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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quais as complicações da cirurgia de catarata?






Quando ocorrem complicações decorrentes da cirurgia de catarata, a maioria delas são menores e podem ser tratadas com sucesso com medicamentos ou com uma cirurgia adicional


As complicações da moderna cirurgia de catarata são poucas. A cirurgia de catarata é um dos procedimentos cirúrgicos mais frequentes, seguros e realizados no mundo todo. De acordo com a Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa (ASCRS), 3 milhões de americanos são submetidos à cirurgia de catarata por ano, com uma taxa de sucesso global de 98% ou mais. Além disso, um estudo recente com mais de 200.000 beneficiários do Medicare (sistema de saúde americano) que foram submetidos à cirurgia de catarata, entre 1994 e 2006, revelou que 99,5% dos pacientes não tiveram complicações operatórias graves e o risco de complicações graves diminuiu com os avanços em ferramentas e técnicas cirúrgicas.

No entanto, no Brasil, as últimas notícias sobre um mutirão de catarata mal sucedido, no estado de São Paulo, assustaram a população. Conversamos com o  oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares, que lançou, recentemente, o livro Cirurgia de Catarata com Femtosegundo, CICAFE, pela editora Cultura Médica, visando esclarecer dúvidas e temores sobre o procedimento.

Segundo Centurion, “ao longo dos anos, a cirurgia de catarata foi um dos procedimentos médicos que mais evoluiu no mundo. Prova disso é que há algumas décadas a cirurgia era realizada sob anestesia geral e o paciente permanecia internado por cerca de cinco dias. Com muita sorte, após o procedimento, ele ainda usaria os famosos óculos ‘fundo de garrafa’. Durante muito tempo, nós, oftalmologistas modernos, desfrutamos da fusão de todas as tecnologias e de todo o conhecimento acumulado por diversas culturas e passamos a dominar a técnica do que denominávamos ‘moderna cirurgia de catarata’. Em 2013, tudo o que estava consolidado no campo do conhecimento da cirurgia de catarata mudou, exigindo muito mais habilidade e conhecimento científico do cirurgião e mais atenção do paciente na escolha do método a ser usado”, explica o médico.

O cirurgião ocular refere-se à introdução da tecnologia femtosegundo no Brasil, cujo refinamento cirúrgico é a obtenção de um equivalente esférico refracional pós-operatório de + 0,50 dioptrias e um índice de satisfação subjetivo acima dos 95% dos pacientes operados de catarata e/ou cirurgia refrativa intraocular.

No livro, Virgílio Centurion propõe uma reflexão sobre a cirurgia de catarata. “Após a leitura do livro, o oftalmologista deve refletir sobre a adoção e o emprego das novas tecnologias. O femtosegundo se propõe a melhorar o índice de satisfação dos pacientes por meio de aumento da previsibilidade refracional e melhoria da técnica da cirurgia de catarata, buscando maior segurança com índice mínimo de efeitos colaterais. Porém, devemos considerar que é uma tecnologia em evolução inicial, diferentemente da facoemulsificação. Será preciso adotar o femtosegundo ainda na residência médica? Será melhor adotar a tecnologia após adquirir alguns anos de experiência? Em todas as situações, minha recomendação é adotar, aprender, sair da zona de conforto, ou em breve, o próprio profissional pode estar fora do mercado”, defende o médico.

Complicações

Confira, a seguir, a entrevista com Virgílio Centurion sobre os riscos e as complicações da cirurgia de catarata:

01)                       Quais são as complicações pós-operatórias mais comuns decorrentes da cirurgia de catarata?

Virgílio Centurion -  Uma das complicações da cirurgia de catarata mais comuns é uma opacificação da cápsula posterior também chamada de OCP. Embora algumas pessoas denominem a OCP de "catarata secundária", ela realmente não é uma catarata. Uma vez que uma catarata é removida, ela não volta. Durante a cirurgia de catarata, o cirurgião irá remover a lente natural turva do olho (a catarata) e substituí-la por uma lente intraocular (LIO). Grande parte da membrana transparente fina que circunda a lente natural (chamada de cápsula da lente) é deixada intacta durante a cirurgia e a LIO é implantada dentro dela. Quando a catarata é removida, o cirurgião faz todos os esforços para manter a integridade da cápsula do cristalino, e, normalmente, a visão do paciente, após a cirurgia de catarata, é muito clara. No entanto, em cerca de 20% dos pacientes, a parte posterior da cápsula torna-se turva algum tempo após a recuperação da cirurgia de catarata ou mesmo meses mais tarde, causando OCP. A opacificação da cápsula posterior da lente ocorre porque as células epiteliais remanescentes, após a cirurgia de catarata, cresceram na cápsula. Em alguns casos, se progride de forma significativa, a visão pode ser pior do que era antes da cirurgia de catarata.

