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quinta-feira, 28 de março de 2019

Mito ou verdade: emendar a pílula anticoncepcional faz mal?


Uma das alternativas para interromper a menstruação é o uso contínuo da pílula anticoncepcional, emendando as cartelas da medicação. A opção, no entanto, ainda gera dúvidas sobre eventuais malefícios à saúde da mulher. A ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Maria Luisa Mendes Nazar, esclarece os principais pontos sobre o tema:


1. Emendar a cartela faz mal à saúde da mulher?

A ginecologista tranquiliza sobre o hábito e conta que optar por emendar a cartela não traz riscos à saúde. "O corpo vai receber a quantidade fixa de hormônio da medicação, que geralmente é composto por estrogênio e progesterona, e assim, não estimula o crescimento do tecido do útero e consequentemente não há menstruação. Esse processo não interfere na saúde", conclui.


2. Há um limite de cartelas que possam ser emendadas?

Não, o que pode interferir é a adaptação de cada mulher à dose hormonal da medicação. Segundo a médica, o aconselhável é que sejam observados os efeitos durante três meses. Caso neste período ocorram pequenos sangramentos, é importante consultar o médico para a troca da pílula com uma dose hormonal maior.


3. Quando ocorre o escape é preciso interromper a pílula?

Em casos em que o uso já ultrapassou os três meses de adaptação, quando há o escape é indicado realizar a pausa de quatro a sete dias e retornar com a mesma medicação, sem problema algum, recomenda Maria Luisa Mendes Nazar.


4. Por que acontece o escape mesmo não interrompendo o uso?

A dosagem pode não impedir por completo o crescimento do tecido do útero, ocorrendo pequenos sangramentos. A médica enfatiza, porém, que esses escapes não são sinais de ineficácia contra a gravidez.


5. Essa opção é contraindicada para alguma mulher?

A contraindicação não é diretamente sobre o uso contínuo, mas sobre a composição da pílula. Segundo a especialista, mulheres com problemas circulatórios, cardíacos e com histórico de enxaqueca devem evitar o uso de estrogênio. Maria esclarece que para esses casos, há opção de pílulas somente com progesterona.





Hospital Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
Tel. (11) 5080-4000


Abril Marrom


 Oftalmologista do Hospital América de Mauá fala sobre a importância da prevenção à cegueira


A campanha Abril Marrom foi criada em 2016 e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a cegueira, para que saibam como evitá-la e, em alguns casos, revertê-la. A campanha visa alertar a população sobre a necessidade de exames oftalmológicos preventivos que possam diagnosticar estados iniciais de determinadas doenças, evitando a perda visual.

A cegueira atinge cerca de 1,2 milhões de brasileiros, segundo dados recentes do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Deste total, em torno de 60% dos casos são tratáveis. “Muitos casos de cegueira podem ser evitados ou revertidos, mediante diagnóstico precoce e tratamento. Considerando que cerca de 80% de todas as informações que recebemos do mundo exterior nos chegam através da visão, podemos perceber o impacto devastador que a perda visual causa na qualidade de vida de uma pessoa, independente da faixa etária em que ocorra”, explica a Dra. Renata Bastos Alves, coordenadora da equipe de oftalmologia e prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.

Existem alguns fatores de risco para a cegueira ou a perda da visão. “Cada patologia tem seus próprios fatores de risco, mas idade (acima da 40 anos), familiares de primeiro grau com doenças semelhantes, doenças associadas (como hipertensão arterial e diabetes) e hábitos como o tabagismo estão entre os principais fatores relacionados à maioria dos casos de cegueira nos pacientes adultos. Já nas crianças, a presença de estrabismo é o fator de risco mais relevante para a ambliopia (olho preguiçoso)”, ressalta a especialista.

As principais doenças que podem levar a cegueira são: “Catarata, perda de transparência do cristalino (lente natural do olho), que pode ocasionar perda visual em diferentes níveis, podendo chegar à cegueira. Em geral, afeta indivíduos acima dos 50 anos de idade; Glaucoma, aumento da pressão do olho, na maioria das vezes sem sintomas, que vai progressivamente causando a morte do nervo óptico (responsável por levar ao cérebro as imagens), acarretando cegueira de forma irreversível. Devido ao fato de não manifestar sintomas até que o comprometimento visual já esteja muito adiantado, é fundamental que as pessoas, principalmente acima dos 40 anos, façam exame oftalmológico de rotina, com medida da pressão ocular e fundo de olho anualmente; Degeneração Macular relacionada à idade (DMRI) é uma inflamação na região da retina chamada mácula, que ocorre principalmente em pessoas acima dos 60 anos, levando à formação de uma cicatriz no local, o que ocasiona perda da visão central. A pessoa passa a ver uma “mancha” bem no centro da visão, que será tanto maior, quanto maior for o tempo e a extensão da inflamação do tecido, restando apenas a periferia do campo visual, o que causa, muitas vezes, incapacidade permanente; Retinopatia diabética, alteração nos vasos sanguíneos da retina (tecido localizado no fundo do olho, que recebe a informação visual e encaminha ao nervo óptico, para que as imagens sejam percebidas). No paciente diabético não controlado ocorre a formação de vasos sanguíneos mais frágeis na retina, além de vazamento de líquidos e sangramento. Isso faz com que a visão fique muito prejudicada, além de predispor à hemorragia vítrea e ao descolamento da retina, situações de muita gravidade, que exigem cirurgia urgente e podem levar à cegueira; Ambliopia, perda visual em graus variáveis (podendo chegar à cegueira), causada por falta de diagnóstico de problemas oculares na infância, como estrabismo, catarata congênita, glaucoma congênito, tumores oculares, como o retinoblastoma (câncer ocular que começa na parte de trás do olho, retina) ou altos graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Quando esses problemas aparecem, devem ser tratados rapidamente, porque a criança só “aprende” a enxergar até por volta dos 6-7anos de idade. Após esse período, mesmo tratados os problemas oculares, a visão não pode ser completamente restabelecida”, pontua a oftalmologista.

