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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Especialistas em insônia alertam sobre cuidados após aprovação do ‘hormônio do sono’ pela Anvisa

A melatonina fica disponível sem uso de receita, facilitando o acesso da população


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, em outubro deste ano, o uso de melatonina como suplemento alimentar para pessoas acima dos 19 anos e com limite máximo de 0,21 mg de consumo por dia.

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente no cérebro humano por meio de uma glândula chamada pineal e auxilia no ciclo vigília-sono, ou seja, ajuda a regular o relógio biológico e a induzir o sono. Por isso, é muito comum pessoas com insônia ou outros problemas para dormir recorrerem ao suplemento para melhorar a qualidade do sono.

Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, a melatonina não é aprovada para tratamento de insônia, tendo somente duas indicações formais para dois distúrbios: jetlag ou síndrome do atraso de fase do sono (para quem dorme muito tarde e acorda muito tarde). "A melatonina não é um indutor de sono e sim um regulador dos relógios biológicos, por isso, ela não tem uma indicação formal para casos de insônia", alerta Ksdy Sousa, psicóloga do sono e responsável técnica da SleepUp. A orientação de um profissional da saúde é importante para não prejudicar a qualidade de vida como um todo. Por isso, mesmo com a venda liberada pela Anvisa, é muito importante buscar um médico antes de fazer uso do suplemento.

Por exemplo, a melatonina sintética não deve ser utilizada por gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante. Pessoas com outras enfermidades também devem ter atenção redobrada ao seu uso. Além disso, dependendo da quantidade utilizada, o suplemento pode causar alguns efeitos colaterais como, por exemplo: fadiga, sonolência excessiva, falta de concentração, depressão, dor de cabeça, irritabilidade, ansiedade, agitação, tontura, hipertensão, entre outros.

Como melhorar a produção de melatonina sem uso de suplemento?

Como alternativa ao uso da melatonina sintética, Ksdy Sousa dá algumas dicas que podem ajudar a melhorar a produção do hormônio pelo organismo.

•Exponha-se à luz solar: a exposição à luz natural durante o dia ajuda o organismo a regular o ciclo circadiano, melhorando a produção de melatonina quando escurece;


•Evite o uso de telas antes de dormir: o uso de celulares e outras telas "confunde" o cérebro, pois o organismo não sabe diferenciar a luz natural da artificial e, portanto, prejudica a produção de melatonina;


•Diminua a luminosidade ao anoitecer, prefira as luzes indiretas e amarelas, procure manter o ambiente calmo e com uma rotina leve e tranquila;


•Alimente-se adequadamente: além de ser naturalmente produzida pelo organismo e estar diretamente associada à luminosidade, a melatonina também pode ser encontrada - em pequenas concentrações - em certos alimentos como morango, cereja, uva, banana, abacaxi, laranja, mamão papaia, manga, tomate, azeitona, cereais, carne (frango, carneiro, porco), leite de vaca e outros produtos alimentícios.

"Essas são apenas algumas dicas que podem ajudar a melhorar a produção natural de melatonina pelo organismo. Mas outros cuidados diários podem também beneficiar pessoas que enfrentam problemas para dormir sem que precisem recorrer a medicamentos ou suplementos sintéticos."

A psicóloga do sono e responsável técnica da SleepUp refere-se à prática de higiene do sono, controle de estímulos e também à terapia cognitiva-comportamental para insônia (TCCi), como boas estratégias para se ter um sono de qualidade. As técnicas, que são a base do tratamento para insônia do aplicativo SleepUp, ajudam pessoas com insônia a modificar hábitos e padrões de comportamento que podem estar prejudicando o sono, objetivando a melhoria do descanso.

"Quando cuidamos dos nossos hábitos e comportamentos ao longo de todo o dia, sincronizamos nosso relógio biológico e preparamos o nosso corpo tanto para a atividade como para o descanso. Isso, com certeza, melhora a produção de melatonina e, consequentemente, melhora a qualidade do sono e de vida", conclui Ksdy.




SleepUp


Balanços da pandemia: Covid-19 levou a aumento de procedimentos de alta complexidade

 

Em hospital do Paraná, ECMO costumava ser indicada para dois pacientes por ano antes da pandemia, mas em 2021 já foram 20

Créditos: arquivo pessoal


Uso da ECMO subiu 900% em hospital do Paraná; profissionais precisaram lidar com alta tecnologia e tomar decisões conjuntas com as famílias


Os reflexos e balanços da pandemia da covid-19 vão muito além do aumento da ocupação das UTIs e serão sentidos pelas instituições e profissionais de saúde por muito tempo. A gravidade dos casos atendidos fez subir consideravelmente a necessidade de procedimentos de alta complexidade. No Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), com a necessidade da ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), que funciona como um pulmão e um coração artificiais, o crescimento foi de impactantes 900%. Considerado o último suspiro de pacientes, a ECMO costumava ser indicada para dois pacientes por ano antes da pandemia. Mas só desde março de 2021, já foram 20.

