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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Os cuidados no consumo do sal que você precisa saber





Cardiologista e nutrólogo do HCor, Daniel Magnoni, apresenta o decálogo do consumo do sal que ajudam a proteger contra doenças cardiovasculares; alimentos processados e industrializados são os grandes vilões 


No Brasil, em média 22,3% da população adulta é hipertensa. A pressão alta afeta cerca de 19,5% das mulheres e 25,3% dos homens e esse número aumenta progressivamente com a idade, chegando a 46% após os 75 anos ou mais. Em indivíduos com predisposição genética e estilo de vida inadequados, a hipertensão surge mais cedo e com características de maior resistência ao tratamento.

A hipertensão – nome dado ao aumento excessivo da pressão arterial, responsável por infarto, acidente vascular cerebral (AVC), além de afetar os rins – é uma doença multifatorial que se desenvolve dependendo da integração de fatores genéticos e ambientais. Hábitos de vida saudáveis, mesmo com a predisposição genética, podem fazer com a doença não se manifeste.

Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do HCor - Hospital do Coração, em São Paulo, explica que a recomendação mundial de ingestão de sal é de 5 gramas por dia. Porém, atualmente, o brasileiro consome o dobro – cerca de 12 gramas diárias. “Quando consumido em excesso, a concentração de sal no sangue se eleva. Para manter o equilíbrio, o organismo precisa de mais água, fazendo com que o volume sanguíneo aumente e eleve a pressão arterial”, explica.

Controlar os fatores de risco bem como evitar o consumo em excesso de alimentos processados e industrializados, que apresentam alto teor de sal, aliado à prática de atividades físicas e uma alimentação à base de frutas, verduras e legumes, de acordo com o cardiologista do HCor, são algumas medidas importantes a serem adotadas no dia a dia. Mas ele ressalta: “As medidas educacionais são as mais eficazes”.

Sal x sódio
A principal fonte de sódio na alimentação é o sal. Uma das principais funções, quando adicionado aos alimentos, é realçar o sabor. “O sal, utilizado para o preparo das refeições ou para temperos. O elemento nocivo é o sódio – presente em quantidade excessiva em embutidos, queijos, conservas em salmoura e refeições prontas. Esses alimentos são considerados os maiores responsáveis pelos desequilíbrios da pressão arterial”, alerta o nutrólogo do HCor.

Decálogo do consumo do sal
Atividade física, dieta com pouco sal, ricas em potássio, evitar o consumo exagerado de álcool e tabaco, e manter o peso adequado, são medidas comprovadamente eficazes no controle da hipertensão. Abaixo, Dr. Magnoni elenca os dez passos que podem ajudar no dia a dia.

1- Atente-se à quantidade de sal adicionado para o preparo dos alimentos ou quando tempera saladas, por exemplo;

2- Mantenha o saleiro longe da mesa durante as refeições;

3- Observe no rótulo dos produtos industrializados a quantidade de sódio;

4- Não exagere na quantidade de sal utilizado em carnes para churrasco;

5- Evite alimentos enlatados e envidrados, pois contém alto teor de sal para a conservação do produto;

6- Fique longe de alimentos embutidos;

7- Substitua o refrigerante por sucos naturais, pois ele também possui sal em excesso;

8- Água mineral, principalmente as com gás, contém sal natural ou utilizado para oferecer maior sabor aos consumidores;

9- Os pães, principalmente o tipo francês, possui sal para o preparo;

10- Controle o consumo do shoyu, ele contém muita concentração de sal.

Xerostomia: o que é, quais são os 12 sintomas e como tratar






Palavra de origem grega, xerostomia é uma combinação de xeros, que significa seco, com stoma, que é boca. Ou seja, trata-se de “boca seca” – condição que se caracteriza pela diminuição da produção salivar. Fisiologicamente, a salivação começa a diminuir a partir dos 30 anos. Aos 60 anos, a pessoa tem metade da saliva de um jovem. O problema é que todos precisam de saliva para digerir os alimentos, limpar a boca e controlar a população de bactérias, evitando infecções. De acordo com o cirurgião-dentista Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), a queda no volume de saliva produzido pela boca acaba dificultando a deglutição e diminuindo a resistência bucal. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, essa condição pode resultar, inclusive, na perda dos dentes.

“A síndrome da boca seca pode ser fisiológica ou indicar algumas doenças sistêmicas, acelerando o aparecimento de cárie, infecção bucal e, principalmente, gengivite. Além de comprometer a saúde bucal do idoso, acaba interferindo na saúde em geral e em sua qualidade de vida, porque o paciente naturalmente passa a comer menos e ingerir apenas alimentos macios ou líquidos. Esse ciclo vicioso precisa ser interrompido”, alerta Cerri.

De acordo com o especialista, a ‘síndrome da boca seca’ tem 12 sintomas muito comuns e que podem ser facilmente identificados – apesar de não precisar ocorrer todos ao mesmo tempo para caracterizar o problema:

1.      Sensação pegajosa na língua;
2.      Língua avermelhada, áspera ou seca;
3.      Sensação ruim na garganta, como se fosse um pigarro;
4.      Feridas nos cantos da boca;
5.      Fissuras nos lábios;
6.      Ardência lingual;
7.      Mau hálito;
8.      Sede frequente;
9.      Dificuldade ao falar;
10.  Rouquidão;
11.  Secura nas vias nasais;
12.  Dor de garganta.

Cerri afirma que, além do processo de envelhecimento, uma das causas mais comuns são os efeitos colaterais de determinados medicamentos para tratar depressão, ansiedade, obesidade, dor, alergia, asma, incontinência urinária, mal de Parkinson etc. Também pode se tratar de um desdobramento de determinadas doenças, como diabetes, anemia, fibrose cística, hipertensão e artrite reumatoide, entre outras. “Não podemos descartar outras causas, como desidratação e danos ao sistema nervoso, principalmente após traumas ou cirurgias. Mas outra causa muito comum é o fumo. O fumante passa muito tempo respirando pela boca enquanto fuma, e isso acaba agravando o quadro”.

Ao identificar um ou mais sintomas, o paciente deve reportar o problema imediatamente ao médico. Só assim poderão ser providenciados ajustes nas dosagens das medicações ingeridas diariamente ou até mesmo sua substituição. “É importante que as pessoas mantenham uma excelente higiene oral. Além de prevenir contra a maior parte das doenças bucais, escovar bem os dentes, fazendo uso do fio dental diariamente, poderá ajudar na prevenção da xerostomia. Ingerir bastante líquido ao longo do dia e adotar uma alimentação rica em alimentos com alto teor de água também é indicado para a maioria das pessoas, principalmente para o idoso”, diz Cerri – lembrando que essa rotina controla os efeitos da boca seca durante as refeições e evita que a pessoa passe a comer menos e a ficar com a musculatura oral enfraquecida.


Prof. Dr. Artur Cerri - diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) – www.apcd.org.br

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