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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Celular pode aumentar fadiga visual





Pesquisa do IBGE mostra maior acesso à internet pelo celular que exige mais esforço visual. Saiba como tornar a tecnologia uma aliada.

No Brasil o acesso à internet pelo celular já ultrapassa o computador. É o que mostra pesquisa que acaba de ser divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O dispositivo é usado por 80,4% dos 36,8 milhões de lares que participaram do levantamento. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, que já realizou três estudos sobre a influência da vida digital na saúde ocular, a mudança de mídia pode aumentar a fadiga visual ou síndrome da visão no computador. Isso porque, explica,  quanto menor a tela, maior é o esforço visual. Além disso, comenta, muitas pessoas colocam o equipamento bem mais próximo dos olhos do que quando fazem a leitura de impressos. Resultado: Os olhos trabalham mais para enxergar tão próximo e ficam mais cansados. Os sintomas da síndrome elencados pelo oftalmologista são dor de cabeça, visão embaçada e ressecamento dos olhos.  Estudo realizado por Queiroz Neto com 1,2 mil pessoas mostra que o desconforto atinge 75% dos que usam internet fixa.  Não é para menos. As telas eletrônicas dificultam manter o foco porque as imagens e textos são formados por pixels que têm o centro mais brilhante que as bordas  .


As principais dicas do especialista para evitar a fadiga visual são:
Ø  Independente da mídia,  evite o uso em locais muito iluminados. Além de contrair as pupilas, diminui o contraste dos celulares.
Ø  Mantenha o celular a uma distância mínima de 30 cm e o monitor a 60 centímetros.
Ø  O celular deve ficar 45% cm abaixo do olho e o monitor entre 10 a 20 cm.
Ø  Olhe para um ponto distante de 5 a 10 minutos a cada hora de navegação.
Ø  Aumente o tamanho das letras, regule a tela com o máximo contraste e pouca luminosidade.
Ø  Mantenha a tela do monitor ou celular sempre limpas
Ø  Evite o ofuscamento não posicionando o monitor ou celular de frente para janelas.
Ø  Lembre de piscar voluntariamente quando usar internet fixa.
Ø  Quem passou dos 40 e tem presbiopia deve usar óculos apropriado para o computador. Muitos não utilizam.

Miopia
Para Queiroz Neto o uso intensivo do computador e outras mídias também está por traz do aumento da miopia no mundo todo. Isso porque, estudo conduzido pelo médico em que participaram 360 crianças de 6 a 9 anos que passavam até seis horas ininterruptas utilizando o  computador, 21% apresentaram dificuldade de enxergar de longe, contra 12% para esta faixa etária apontado pelo CBO (Conselho  Brasileiro de oftalmologia). Na infância a vida digital muito intensa  causa miopia acomodativa, uma dificuldade temporária de enxergar à distância. Está relacionada ao esforço para enxergar de perto e pode ser revertida com mudança de hábitos.
Para evitar a miopia acomodativa a recomendação para crianças é descansar de 20 a 30 minutos a cada hora de uso do computador, videogame, celular ou outra tecnologia.

Perda do sono
Outra dica do oftalmologista para tornar a tecnologia uma aliada é evitar o uso noturno de qualquer tipo de mídia. Isso porque, todas emitem luz azul que prejudica a produção da melatonina, hormônio responsável pela indução ao sono. A falta de sono, observa, tem uma correlação com doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e queda da imunidade. Como se não bastasse, também agrava a síndrome do olho seco e  pode causar queda da visão noturna porque dificulta a regeneração da rodopsina, uma substância sensível à luz presente na retina. O segredo, portanto, é ter disciplina.