“Os hospitais vivenciaram uma explosão de procedimentos que demandam alta tecnologia e custo, e as equipes precisaram se adaptar a essa realidade”, explica o coordenador da UTI e intensivista, Jarbas da Silva Motta Junior. 

O pastor Samuel Denardi foi um dos pacientes que precisou recorrer à ECMO para vencer a doença. Internado no dia 29 de julho na UTI, cinco dias depois foi intubado. O pai, também foi infectado pelo vírus, mas sem tanta gravidade. “Foi desesperador. Um dia após a internação do meu marido, nos chamaram no hospital avisando que o Samuel não estava reagindo ao que estava sendo feito e precisava ser submetido à ECMO com urgência, pois era a única chance dele”, relembra a dona de casa Celina Denardi. 

Samuel ficou 10 dias ligado à ECMO e teve alta no dia 18 de setembro. “Acho que a preocupação com meu estado de saúde contribuiu para a internação do meu pai. Imagino a pressão que minha família sentiu durante todo esse processo”, ressalta. 

O equipamento de ECMO faz o processo de oxigenação do sangue praticamente sozinho, permitindo que o pulmão descanse. Um tubo colocado na perna do paciente puxa o sangue com velocidade de até sete litros por minuto para a membrana extracorpórea, onde é realizada a troca gasosa, retirando o dióxido de carbono e colocando o oxigênio. Depois, o sangue oxigenado volta para o corpo do paciente por meio de uma conexão feita no pescoço. Por se tratar de uma terapia complexa, para incorporar o tratamento com ECMO, além do aparelho, o hospital precisa de capacidade de intervenção avançada e equipes multidisciplinares treinadas para operar o equipamento e acompanhar os pacientes.


Decisões compartilhadas

Algumas decisões sobre o tratamento administrado na UTI são tomadas diretamente pelo médico e equipe. Mas a participação da família é essencial, principalmente em alguns procedimentos em que é preciso avaliar riscos e benefícios. “Muitas vezes, é possível reverter a doença com suporte intensivo usado temporariamente, isto é, até que o organismo retome o funcionamento normal. Mas são passos que precisamos dar em conjunto: profissionais e família”, explica o médico.

Segundo a psicóloga Ana Laura, a tomada de decisão é um passo muito difícil para a família, que já vive um momento de grande fragilidade emocional. “Ter um familiar na UTI é sempre doloroso. Saber que ele precisa ser submetido a procedimentos mais complexos e a demora na melhora ou da alta fragilizam ainda mais”, diz. 

Todo esse processo fez com que a relação da equipe médica com pacientes e familiares ficasse mais humanizada, já que, além da maior gravidade dos casos, o distanciamento fez com que os profissionais fizessem a ponte nas relações. “Cada vitória de um paciente passou a ser ainda mais comemorada por todos os profissionais da UTI. A covid trouxe casos cada vez mais graves e dar uma alta passou a ser uma vitória pessoal”, conclui o intensivista.


Cigarro eletrônico é proibido em ambientes públicos e privados no Ceará: especialistas alertam sobre risco de câncer de pulmão pelo uso de vaporizadores

 Dispositivos eletrônicos têm atraído principalmente adolescentes e traz diversos riscos à saúde. Fumo é o principal responsável pelo surgimento de tumor pulmonar, tipo que mais mata em todo o mundo.

 

A Lei 17.960, sancionada pelo governador Camilo Santana, proíbe o uso de vape, e-cigarro, e-cig, e-cigarette ou "qualquer outro dispositivo eletrônico para fumar", tanto em ambientes públicos como privados, nos 184 municípios do Ceará.

A medida foi acrescentada à Lei nº 14.436, de 25 de agosto de 2009, no qual já era barrado o uso do cigarro tradicional, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos "derivados ou não do tabaco" nos ambientes coletivos e privados.

Porém, vale lembrar que o fumo é liberado em "locais abertos ao ar livre" e áreas exclusivas em ambientes coletivos, desde que a região seja delimitada através de barreira física e tenha alternativas para a exaustão do ar.

Atualmente, cerca de 10% da população brasileira acima de 18 anos é tabagista, segundo o Instituto Nacional de Câncer (IBGE). O número representa um avanço em relação há 20 anos, quando esse percentual era o dobro, mas o vício ainda atinge mais de 20 milhões de brasileiros. E conforme as políticas públicas de prevenção avançam, novos desafios também se apresentam. O cigarro eletrônico é um dos principais deles.

Segundo o Ibope Inteligência, o número de pessoas que usam cigarro eletrônico no Brasil, em apenas um ano, dobrou, saltando de 0,3% da população para 0,6%. São cerca de 600 mil usuários brasileiros da tecnologia que, dizem os especialistas, é capaz de causar tanto dano físico e psicológico quanto o cigarro tradicional.

