade das crianças já tem celular com internet. No grupo de 11 e 12 anos, esse número alcança 71%.

Os pequenos de hoje são altamente empoderados e sua opinião passa a contar cada vez mais no contexto familiar, social e econômico. Tanto é que o nível de influência deles na escolha da marca de seu celular já totaliza 48%, ou seja, têm forte poder de decisão sobre o que consumir. Não menos relevante, sua relação com o meio ambiente é muito forte. A valorização da convivência harmônica entre as diferenças sociais, em um mundo mais sustentável também são ingredientes que refletem na forma como experimentam a realidade.

Mais do que evidenciar com uma lupa os diversos interesses dos futuros adultos, a pesquisa A Voz das Crianças deixa um convite à reflexão. Ao mesmo tempo em que os pequenos deixam de ser apenas decorrência de uma sociedade que impõe ideias maduras e inflexíveis acerca de tudo, e passam a vivenciar um contexto mais amplo e complexo, fica a questão sobre que  rumo tomarão esses valores que estamos vendo hoje entre esses jovens de 7 a 12 anos.

Terão espaço para crescerem de forma positiva? Serão substituídos por valores negativos? O quanto, nós, adultos, estamos preparados para olharmos para a realidade como eles fazem: sem a divisão tipicamente adulta de mundo “virtual x real”? O quanto estamos preparados para efetivamente orientá-los sobre o “certo e errado” no uso de tecnologias, por exemplo? O quanto estamos preparados para orientá-los sobre sexualidade, racismo, bulling, descaso a minorias, se entre os adultos estes ainda são temas que parecem engatinhar? O quanto às marcas poderiam contribuir para a construção de adultos íntegros, justos, colaborativos e realizados? Que causas e propósitos essas marcas apropriarão para gerarem ressonância com a visão de mundo destas crianças?


Naira Maneo



Relatório sobre medidas anticorrupção é apresentado na Câmara dos Deputados



Avanço na punição dos corruptos depende de mobilização da sociedade, diz Dallagnol


A comissão especial que analisa medidas de combate à corrupção (PL 4850/16) esteve reunida nesta quarta-feira, em Brasília (DF), para apresentação, discussão e votação do relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Enquanto isso, em Curitiba, o procurador federal Deltan Dallagnol, responsável pelo comando das investigações sobre a Lava Jato no âmbito do Ministério Público Federal, falou sobre o projeto para líderes do setor de distribuição de energia.

Segundo Dallagnol, o avanço no combate à corrupção não deve ficar restrito ao trabalho das autoridades envolvidas no esclarecimento e punição dos crimes. “O engajamento de toda a sociedade é que vai ser determinante para que se possa mudar as leis para endurecer a responsabilização dos culpados e garantir o cumprimento de penas rigorosas pelos delitos que praticaram”, afirmou o procurador, durante o XXII SENDI (Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica).

Iniciativas como a Operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de pagamento de propinas a partir da Petrobras e desvios para abastecer campanhas eleitorais, ajudam a reforçar o debate sobre mudanças na vida política e social do país. No entanto, Dallagnol reforça que, “assim como vem fazendo no caso da Lava Jato, a sociedade precisar continuar cobrando essas mudanças para garantir uma reforma política que combata o excesso de partidos de aluguel, compra de apoio parlamentar e os financiamentos privados irregulares de campanha. Se não produzirmos mudanças sistêmicas, vamos voltar ao estado original”, alertou.

Dallagnol afirmou que a coleta de mais de dois milhões de assinaturas em apoio ao projeto “10 Medidas de Combate à Corrupção” já é um exemplo prático de como a sociedade pode participar, pressionando o Congresso Nacional pelas mudanças. “A mudança vai começar quando a sociedade usar seu poder efetivo e deixar o papel de vítima e assumir o papel de comandante da nossa história”, ressaltou.

O procurador reforçou que cada pessoa também deve fazer sua parte fora e dentro das empresas, ao desenvolver a cultura do “não”, quando enfrentar situações de corrupção. “Precisamos incentivar os funcionários a dizer não. Não importa o grau de pressão, o indivíduo sempre tem o poder do não. A mudança não pode vir apenas de cima, ficar repetindo que a culpa é só dos políticos e das autoridades. A mudança precisa começar agora, com cada integrante da sociedade”, declarou o procurador, que apresentou uma informação de que a corrupção no Brasil drena cerca de R$ 200 bilhões por ano e que, até agora, a probabilidade de punição, nesses casos, é de 3%. “São recursos que poderiam estar sendo usados para financiar uma saúde melhor ou uma educação de qualidade para gerar mais oportunidades na vida dos brasileiros”, destaca.