02)                       E como é tratada a opacificação da cápsula posterior?

Virgílio Centurion – O laser YAG pode tratar a opacidade da cápsula posterior de maneira segura, eficaz e indolor. O procedimento leva apenas alguns minutos e é totalmente indolor; nem desconforto ocorre no pós-operatório. Na sequência de uma capsulotomia YAG, o paciente pode retomar suas atividades normais imediatamente. Ele pode relatar moscas volantes depois do procedimento, mas elas provavelmente vão desaparecer dentro de algumas semanas. Uma vez que o laser YAG remove a zona central da cápsula posterior turva, por trás da lente intraocular, a condição não pode voltar. Assim, o tratamento a laser é necessário para eliminar definitivamente a perda de visão causada pela opacificação da cápsula posterior, após a cirurgia de catarata.

03)                       Outro exemplo de complicação da cirurgia de catarata são as lentes intraoculares  mal posicionadas ou deslocadas. Por que isso ocorre?

Virgílio Centurion – Se a lente intraocular se deslocar, a acuidade visual do paciente pode diminuir substancialmente. Mas como uma lente intraocular pode se deslocar ou ficar mal posicionada? Na maioria das cirurgias de catarata, a lente intraocular é colocada no interior do "saco capsular", que contém a lente natural turva ou a catarata do olho. Os oftalmologistas fazem todas as tentativas para manter a integridade do saco capsular de modo que a lente intraocular possa ser posicionada corretamente no seu interior. Mas o saco capsular é extremamente fino - aproximadamente a espessura de uma única célula vermelha do sangue - e, por vezes, pode romper-se ou quebrar-se. Além disso, o próprio saco capsular pode se deslocar devido à fraqueza ou quebra das fibras que o seguram no lugar, resultando em uma condição conhecida como diálise zonular. Esta condição coloca o implante ocular em risco de mau posicionamento ou de luxação do implante. Mesmo sem complicações subjacentes, as lentes intraoculares ainda podem se deslocar, especialmente se um dos "braços" elásticos que prendem a lente no lugar está posicionado incorretamente dentro do saco capsular ou se torna mal posicionado mais tarde. Quando um implante de lente intraocular é mal posicionado ou deslocado, o cirurgião de catarata pode reposicioná-lo num segundo procedimento. Em alguns casos, o implante deve ser costurado no lugar ou outro tipo de lente deve ser implantada. Se o deslocamento da lente intraocular ocorre após uma cirurgia de catarata recente, o reposicionamento da lente deve ser feito em breve. Isto  porque os implantes começam a "cicatriz", no lugar, cerca de três meses depois da implantação original e pode tornar-se muito mais difíceis removê-los, se decorrido muito tempo. Se o paciente teve um implante intraocular mal posicionado ou deslocado, suas chances de um bom resultado na sequência de um segundo procedimento são boas, se o cirurgião agir prontamente. Um estudo recente da Clínica Mayo com dados de mais de 14.000 cirurgias de catarata, realizadas entre janeiro de 1980 e maio de 2009, revelou que o risco de deslocamento de uma IOL, após uma cirurgia de catarata é muito baixo: após 10 anos da cirurgia, o risco cumulativo foi de 0,1%; aos 20 anos, foi de 0,7%; e aos 25 anos, foi de 1,7%.

04)                       Outras potenciais complicações da cirurgia de catarata variam de inflamação ocular à perda da visão. O risco de perda de visão grave é muito raro e pode ocorrer como resultado de uma infecção ou hemorragia no interior do olho. Há como prevenir esses problemas?