"Como não há regulação em relação ao cigarro eletrônico no país, não sabemos o que as pessoas estão aspirando. Outro importante ponto é que esse tipo de vício tem atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, pela novidade e pela falta de informação também sobre o impacto nocivo deles. Os produtores investem em um design moderno, com cara de aparelho eletrônico, para atrair essa geração que, até então, já tinha quase que abandonado o cigarro", explica Clarissa Mathias, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

A pandemia da Covid-19 vem deixando os especialistas em estado de alerta. Ansiedade, solidão provocada pelo isolamento social e o medo da doença têm levado os tabagistas a descontarem os sentimentos de incerteza no cigarro. Segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os tabagistas aumentaram o número de cigarros consumidos diariamente em até 40%. E isso também pode estar acontecendo com os consumidores de cigarro eletrônico, acreditam especialistas.

"Não temos como saber quais serão as consequências do consumo desse tipo de cigarro a médio e longo prazos. Teremos que esperar talvez 20 anos para medir isso, o que pode ter consequências para toda uma geração, já muito afetada por um evento de grande proporção, que foi a pandemia, que deixou muita gente mais ansiosa e mais angustiada e que pode buscar esse hábito como válvula de escape", ressalta Clarissa.

O dispositivo vaporiza um líquido que contém uma grande quantidade de nicotina e, embora não existam ainda estudos definitivos que indiquem o impacto no desenvolvimento de cânceres, os dispositivos eletrônicos possuem sim elementos que podem ser altamente prejudiciais, mesmo não contendo tabaco em sua composição. O crescimento desse consumo pode representar um retrocesso para o Brasil, que é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate ao tabagismo.

"A nicotina pode ser consumida com combustão e produção de fumaça - caso de cigarros, charuto, narguilé - ou sem combustão e produção de fumaça, como acontece em situações de uso de rapé e cigarros eletrônicos sem tabaco ou com tabaco modificado para ser aquecido. Por isso devemos estar atentos ao estímulo da conscientização dos riscos de todo e qualquer tipo de fumo", comenta o oncologista Carlos Gil Ferreira, líder de tumores torácicos do Grupo Oncoclínicas e Presidente do Instituto Oncoclínicas.


Tabagismo ainda é a principal causa de câncer

O tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão em todo o mundo. Aliás, não apenas deste tipo de tumor: em 2017, conforme dados do INCA, 73.500 pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo no país e 428 pessoas morrem diariamente no país por conta dele. A entidade aponta ainda que mais de 156 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse evitado.

Em 79% dos casos de câncer de pulmão, por exemplo, os pacientes eram fumantes, ou ex-fumantes. Apenas 21% nunca tiveram contato com o tabaco. "Todo ano, cerca de dois milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer de pulmão ao redor do globo. E quem fuma tem de 20 a 30 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de tumor. Isso porque as substâncias químicas presentes no cigarro danificam e provocam mutações no DNA das células pulmonares, fazendo com que deixem de ser saudáveis e se transformem ​​em células malignas", diz Carlos Gil Ferreira.

O hábito de fumar também contribui para o aumento no risco de ocorrência de ao menos outros 12 tipos de câncer: bexiga, pâncreas, fígado, do colo do útero, esôfago, rim e ureter, laringe (cordas vocais), na cavidade oral (boca), faringe (pescoço), estômago e cólon, leucemia mielóide aguda. Adicionalmente, o tabagismo é um dos hábitos relacionados a formas mais graves de infecção pelo novo coronavírus.


Novos hábitos

"Parar de fumar não é um ato isolado na vida. A sensação de perda é muito grande, e o fumante deve encarar a cessação como uma oportunidade de fazer um balanço e modificar seus hábitos e estilo de vida. Para vencer a dependência psíquica, a dependência física e os condicionamentos é preciso ter muita força de vontade e contar com o apoio de profissionais de saúde, amigos e familiares. A partir desta mobilização, temos o objetivo de incentivar esse movimento em prol da saúde e da vida", finaliza Clarissa Mathias.


Síndrome Pós-Covid: 25% dos recuperados apresentam sintomas meses após o fim da infecção


Diversos estudos1,2 apontam que pelo menos um quarto das pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam algum sintoma que afeta a saúde e a qualidade de vida mesmo após a fase aguda da doença. Os problemas da chamada síndrome Pós-Covid ou Covid Longa persistem até 90 dias após a cura e vão de fadiga, cefaleia, sequelas respiratórias, cardíacas, renais até sintomas neurológicos que prejudicam a cognição e a capacidade de concentração.

“Quanto mais grave foi a doença, por exemplo, se a pessoa ficou internada em terapia intensiva, necessitou de oxigênio, maior o risco de apresentar problemas respiratórios, como fibrose pulmonar, ou redução da função cardíaca”, explica a médica infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.