Cancelamento: pague para entrar, reze para sair





No Brasil, ninguém é obrigado a ficar associado a nada. Ou seja, se você contratou algum serviço, fornecido ao longo de meses ou anos, você pode pedir seu desligamento imediato a qualquer momento. Essa situação pode ser alterada em casos específicos como, por exemplo, na contratação de um “pacote de fidelidade”, onde o consumidor fica atrelado (por força de um contrato) por um tempo determinado, a um serviço, e recebe em troca o pagamento de uma mensalidade menor. Fora situações explícitas em um contrato, se você quiser sair nada pode te impedir.

Entretanto, o que estamos presenciando hoje, no Brasil, é que as grandes empresas, em muitos casos, estão abusando do consumidor quando este busca cancelar um serviço. Aproveitando-se de uma jurisprudência ainda tímida ao estipular valores de danos morais pequenos, com medo da criação de uma “indústria do dano moral”, alguns fornecedores têm criado mecanismos para tentar constranger ao máximo o consumidor para que ele não se desvincule de um serviço contratado, transformando um ato civil simples num martírio para milhões de pessoas.

Não é incomum perdermos horas (e até dias) tentando cancelar um serviço de internet, telefonia celular, TV por assinatura, etc. É uma verdadeira “tortura emocional” esse procedimento adotado pelos grandes fornecedores.

Em primeiro lugar, a opção de cancelar o serviço quase nunca está no site das empresas. Você é então levado a efetuar ligações demoradas para call centers onde, em muitos casos, você é empurrado para vários setores diferentes, que buscam negociar reduções, mesmo quando você só quer sair.
É um processo desgastante pedir o cancelamento do serviço, pois várias pessoas ficam tentando fazer o consumidor voltar atrás, quando ele só quer cancelar o serviço. O curioso é que para contratar o atendimento é rápido, mas para sair é um caos. Não é incomum as ligações “caírem” e você ter de reiniciar o suplício de novo, e de novo.

Então, fique atento com isso e se você deseja cancelar um serviço tenha muita paciência. Os obstáculos no caminho serão muitos. Dê preferência a usar emails ou sala de atendimento online (imprima as telas nesse caso) para se proteger contra eventuais abusos. Não trate ninguém com grosseria, afinal o empregado está apenas cumprindo ordens da empresa, mas seja assertivo, firme e educado. Insista que apenas deseja cancelar o serviço e não deixe o assunto mudar. 

Seja firme. E que a sorte esteja do seu lado, pois aqui no Brasil é assim, um desrespeito e um martírio para o consumidor. Se houver dificuldades excessivas, junte toda sua documentação e procure os órgãos de defesa do consumidor (defesa coletiva), ou advogados para analisarem a viabilidade, no caso concreto, de uma ação judicial, inclusive por dano moral.


Lélio Braga Calhau - Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do Podcast "Educação Financeira para Todos". www.educacaofinanceiraparatodos.com

Os perigos da amamentação cruzada





Casos como o da inglesa que por questões de saúde foi impossibilitada de continuar amamentando seu bebê e por isso fez um apelo na internet que conseguiu mobilizar três amas-de-leite, despertam a atenção para a importância dos perigos da amamentação cruzada. Contraindicado formalmente pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação cruzada, como é conhecida a prática de mães que amamentam filhos de outras que apresentam alguma dificuldade com o aleitamento, traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças, infecto-contagiosas, a mais grave, Aids. A pediatra do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Marlene Roque Assumpção esclarece as principais dúvidas sobre o método e aconselha o que a mãe deve fazer caso tenha algum problema para amamentar o filho.

Quais são os perigos da amamentação cruzada?
O perigo é o bebê ser contaminado por uma doença infecto–contagiosa, como a Aids, que é uma doença crônica grave e ainda sem tratamento absoluto, sem cura. Por exemplo, se uma mãe tiver hepatite B em atividade, e doar leite a outro bebê, que não tenha ainda as doses da vacina suficientes (ou seja, não está totalmente imunizado), ela poderá passar a doença para a criança, através do leite materno, em caso de sangramento do mamilo  por trauma mamilar.