Os sintomas iniciais na maioria das doenças são uma perda visual leve, um embaçamento, que vai desde a dificuldade para leitura, para assistir TV ou dirigir, evoluindo progressivamente para cegueira completa. “Muitos pacientes, infelizmente, negligenciam esses sintomas iniciais, ou mesmo não os percebem, principalmente quando a patologia envolve os olhos de maneira assimétrica (um olho mais acometido que o outro), buscando tratamento apenas tardiamente, quando, infelizmente, já não há mais o que fazer”, comenta a doutora.


Os tratamentos das doenças oculares variam de acordo com cada caso. “Para a catarata, o tratamento é cirúrgico, com a substituição do cristalino opaco por uma lente intraocular, e restabelecimento rápido da visão. No caso do glaucoma, são usados colírios que diminuem a pressão ocular, estacionando a lesão do nervo óptico e impedindo a progressão da perda da visão. Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia ou procedimentos a laser para controlar a pressão. Nos pacientes com degeneração macular, bem como naqueles com retinopatia diabética, os tratamentos com diferentes tipos de laser nos vasos da retina são eficazes e, atualmente, a injeção de substâncias anti-angiogênicas (que impedem a formação dos vasos defeituosos) e anti-inflamatórias intra-vítreas tem mostrado bons resultados em termos de recuperação visual. Nas crianças, uma vez diagnosticado o problema ocular, o tratamento precoce pode evitar a perda visual (ambliopia)”, recomenda Alves.

A prevenção está diretamente relacionada à conscientização da população sobre a existência dessas doenças e, sobretudo, ao diagnóstico precoce, através dos quais se pode evitar a maioria dos casos de cegueira.





Dra. Renata Bastos Alves - CRM 83686 - Coordenadora da equipe de oftalmologia e prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.


Método inovador usa temperatura corporal para investigar dores


Termografia ajuda a diagnosticar doenças crônicas, como fibromialgia


A realidade de quem sofre com dores constantes pode ser ainda mais incômoda quando o paciente não consegue encontrar a causa do problema, mesmo após passar por diversos especialistas e tratamentos. Saída inovadora para esse caminho doloroso, a termografia é um método que capta os raios infravermelhos emitidos pelo corpo e ajuda a identificar, pelas variáveis da temperatura, a origem da dor.

O método não emite radiação, é indolor e não invasivo, sem restrições para crianças e gestantes. Ao realizar o exame, o termografista capta as imagens infravermelhas do corpo do paciente com uma câmera especial, que registra o calor e reflete aspectos anormais do organismo a partir das zonas de temperatura.

"A termografia é um método diagnóstico que vem somar aos demais métodos de imagens no diagnóstico de várias doenças, pois acrescenta informações funcionais inflamatórias em tempo real", explica a dermatologista Cláudia Sá, do Rio de Janeiro, que é pós-graduada em Termologia e Termografia Médica pela Universidade de São Paulo (USP) e membro efetivo da Associação Brasileira de Termologia (Abraterm) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).



Relação entre patologias


A termografia é 
comprovadamente eficaz para auxiliar médicos a investigar dores de origem neurológica, vascular ou inflamatórias. A médica explica que o exame mostra, ainda, como uma área alterada do corpo pode influenciar negativamente a outra, as chamadas comorbidades. As dores sentidas pelo paciente podem ser, na realidade, um conjunto de alterações que, quando combinadas, dificultam o diagnóstico por outros métodos.

"A pessoa pode ter um problema de coluna que gera a inflamação de uma raiz nervosa sensitiva, combinada com uma inflamação de tendões ou ainda apresentar neuropatia diabética, que acentua todos os sintomas. Os tratamentos devem ser integrados e multidisciplinares, por isso o diagnóstico preciso é fundamental. Várias equipes de pesquisadores estudam a área e há muitas orientações tanto no site da ABRATERM como na American Academy of Thermology", diz Cláudia Sá.

Entre as patologias que têm o diagnóstico revolucionado pela termografia estão problemas ortopédicos (artrites, tendinites, bursites e fascites plantares), a fibromialgia, disfunção da ATM, síndromes miofasciais, hérnia de disco lombar e cervical, cefaleias, entre outras. Na dermatologia, a termografia é muito eficaz na avaliação dos pés, principalmente para quem tem micose de unha crônica, em que várias doenças concorrem para o aparecimento dessa alteração.


Para bebês e pets

Os recém-nascidos também fazem parte do grupo especialmente beneficiado pelo método, já que um dos grandes problemas dos bebês prematuros é a perda de calor. A monitorização precisa da temperatura corporal pela termografia pode trazer informações sobre a dissipação de calor, necessidade de aquecimento ou ativar o metabolismo do bebê com muita precisão.

O método é utilizado também por veterinários, pois acrescenta aos exames de radiografia elementos que indicam se há inflamação na área examinada. Devido à dificuldade de comunicação dos animais, o processo é de ganha mais importância, inclusive permite que a inflamação seja descoberta antes da evolução da dor.

Os resultados e avanços da termografia fizeram com que o tema fosse escolhido para dois dias do 14° Congresso Brasileiro de Dor, realizado pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. O evento acontecerá em São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca, entre os dias 19 e 22 de junho. Mais informações podem ser obtidas pelo site http://sbed.org.br/.


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