O cardiologista Hélio Osmo, gerente executivo da área médica da Farmacêutica Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica, concorda com a médica e diz que sem dúvida alguma o principal órgão afetado é o pulmão. “Oitenta por cento das pessoas que ficaram internadas têm falta de ar por um período prolongado. Muitas ficaram intubadas e apresentam depois fibrose pulmonar. Outras têm dificuldade de absorção de ferro, o que gera anemia, infecções virais frequentes ou desenvolveram sarcopenia, que é a perda de massa muscular”. Para recuperação total desses pacientes, segundo Dr. Osmo, será preciso muita fisioterapia por seis meses ou até um ano.

Além das questões muscular e respiratória, há relatos nos estudos de uma variedade de outros sintomas. A fadiga e a dificuldade de realizar tarefas simples são queixas comuns inclusive em pessoas que tiveram quadro leve a moderado, em especial nas mulheres, revela a infectologista. Podem persistir, também, alterações de olfato e paladar, queda acentuada de cabelo, zumbido no ouvido, palpitações, ansiedade e depressão. Aliás, o cérebro é um dos órgãos mais afetados no pós-Covid3.

Lapsos de memória, falta de foco e concentração são frequentes, prejudicando o desempenho profissional e abalando a confiança dos pacientes. Dra. Rosana explica que o problema é conhecido como “brain fog” por criar uma névoa cerebral. “Quando a pessoa não consegue produzir uma planilha ou fazer cálculos matemáticos com a mesma agilidade, e o tempo passa e ela não está recuperando essa habilidade, ela percebe que a sua capacidade cognitiva está prejudicada. Isso gera ansiedade e depressão, porque ela quer de volta a vida que tinha antes”, alerta Dra. Rosana Richtmann, fazendo um apelo aos colegas médicos para valorizar a queixa dos pacientes. “Esses sintomas não podem ser desprezados. Não é frescura. É preciso acolher e dar esse conforto ao paciente porque realmente ele está sofrendo”, afirma.

A infectologista diz que o Brasil não está preparado para lidar com a Síndrome Pós-Covid porque o país não possui centros de atendimento multiprofissional que reúnem num mesmo local
especialidades como psiquiatria, cardiologia, pneumologia, endocrinologia, infectologia e clínica médica. “Os poucos centros existentes já não estão dando conta do atendimento. Isso faz com que o paciente tenha que percorrer vários consultórios médicos e isso pode fazer com que ele desanime”, lamenta.



 Zambon

https://www.zambonpharma.com/br/pt/



Referências:

  1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7852236/
  2. https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/long-term-effects/index.html
  3. https://www.nature.com/articles/s41591-021-01283-z

 

Tabagismo e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: saiba como o cigarro aumenta os riscos desta doença

No mês de conscientização da DPOC, especialista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, explica o que é a doença e como tratar

 

De acordo com o último levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde, houve uma queda no número de fumantes no Brasil de 51,1% a 46,6% dos entrevistados. Porém, ainda é alta a quantidade de mortes anuais atribuídas ao uso de tabaco, chegando a 160 mil. Além do índice, outro ponto preocupante é o tabagismo estar relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que obstrui as vias aéreas e torna a respiração mais difícil. Nesse mês em que se celebra o Dia Mundial da DPOC, o pneumologista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, Alexandre Cardoso, responde algumas dúvidas sobre a doença.

Segundo o especialista, a principal causa para a DPOC é o tabagismo. "É uma doença que está relacionada ao consumo ao cigarro convencional, ainda que o cigarro eletrônico ou cachimbo também estejam relacionados. Em geral, as pessoas começam a fumar na juventude, mas a doença é desenvolvida em torno dos 40 anos. A partir da exposição contínua e permanente à fumaça do cigarro, as vias aéreas ficam irritadas progressivamente, o que prejudica a respiração." afirma o médico.

A chamada "tosse de fumante" ou o "pigarro" são os sintomas mais comuns da doença. O organismo responde ao processo inflamatório com maior produção de muco, para proteger as vias aéreas, explica Cardoso. "A falta de ar e a expectoração (o catarro) também são sintomas da DPOC, que muitas vezes comprometem os alvéolos, onde acontecem as trocas gasosas. Esses sintomas são progressivos e podem comprometer a capacidade respiratória, impedindo inicialmente de a pessoa realizar grandes esforços, como atividade física e, em quadros mais graves, a impossibilidade de fazer tarefas básicas, como caminhar" aponta o médico.

A principal maneira de evitar a DPOC é não fumar. Há alguns casos mais raros de pessoas que utilizam fogão a lenha, onde não tenha exaustor, e a fumaça pode ser prejudicial às vias aéreas, assim como o trabalho em minas de exploração. Por causa da poluição, além da fumaça industrial, essas condições também aumentam a predisposição à doença. Há organismos que são mais suscetíveis e acabam desenvolvendo a DPOC de maneira mais rápida.