Virgílio Centurion –  Sim.  Para prevenir qualquer processo infeccioso em uma cirurgia de catarata algumas medidas devem ser levadas em conta antes da cirurgia, durante e depois da mesma. Como primeira medida o centro cirúrgico deve estar em perfeitas condições de higiene. Se for um centro cirúrgico geral que foi previamente usado, é importante arrumar e limpar antes de entrar. Antes de começar a cirurgia é muito importante fazer uma avaliação cuidadosa do olho, principalmente da conjuntiva e as pálpebras. É muito importante o afastamento dos cílios e as pálpebras do campo cirúrgico por meio de fita adesiva. Os microorganismos responsáveis de endoftalmite (infecção intraocular) geralmente colonizam os cílios e as pálpebras. Durante a cirurgia há vários fatores que predispõem. O tempo cirúrgico deverá ser o menor possível sem sacrificar a segurança.
O desenho da incisão é o outro fator. Deverá ser feita de tal forma que não apresente filtrações posteriores. A orientação do paciente em relação à higiene pessoal, como utilizar colírios, não se expor a situações de risco são fundamentais. A utilização de antibióticos de última geração antes, durante e depois da cirurgia por pelo menos duas semanas fazem parte do protocolo básico utilizado globalmente; assim como a utilização de material descartável (uso único) para cada cirurgia. Algumas complicações da cirurgia de catarata ocorrem algum tempo depois. Por exemplo, um descolamento da retina pode ocorrer meses ou anos após um procedimento de catarata perfeitamente bem-sucedido e na imensa maioria dos casos não tem relação com a cirurgia da catarata. A maioria dos pacientes com descolamento de retina tem um bom resultado se recebem tratamento oftalmológico quando os primeiros sintomas começam e o tratamento é feito imediatamente. No entanto, uma pequena percentagem terá a visão substancialmente e permanentemente reduzida. O paciente precisa informar ao cirurgião sobre moscas volantes, flashes de luz e perda de visão súbita, pois estes sintomas podem indicar um descolamento de retina.

05)                       Há ainda outras potenciais complicações da cirurgia de catarata?

Virgílio Centurion –  Podemos mencionar inchaço da córnea ou da retina, aumento da pressão no olho (hipertensão ocular), pálpebra caída (ptose). Essas complicações normalmente podem ser tratadas com medicamentos, acompanhamento oftalmológico.

Visão após a cirurgia de catarata

De acordo com a ASCRS, os estudos mostram que 95% dos pacientes que implantam uma lente intraocular durante a cirurgia de catarata têm sua visão totalmente restaurada ao seu estado pré-catarata. E se o paciente fizer o implante de uma lente intraocular premium, sua  visão pode ser ainda melhor do que era antes.  “As pessoas cuja visão não melhoram, após a cirurgia de catarata, têm frequentemente distúrbios oculares subjacentes, como degeneração macular relacionada à idade, retinopatia diabética, glaucoma e outras doenças oculares. Alguns destes indivíduos podem se beneficiar de outros procedimentos  oftalmológicos”, explica o diretor do IMO.

As complicações mais frequentes, em ordem de ocorrência, após a cirurgia de catarata, são:


1. Refração residual inesperada;
2. Opacificação da cápsula posterior;
3. Edema macular cistoide;
4. Infecção / Inflamação.


Refração residual inesperada: ou seja, o grau de óculos necessário após a cirurgia não corresponde a aquele combinado previamente com o médico. As causas são as mais variadas, desde as características do próprio olho do paciente, possíveis complicações durante a cirurgia, peculiaridades no cálculo da lente e a escolha da lente mais adequada para o caso e também a não utilização de LIO de alta tecnologia que frequentemente é de custo mais elevado e deve ser custeada pelo paciente.


Edema macular cistoide: incidência muito rara. É um “inchaço” da região macular que compromete substancialmente a qualidade da visão pós cirurgia. Na imensa maioria das vezes o tratamento é clínico (colírios de anti-inflamatórios) e existem serviços que utilizam rotineiramente colírios para prevenir esta complicação.



IMO, Instituto de Moléstias Oculares  - http://www.imo.com.br/home.aspx -

Prepare-se: o período de doenças respiratórias começa agora






A chegada do outono requer mais cuidados com a saúde. Isso porque as mudanças climáticas favorecem o contágio de doenças, como a gripe, bronquiolite e pneumonia. No entanto, alguns cuidados podem diminuir as chances de ser acometido por um destes problemas. É o que explica a pediatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Sonia Liston.

“Os shoppings centers, supermercados, transportes públicos e outros lugares onde se tem um aglomerado de pessoas são ideais para a transmissão de doenças respiratórias, como a gripe. Se o indivíduo estiver com imunidade baixa, por exemplo, as bactérias encontram locais para se alojar e então teremos uma pneumonia”, afirma.

