De acordo com o
Ministério da Saúde, vinte crianças de até 9 anos são atendidas por dia pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) após sofrer algum tipo de violência sexual. Um
outro levantamento da Secretaria de Direitos Humanos aponta que 4800 crianças e
adolescentes foram vítimas de violência sexual só no primeiro trimestre de
2015.
Os dados chamam a
atenção e nos alertam que o abuso sexual infantil não deve ser um tabu dentro
de casa. Por mais inconveniente que seja, precisamos falar sobre o assunto com
os familiares, professores e até com os próprios filhos.
O primeiro passo
para prevenir o abuso sexual é saber identificar em quais situações esse tipo
de violência pode ocorrer. Ao contrário do que costumamos imaginar, o abuso sexual
pode não envolver contato físico direto. Por exemplo, conversar com crianças
sobre atividades sexuais ou mostrar a elas fotos e vídeos pornográficos de
outras crianças já é considerado um abuso sexual.
O maior desafio para
os pais é explicar essa complexa relação aos seus filhos. Expor a verdade e
mostrar exemplos da vida real podem apavorar as crianças, principalmente as
mais pequenas. No entanto, omitir-se e acreditar que os filhos não precisam de
instrução é ainda mais inadequado.
Diante dessa situação,
o ideal é ter uma conversa um pouco mais “leve” com os pequenos. Tente explicar
de maneira lúdica que pedidos estranhos vindos de adultos podem fazer mal a
eles. Mostre à criança que ela é dona de seu corpo e que ela tem o direito de
negar algum toque ou carinho que não esteja agradando, mesmo se for de alguém
da família.
Acima de tudo,
incentive seus filhos a reagir, a dizer não e até a gritar ou correr em último
caso. Tenha sempre papos sinceros e mostre que você pode ajuda-lo caso alguém
ou alguma situação o incomode. Por fim, tenha atenção especial para os
conteúdos que seus filhos acessam pela internet. Em muitos casos, a violência
sexual começa no mundo virtual, portanto vale à pena saber que tipo de sites,
redes sociais e aplicativos são consumidos pelos pequenos. Por outro lado,
apresente às crianças conteúdos educativos e que tragam boas lições. Dessa
forma, seus filhos estarão mais espertos e atentos a possíveis abusos sexuais.
Fabiany Lima - mãe de Gêmeas, escritora de livros
infantis e criou o aplicativo Timokids, que oferece livros e jogos
socioeducativos com ilustrações em 3D narrados e legendados em 3 idiomas e que
estimula a interação da família.