O pneumologista reforça que, por se tratar de uma doença nas vias aéreas, as infecções de repetição podem agravar o quadro da DPOC. Exemplos, como a gripe, a pneumonia e a covid-19 podem prejudicar ainda mais a saúde do paciente. "É muito importante tomar anualmente as vacinas contra a gripe e, agora, a do coronavírus também. Isto porque para quem tem bronquite crônica e/ou enfisema, a imunização reduz a progressão mais rápida da DPCO. Do mesmo modo, para quem já trata alguma infecção respiratória, é fundamental fazer o uso adequado das medicações".


Tratamentos e transplante

O tratamento para a doença pulmonar obstrutiva crônica é primeiramente a medicação bronco dilatadora e, dependendo do quadro, associada a outras medicações. É importante ter acompanhamento médico para entender qual melhor forma de tratar de acordo com o paciente. O especialista alerta ainda que, no inverno, todas as doenças respiratórias têm maior incidência de aparecer, mas a DPOC deve ser tratada o ano todo.

Já para os casos mais graves, quando a doença progride de maneira rápida e afeta irreversivelmente o pulmão, há tratamentos complementares como a reabilitação e a fisioterapia respiratória. Entretanto, o pneumologista explica que, atualmente, uma alternativa viável é o transplante de pulmão, já disponível no Brasil. "O Hospital São Lucas Copacabana, por exemplo, é creditado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de pulmão, com estrutura e equipe capacitada para tal procedimento", completa Cardoso.

 


Hospital São Lucas Copacabana


Mielomeningocele

 

Estudo brasileiro sugere nova conduta mundial: cirurgia em idade gestacional precoce aumenta significativamente a possibilidade do bebê andar 

 

Todos os meses há cerca de 250 casos no Brasil. Agora, existe esperança maior para essas crianças e seus familiares


 

            Pesquisa da equipe do Centro de Medicina Fetal Gestar (GMFG), juntamente com os grupos Hcor-Associação Sanatório Sírio e Santa Joana, coordenada pelo dr. Fábio Peralta, demonstra o impacto da idade gestacional no momento do reparo do disrafismo espinhal fetal – ou seja de mielomeningocele. Os operados no início do intervalo gestacional de 19,7 a 26,9 semanas apresentaram maior probabilidade de caminhar com ou sem órtese. O dado impressiona: são 63,76% as estatísticas de sucesso.

 

            O estudo engloba um grupo de 69 bebês submetidos à intervenção intraútero com avaliação neurológica formal após 2,5 anos de idade. Veja o paper na íntegra em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34583428/.

 

            Em trabalho anterior do GMFG (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32112579/) , houve a comprovação de que a chance de a criança com Espinha Bífida Aberta ter de colocar o dreno ventrículo peritoneal cai em caso de cirurgia mais precoce.

 

            “É uma evidência científica de enorme relevância para essas crianças, para seus familiares, além de para a saúde e a Medicina”, pondera Fábio Peralta. “Digo também com orgulho que um momento de muita importância para nossa equipe que investe suas vidas e conhecimento nessa área. De 2015 até agora, chegamos à marca de 400 bebês com mielomeningocele operados intraútero, provavelmente uma das maiores do mundo”. 

 

            A expertise e excelência advindas dessas cirurgias propiciaram ao Centro de Medicina Fetal Gestar desenvolver técnicas novas e adaptáveis a diferentes tipos de mielomeningocele e à idade gestacional da operação. Foram elas a base de minuciosa construção científica com resultados expressivos, como a confirmação de que é essencial eliminar a agressão à coluna do bebê o mais cedo durante a gestação.

 

            “Faz um ano publiquei artigo sobre essa questão, demonstrando que no período de 19 a 26 semanas, quanto mais cedo corrigirmos a mielomeningocele menores são as chances de essa criança ter que realizar tratamento para a hidrocefalia, ou seja, colocar um dreno no cérebro. Pois, ao se colocar o dreno, atrapalha-se o desenvolvimento cognitivo dessa criança. Agora, chegamos à confirmação de que a operação no início desse intervalo gestacional redunda em maior probabilidade de caminhar com ou sem órtese.”

 

          Devido ao avanço representado pelo resultado da pesquisa, Fábio Peralta compreende ser indispensável propagar amplamente a influência da idade gestacional na chance de uma criança conseguir se locomover, com ou sem o uso de qualquer auxílio. Afinal, trata-se de um alento e esperança para bebês, pais e mães de todo o mundo: “Quanto mais precoce a cirurgia, melhor o prognóstico de andar”. 

 

Espinha Bífida Aberta

 

Mais conhecida como mielomeningocele, a Espinha Bífida Aberta é a mais comum anomalia congênita do sistema nervoso central.  No Brasil, temos uma incidência aproximada de 1/1000 nascidos vivos. É causa de paralisia dos membros inferiores, atraso no desenvolvimento intelectual, alterações intestinais, urinárias e ortopédicas.