Ainda no mesmo evento, o coordenador do Comitê de Ética da Copel, Antônio Raimundo dos Santos, reforçou que o combate ao ilícito deve começar a partir das pequenas corrupções praticadas no cotidiano de nossas vidas. “A questão ética não é o país ou as empresas, mas nas pessoas que circulam nesses lugares. Que tipo de brasileiros nós queremos ser? Já dizia um político nos anos 1970: um país mal educado não tem ética. Isso me parece uma verdade”, afirmou Santos. De acordo com o representante da Copel, “uma sociedade melhora quando as pessoas têm disposição de cumprir um contrato, ter vontade de seguir uma regra que é comum a todos”. Essa mentalidade só funciona na prática quando a maior parte de uma população assim deseja. “Um grande contingente de cidadãos faz uma sociedade melhorar quando se tem convicção ética e não apenas medo ou respeito de se respeitar regras, leis ou valores”, afirmou Santos.

No debate, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), José Augusto Araújo de Noronha, afirmou que a categoria, assim como os demais integrantes de uma sociedade têm a obrigação de cuidar da ética. “Os advogados são verdadeiros defensores da democracia e da ética”, afirmou o líder de classe. Segundo Noronha, a OAB-PR tem o Tribunal de Ética e Disciplina mais rigoroso do país. O grupo que investiga os abusos praticados pelos operadores do Direito já suspendeu 562 advogados e, neste ano, excluiu outros 16. “O que queremos é separar o joio do trigo. Não é possível ser condescendente com aqueles que não atuam com ética”, disse Noronha.





Sobre o SENDI
Realizado desde 1962, o SENDI – Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica é considerado o maior evento do setor na América Latina. Ao longo de 22 edições, realizadas em 13 cidades diferentes, já reuniu mais de 25 mil participantes, além de presidentes da República, governadores, ministros de Estado e representantes das maiores distribuidoras públicas e privadas do País. Parâmetro no processo de modernização do setor e na apresentação de inovações da área, o SENDI já teve ao longo de sua história a exposição de mais de 3,5 mil contribuições técnicas e mais de 200 diferentes temas abordados. A última edição do evento aconteceu de 7 a 10 de novembro de 2016, em Curitiba.


Sobre a Copel
A Copel é responsável pela distribuição de energia para cerca de 4,5 milhões de clientes de 393 municípios do Paraná – além de Porto União, em Santa Catarina. Eleita a melhor distribuidora de energia do Brasil na Pesquisa Abradee 2015, a Copel administra 190 mil km de redes de distribuição, possui 2,8 milhões de postes e 361 subestações, com potência instalada de 10,5 mil megavolt-ampère (MVA). A empresa conta com postos de atendimento espalhados por todos os municípios da área de concessão. Para a comodidade do cliente, a Copel oferece uma grande variedade de canais de atendimento, como aplicativo para smartphones e tablets, agência virtual, e-mail, chat e call center (0800 51 00 116).


Sobre a ABRADEE
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) é uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos. A história da Associação teve início com a criação do Comitê de Distribuição (CODI), em agosto de 1975 e, posteriormente em 1995, com a constituição jurídica da instituição. São 40 anos de dedicação ao desenvolvimento do setor de distribuição de energia elétrica brasileiro. A Abradee reúne 51 concessionárias de distribuição de energia elétrica - estatais e privadas - atuantes em todas as regiões do país e que juntas são responsáveis pelo atendimento de 99,6% dos consumidores brasileiros. Sediada em Brasília, presta serviços de apoio às suas associadas nas áreas técnica, comercial, econômico-financeira e institucional.




O impacto da transformação digital: do e-commerce para a eleição nos EUA




O mundo foi surpreendido pela vitória do candidato Donald Trump na eleição dos Estados Unidos. A maioria absoluta das pesquisas apontava a vitória da candidata do partido Democrata, tornando o resultado inexplicável à luz dos modelos preditivos utilizados. Em alguns casos, a disparidade foi exagerada como o indicador do jornal The New York Times, que apontava na véspera da eleição, a probabilidade de 84% na vitória da candidata Hillary Clinton.