Quando a amamentação cruzada foi contraindicada?
Com o advento da Aids, a partir de 1985, a amamentação cruzada começou a ser contraindicada. Hoje, a contraindicação formal pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é para o HIV e o HTLV . Se a mãe tiver um desses dois vírus não poderá amamentar. Neste caso, o seu filho terá que ser alimentado conforme indicação do pediatra, conforme a idade que ele esteja.

O que a mãe deve fazer caso não consiga amamentar?
A primeira orientação é buscar ajuda junto ao seu médico, pediatra ou a unidade onde teve o seu filho. Caso não consiga nenhum auxílio, a mulher pode procurar um Banco de Leite Humano (BLH). No Rio, nós temos 17 bancos e no Brasil, 218. Então, há uma disponibilidade muito grande para ajudá-la.

Qual a diferença do leite do banco de leite para o leite de outra pessoa?
A diferença fundamental do leite do Banco de Leite Humano para o leite doado diretamente por uma outra mãe é que no BLH o leite é tratado, pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença.

Quais são os outros benefícios da amamentação, além de evitar doenças?
O leite materno é uma substância viva, adequada às fases de vida do bebê. A mãe de um prematuro, por exemplo, terá um leite específico para um bebê naquela faixa etária. Se o bebê estiver com   alguma infecção o leite materno vai produzir mais defesas para combater àquela infecção. O organismo da mulher entende que precisa liberar mais anticorpos, mais células, mais defesas, para proteger esses bebês e combater a infecção a qual está acometido.

As vantagens do leite materno são inúmeras, tanto para a mãe quanto para o bebê. Além de unir mãe e filho, evita a introdução precoce, de alimentos alergênicos.

Qual o conselho que você dá às mães que estão com dificuldade de amamentar?
Para saber o que está causando essa dificuldade, a mãe deve procurar um profissional de saúde que possa ajudá-la ou procurar um BLH. A família ou a mãe sozinha provavelmente não dará conta. Por mais que uma mãe tenha tido experiência boa em uma amamentação, em outra gravidez, pode não ter na atual. Cada bebê é diferente. Nem os gêmeos univitelinos são iguais.  

Há um medo nas mães do leite ser fraco. Isso pode acontecer?
Isso é um mito. Não existe leite fraco, o que existe são momentos em que a mãe pode estar produzindo menos leite, mas por falta de estímulo adequado. Ainda pode ocorrer de o bebê estar mamando muito o leite anterior, ou seja, ele mama um pouco em um peito e logo troca de lado. Não esvaziar a mama, pode não saciar a criança, que fica sempre chorando e querendo mamar muitas vezes.  Isso deixa a nutriz angustiada e insegura. Desse modo, nunca chegará ao leite final, que tem maior teor de gordura, fazendo o bebê engordar e dá saciedade, possibilitando mais tempo entre uma mamada e outra. O leite anterior é ótimo, é necessário, mas tem um teor de calorias menor.

Com a preocupação atual com a Zika, a mãe que tiver suspeita de ter o vírus deve parar de amamentar?
Não se deve interromper o aleitamento materno e nem a doação de leite porque não há evidências de que esse vírus seja transmitido pelo leite para o bebê. A mãe deve continuar amamentando ou doando leite mesmo estando doente. Inclusive, ela estará passando anticorpos, que são as defesas do bebê. O colostro, que é aquele leite da primeira semana de vida é um leite diferente, específico, com teor alto de anticorpos. Todos os anticorpos que a mãe tem no organismo de todas as doenças que ela foi acometida durante a sua vida, serão passados para o bebê através do leite.  Chamado de primeira vacina do bebê. O primeiro leite da mãe que está amamentando um bebê prematuro é ainda mais importante, pois tem todos as defesas para o seu bebê, que é mais frágil.

Em caso de dúvidas, procure o Banco de Leite Humano do IFF, de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h, ou entre em contato com o SOS Amamentação pelo telefone 08000-26-8877.

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