 

Até há alguns anos, a correção da espinha bífida só era feita após o nascimento. Cerca de 80% dos bebês operados necessitavam da colocação de drenos no cérebro. Grande parte desses bebês, precisava de cirurgias repetidas que redundava em progressiva redução da capacidade intelectual e altas taxas de óbito: 15% dessas até o quinto ano de vida.
 

Em 2011, resultados de trabalho científico elaborado nos EUA, denominado de MOMs trial - Management of Myelomeningocele study (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21306277/) demostraram que os bebês com espinha bífida poderiam ser tratados ainda no útero por cirurgia aberta. Isso com significativo aumento na chance de deambular, melhora no desenvolvimento intelectual e menor necessidade de colocação de drenos cerebrais após o nascimento.

Desde então, o tratamento intrauterino por cirurgia aberta no útero tem sido o tratamento de escolha para fetos selecionados com espinha bífida. Porém, nem todos os bebês podem ser operados durante a gestação. Existem indicações específicas. Por exemplo, a idade gestacional entre 19 e 26 semanas.
 

O grupo de cirurgia fetal do Centro de Medicina Fetal Gestar e da Rede Gestar de Medicina Materno-Fetal, coordenado pelo dr. Fábio Peralta, é referência na utilização de técnica semelhante à descrita pelo MOMS trial, mas aprimorada de forma a diminuir os riscos maternos e o parto prematuro.
 

A técnica tradicional consiste em uma cirurgia aberta com uma incisão no útero de 6-8 cm de extensão.  A técnica da Gestar modificada e publicada internacionalmente, denominada correção da mielomeningocele fetal por mini-histerotomia, reduz a extensão da incisão uterina para 2,5 cm, o que consequentemente diminui os riscos maternos da cirurgia, mantendo os benefícios para o feto - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27656888/.


Neurocirurgião pediátrico alerta para os traumas em época de festas e férias

Conheça os sintomas de um traumatismo craniano

Veja algumas medidas preventivas de acidentes em crianças (e adultos)

 

“Nessa época do ano aumentam os casos de traumatismos cranianos em razão da maior circulação de carros e da falta de dispositivo de retenção infantil (cadeirinhas) e uso do cinto de segurança no banco traseiro, sem falar dos equipamentos de proteção em determinadas situações de lazer”, alerta o Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico.

 

As crianças apresentam fragilidades diferentes dos adultos, como por exemplo a estrutura óssea na cabeça e, nos bebês, a fontanela (moleira). As características ósseas e o processo natural de desenvolvimento do andar e do equilíbrio, tornam as crianças mais predispostas a traumatismos, especialmente na cabeça, levando frequentemente a procurar atendimento médico.

 

“Na maioria dos casos o traumatismo cranioencefálico pode ser considerado leve. Entretanto, nos casos graves a criança pode chegar no hospital em coma e precisar de cirurgia de emergência para tratar hematomas, descomprimir o cérebro ou monitorar a pressão intracraniana”, explica o neurocirurgião pediátrico.

 

Segundo o especialista, as estatísticas mostram que o traumatismo craniano é mais frequente dos 0 até os 4 anos em razão de quedas; dos 14 aos 24 anos por causa de acidentes de trânsito; e nos indivíduos acima de 65 anos também por causa de quedas.

 

Dr. Ricardo alerta para os sintomas que chamam atenção para o traumatismo craniano:

- Vômitos;

- Dor de cabeça;

- Sonolência;

- Perda de força ou dificuldades para andar;

- Alterações visuais;

- Confusão;

- Desmaio ou perda de consciência;

- Alterações na memória ou no comportamento;

- Deformidades na cabeça ou afundamentos;

- Qualquer alteração neurológica nova.

 

Quando algumas das características acima estiverem presentes, o atendimento médico deve ser realizado com urgência.

 

Algumas medidas podem prevenir os acidentes, principalmente, em crianças:

 

Nos esportes e brincadeiras:

- Uso de capacetes para o ciclismo, skate, patins, hipismo e patinete, por exemplo.

- Superfícies lisas e brinquedos com peso reduzido nos locais de recreação.

 

Quedas

- Colocação de redes ou barras nas janelas.

- Não utilizar andadores.

- Evitar lajes ou vãos livres altos.

- Evitar portões próximos às escadas.

 

Veículos automotores

- Uso de capacetes para motociclista e acompanhantes.

- Uso de cinto de segurança nos automóveis, e próprio para crianças, no banco traseiro.

- Airbags como equipamento obrigatório nos veículos.

- Não beber ou usar drogas ilícitas, principalmente se for dirigir

 

 

Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. É presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (2019/2021). Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato.