Há algumas semanas, a mesma surpresa aconteceu – talvez em menor intensidade – quando o candidato a Prefeito de São Paulo, João Dória, foi eleito ainda no primeiro turno.

O que está acontecendo com as pesquisas? Elas deixaram de ser instrumento de avaliação confiável?

Vivemos um momento de intensa transformação de nossas vidas pela evolução tecnológica. Nossa percepção sobre os fatos é influenciada por uma série de fatores instantâneos não existentes há alguns anos. Os modelos preditivos precisam ser atualizados, pois se tornaram obsoletos frente a esta nova realidade. Novas variáveis e novas premissas de modelagem precisam ser consideradas. Além disso, a capacidade de processamento de informação evoluiu tanto que se tornou viável o tratamento de uma quantidade absurda de dados em frações de segundos. Os novos modelos podem ser mais assertivos à luz desta capacidade, mas também precisam ser atualizados com novas informações influenciadas pela realidade e opinião da sociedade.

A Ciência dos Dados, disciplina recente para tratamento e análise de informações em larga amplitude e escala, se propõe a tratar este desafio, avaliando uma infinidade de dados oriundos das mais diversas fontes possíveis e cruzando informações para identificar novas relações explicativas e preditivas. Tudo isso com dinâmica de atualização e refinamento constante.

Os negócios digitais demandam e se beneficiam do uso desta tecnologia. A Ciência dos Dados já é uma disciplina utilizada em várias empresas, sendo que os profissionais nesta área são altamente disputados. Nas vendas online, por exemplo, modelos analíticos usando “Data Science” trabalham com múltiplas variáveis de natureza diferente, como dados da navegação do consumidor: de onde ele veio antes de chegar ao site da loja; para onde foi; se comprou; como pagou; se não comprou, a partir de onde saiu da loja; dados geofísicos do cliente; tipo de acesso (mobile, desktop, tablet); browser utilizado; sistema operacional e até mesmo dados circunstanciais como: qual o clima do momento da compra e local do potencial cliente (se está chovendo e qual a temperatura)... São apenas alguns exemplos da infinidade de informações possíveis de análise para uma simples navegação online.

Os modelos preditivos para qualquer propósito precisam considerar este novo ambiente digital, onde o custo de processamento de dados cai em velocidade exponencial e a dinâmica de influências e tendências se transforma com frequência não observada anteriormente, devido à interação frenética das pessoas usando dispositivos móveis, mídias, canais sociais e digitais.

Donald Trump venceu e foi surpreendente. A indicação desta vitória foi perdida entre dados não tratados por modelos de análise ultrapassados.






Gastão Mattos - Com experiência de mais de 20 anos na indústria de pagamentos eletrônicos, Gastão Mattos foi diretor na Credicard entre 1990 e 1995, vice-presidente de marketing da Visa por mais de 6 anos, presidente da M-Cash de 2006 a 2011 e fundou a consultoria GMATTOS Projetos de Marketing, empresa responsável desde 2002 por  desenvolver projetos com foco no e-commerce como negócio.  Graduado em Engenharia e com pós-graduação em Engenharia de Produção, ambas pela Escola Politécnica da USP, foi presidente da Câmara Brasileira de Comércio (www.camara-e.net) entre 2003 e 2005. Desde 2011 é CEO da Braspag, empresa do grupo Cielo e líder em soluções de pagamento para e-commerce na América Latina.


Sobre a Braspag
Empresa do grupo Cielo, a Braspag é líder no desenvolvimento de soluções para processamento de pagamentos (gateway de pagamentos), conciliação, antifraude, virtualização e checkout com certificação de segurança PCI DSS 3.1 e ISO 22301 que fortalece a governança corporativa e garante a continuidade dos negócios. Possui presença direta nos principais países da América Latina e conectividade nos Estados Unidos por empresa do mesmo grupo. No Brasil, tem como clientes as principais empresas de comércio eletrônico, oferecendo soluções inovadoras, confiáveis, seguras e com o melhor custo-benefício do mercado. Além disso, a Braspag é a única empresa do setor que está formalmente comprometida com o Pacto Global da ONU, mantendo suas estratégias alinhadas aos princípios relacionados aos Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Contra a Corrupção.

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