Gabriel
Rossi acredita que a estratégia irá acelerar o processo de degradação do
governo
O governo Dilma Rousseff sofre
sequenciais confrontos, tanto no legislativo quanto nas ruas, com movimentos
pró-impeachment. Escândalos de corrupção, o já julgado Mensalão seguido do
Petrolão. Inflação alta. Rejeição, segundo avaliação de pesquisas. E o governo
passou a adotar uma postura de culpar a área de comunicação por todos estes
problemas. A saída adotada seria, segundo o divulgado pela imprensa, ampliar a
“guerra na internet”. “Será um tiro no pé. A estratégia, se concretizada, tende
a trazer mais animosidade ao PT e à presidente”, afirma o estrategista em
marketing Gabriel Rossi.
Rossi avalia que transformar a internet
em um campo de batalha é acelerar a degradação da imagem do governo e que, no
momento, não existem ações de marketing e comunicação que possam reverter a má
imagem. “Fatores econômicos e ligados à corrupção são intransponíveis na mente
do cidadão. Não existem fatores de convencimento, apenas por meio da comunicação,
suficientes para que essas pessoas mudem de opinião neste momento.”
Na opinião do especialista, Dilma erra
em achar que apenas uma presença maior na internet possa ajudar a opinião
popular sobre sua gestão. “O primeiro passo para um país melhor é a presidente
fazer um mea culpa e reconhecer o momento. Outro ponto a ser considerado
é que Rousseff peca nos dois principais alicerces de um presidente: não
apresenta qualidade de liderança, nem viabilidade das propostas. Não é apenas
comunicação e a internet que resolverão isso. Ambos podem ajudar, desde que
haja o que mostrar, desde que uma base de mudanças esteja construída”,
finaliza.