 

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Diabetes: prevenção, alimentação e atividade física são os aliados fundamentais para manter a qualidade de vida

 O custo do tratamento do diabetes é alto, envolve muitos cuidados, medicamentos e a maioria das pessoas só descobrem a doença com quadro em estágio avançado

 

Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da International Diabetes Federation (IDF) mostram que existem 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo. Globalmente, a prevalência do diabetes atingiu 9,3%, com mais da metade (50,1%) dos adultos não diagnosticados, sendo o diabetes tipo 2 responsável por cerca de 90% dos casos. 

Novas pesquisas indicam que o número de indivíduos que vivem com diabetes deve aumentar de 366 milhões em 2011 para 578 milhões até 2030 e 700 milhões em 2045, se nenhuma ação urgente for tomada. Isso equivale a aproximadamente três novos casos a cada dez segundos ou quase dez milhões por ano. Outros números também mostram que 80% das pessoas com diabetes vivem em países de baixa e média renda. 78.000 crianças desenvolvem diabetes tipo 1 todos os anos. E o maior número de pessoas com diabetes têm entre 40 e 59 anos de idade 

O diabetes é uma doença em que os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, podendo causar sérias complicações de saúde, incluindo doenças cardíacas, cegueira, insuficiência renal e amputações de membros inferiores. O diabetes é a sétima causa de morte nos Estados Unidos. 

“Dadas essas estatísticas, é altamente provável que profissionais de exercícios em uma ampla variedade de ambientes interajam com clientes com diabetes. A atividade física é uma intervenção comprovada que faz uma diferença impressionante para a saúde dos clientes que têm a doença e pode ajudar a preveni-los para aqueles que não têm. Compreender como o diabetes afeta a saúde física e mental de um indivíduo pode ser a chave para projetar e implementar um programa de exercícios aquáticos bem-sucedido para esses clientes. Exercícios físicos ajudam a diminuir a resistência à insulina e baixar o nível de glicose”, pontua Eduardo Netto, Diretor Técnico da Bodytech e autor do livro Atividade Física para Diabéticos. 

No momento, o diabetes tipo 1 não pode ser evitado. Os gatilhos ambientais que se acredita gerar o processo que resulta na destruição das células produtoras de insulina do corpo ainda estão sob investigação. Mas, felizmente, há muitas evidências de que mudanças no estilo de vida (alcançar um peso corporal saudável e atividade física moderada) podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Até 85% das complicações e morbidades entre os indivíduos com diabetes tipo 2 podem ser evitadas, retardadas ou tratadas com eficácia e minimizadas com visitas regulares a um profissional de saúde, monitoramento e medicação adequados e uma dieta e estilo de vida saudáveis. A identificação precoce de complicações potenciais pode fornecer oportunidades para intervenção, educação e encaminhamento para um especialista quando necessário. 

“A obesidade, especialmente a abdominal, está ligada ao desenvolvimento de diabetes tipo 2. A perda de peso melhora a resistência à insulina e reduz a hipertensão. Pessoas com sobrepeso ou obesas devem, portanto, ser incentivadas a atingir e manter um peso corporal saudável. O Programa de Prevenção de Diabetes descobriu que a perda de peso e o aumento da atividade física reduziram o desenvolvimento de diabetes tipo 2 em 58% durante um período de estudo de três anos. Entre os indivíduos mais velhos (aqueles com 60 anos ou mais), a redução foi de 71 por cento. E mais importante, indivíduos com sobrepeso que perdem até cinco a sete por cento de seu peso corporal por meio de exercícios e alimentação saudável podem efetivamente prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2 indefinidamente”, destaca Netto. 

Falando sobre complicações e efeitos, é importante saber que os problemas associados ao diabetes são comuns e podem ser graves. Os efeitos colaterais e comorbidades da doença podem incluir doenças cardíacas, derrame cerebral, hipertensão, cegueira e problemas oculares, doenças renais, complicações do sistema nervoso, amputações, doenças dentárias, complicações na gravidez e problemas de saúde mental (como depressão). 

O aumento da atividade física é importante para manter a perda de peso e está relacionado à redução da pressão arterial, redução da frequência cardíaca em repouso, aumento da sensibilidade à insulina, melhora da composição corporal e bem-estar psicológico, tornando-se um dos principais pilares na prevenção do diabetes.

 

O inimigo silencioso e muitas vezes mortal 

O número atual de pessoas com diabetes no Brasil é de 12.054.827, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Os dados são resultado da atualização do Censo de Diabetes. O mais alarmante é que metade dessa população não sabe que está doente. O Brasil é o décimo país com prevalência da doença e será, nos próximos anos, o terceiro em números de casos. O diabetes é uma patologia que pode ser prevenida, o primeiro passo é procurar ajuda, mudar os hábitos alimentares, praticar exercícios físicos diariamente e utilizar os medicamentos corretamente para cada caso para controlar a quantidade de glicose no sangue, e desta maneira, ter qualidade de vida. 