Também é recomendável a hidratação das mucosas nasais com soro fisiológico para diminuir a irritação causada pelo ar seco.

Dois grupos estão mais suscetíveis a resfriados e gripes: crianças e idosos. O primeiro porque não adquiriu imunidade, o outro porque as defesas do organismo estão mais fracas.

Por isso, a pediatra recomenda a aplicação da vacina contra a gripe, além de evitar contatos com pessoas que tenham sintomas de algumas dessas doenças e fazer a higienização das mãos com maior frequência.

“A imunização contra a gripe para todos os grupos é muito importante. Claro, como qualquer vacina, é natural a reação. Se houver manifestação, o mais provável é que a pessoa já estivesse infectada antes da imunização”, finaliza a médica.


Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
Tel. (11) 5080-4000 -
Site: www.hpev.com.br - www.facebook.com/ComplexoHospitalarEV - www.twitter.com/Hospital_EV -: www.youtube.com/user/HospitalEV

Você sabia que os medicamentos à base de corticoide podem levar à cegueira?







A Salute explica os sintomas e ensina como se prevenir
Asma, alergia, artrite reumatoide, rinite, conjuntivite, lúpus e uveíte: você sabe o que essas doenças têm em comum? Além de serem provocadas por processos inflamatórios, elas utilizam, na maioria das vezes, o corticosteroide, mais conhecido como corticoide, como principal tratamento.
Os corticoides são hormônios produzidos nas glândulas suprarrenais e atuam como anti-inflamatórios potentes, eficazes no combate às doenças que são causadas pelo sistema imunológico e no controle de inflamações provocadas no processo alérgico.
Os tipos mais usados na medicina são: prednisona, prednisolona, hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona. Eles podem ser de uso tópico, nasal, oral ou injetável.
Apesar dos inúmeros benefícios no controle de inflamações, o que muitos não sabem é que, em doses indevidas, os medicamentos à base de corticoides podem causar doenças sérias nos olhos, como catarata e glaucoma.
A catarata é uma doença que causa a diminuição progressiva da visão, necessitando de cirurgia para a correção. Entre os sintomas mais comuns estão: visão borrada, ofuscamento, cores mais opacas, baixa visão noturna e visão múltipla.
Já o glaucoma é uma doença que ocorre quando há lesão do nervo óptico, que acontece, na maioria das vezes, por conta do aumento da pressão ocular. O problema é sério, pois pode causar uma cegueira irreversível. O principal sintoma é a "visão tubular”, que costuma aparecer já na fase avançada. O glaucoma estreita progressivamente o campo visual do paciente, conforme a doença avança.
O oftalmologista da Salute Clínicas Especializadas, Dr. Christopher Morais, explica como o corticoide pode desencadear os problemas. “A substância pode acelerar a formação de uma catarata e também levar ao glaucoma, pelo aumento da pressão ocular que o medicamento pode provocar”, explica. O médico ainda afirma que, com a retirada do medicamento, a hipertensão nos olhos pode acabar, mas que, em alguns casos, é necessário o uso de alguns colírios específicos para controlar a pressão ocular. Já a catarata não regride com a suspensão da substância. “Uma vez formada, ela só pode ser corrigida por meio de cirurgia”, alerta o especialista.
Apesar dos riscos, o Dr. Christopher explica que nem todo mundo que usa o medicamento vai adquirir as doenças. Mesmo assim, ele diz que a substância deve ser usada com cautela. “Mesmo sendo baixo, o risco existe, principalmente se o medicamento for usado de forma inadequada, por longo tempo e sem o acompanhamento médico”, afirma.
Ele reforça ainda a importância do acompanhamento médico durante o uso do corticoide. “O medicamento não deve ser interrompido de forma súbita, porque isso também pode trazer sérios riscos. O ideal é que o médico que prescreveu a substância faça todo o controle do uso. Para isso, o paciente deve seguir rigorosamente as instruções que foram passadas”, alerta o médico.
Além disso, para manter a saúde dos olhos em dia e evitar complicações decorrentes de medicações, é recomendado fazer o exame oftalmológico anual preventivo, que é fundamental para detecção e tratamento precoce da catarata e do glaucoma, além de outras doenças que atingem a visão.

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