“O diabetes é uma doença multifatorial, e a evolução do quadro é determinante para os pacientes que têm predisposição genética. Isso explica por que existem pessoas com hábitos de vida muito ruins, obesos, sedentários e que vão viver 100 anos sem desenvolver diabetes. E nós temos a situação oposta, indivíduos magros, saudáveis, que mantêm uma rotina de exercícios diários, alimentação balanceada e tem a doença. O fator fundamental é a propagação da prevenção e incentivar a população a realizar exames para saber como está a saúde. Para mudar o cenário é preciso falar mais sobre o assunto. Pesquisas apontam que a mortalidade vascular de pré-diabetes é superior à da população em geral”, alerta Anna Gabriela Fuks, Mestre em Endocrinologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

A doença é silenciosa e o descontrole pode causar infarto do miocárdio, retinopatia, acidente vascular cerebral, pé de diabéticos, nefropatia e neuropatia. “É importante não menosprezar os cuidados diários para evitar complicações graves, como amputações e problemas de visão. Nunca é tarde para dar início a um estilo de vida saudável e sem excessos”, orienta a endocrinologista. 

Planejamento alimentar uma dieta restritiva, mas não é bem assim. O primeiro passo é marcar uma consulta com um nutricionista para definir um cardápio balanceado e específico para cada caso. 

“É importante cuidar da organização da rotina alimentar desde a primeira até a última refeição do dia e não pular as etapas. Para evitar quadros de hipoglicemia, é essencial incluir carboidratos complexos, fontes de fibras e proteínas no cardápio” destaca Daniela Lasman, nutricionista da Bodytech Iguatemi SP. 

A alimentação balanceada e saudável é composta por alimentos dos grupos dos energéticos, dos construtores e dos reguladores. A combinação e inclusão dos alimentos devem ser escolhidos com o auxílio de um nutricionista, respeitando as individualidades, as preferências, as aversões, a rotina e os exercícios físicos de cada paciente. 

“O segredo é saber combinar quando e quanto comer cada um dos alimentos de acordo com a sua rotina. O conjunto de hábitos, que incluem além da boa hidratação ao longo do dia e a qualidade do sono, são peças-chaves para o controle da glicemia. Alimentos que tenham características de liberação rápida de glicose como: bebidas alcoólicas, açúcar e carboidratos refinados (farinha branca) devem ser consumidos com muita cautela. O tradicional prato dos brasileiros, o famoso arroz, feijão, proteína e salada, é um excelente exemplo de uma boa combinação e de uma refeição equilibrada”, orienta Lasman.


Fumar pode ocasionar problemas auditivos

Tabagistas devem abandonar o vício para manter a saúde dos ouvidos em dia


Alcatrão, monóxido de carbono, nicotina, formol, solventes e amônia são apenas algumas das cerca de 4700 substâncias tóxicas que compõem o cigarro. Essas substâncias somadas aos outros presentes no cigarro causam, dentre vários problemas de saúde, a diminuição na capacidade de oxigenação sanguínea, causando obstruções vasculares e alterando a resistência que o sangue oferece ao seu próprio movimento. E o que isso tem a ver com a audição?

A Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães otorrinolaringologista e otoneurologista, de Curitiba, explica resumidamente. “Os ouvidos possuem estruturas muito sensíveis e qualquer mudança na circulação sanguínea pode afetá-los. A redução do oxigênio e de nutrientes no órgão provoca a morte das células auditivas, ocasionando perda de audição progressiva,” diz.

A dependência é causada pela nicotina, uma substância que estimula o cérebro ao prazer e está presente no tabaco. "Ao entrar em contato com a corrente sanguínea, a nicotina provoca uma sensação de bem-estar, relaxamento e minimiza a ansiedade", explica.
A lista de malefícios provocados pelo tabagismo é grande e inclui alterações auditivas. De acordo com um estudo apresentado como dissertação de mestrado da Unifesp, quem fuma, no mínimo, cinco cigarros por dia há mais de um ano tem quatro vezes mais chances de sofrer com zumbido. Foram avaliados 72 fumantes e 72 não fumantes, com idade entre 20 e 31 anos e de ambos os sexos. "O zumbido é um sintoma percebido na cabeça ou nos ouvidos sem a presença de uma fonte sonora externa. A perda de audição e alterações no sistema auditivo são as suas principais causas", ressalta a médica, mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).


Parar de fumar traz benefícios a curto e longo prazo

Rita destaca que a melhor maneira de evitar os danos do cigarro é parar de fumar o mais rápido possível. Ficar 20 minutos longe do tabaco contribui para a redução da frequência cardíaca e da pressão sanguínea e em duas horas já não há mais nicotina no organismo. Em 72 horas sem o produto, a quantidade de monóxido de carbono no corpo é normalizada. "Com o passar do tempo, a função respiratória é recuperada e a oxigenação dos tecidos volta ao normal, contribuindo para a saúde dos ouvidos e de todo o organismo", enfatiza a médica.

Dois anos sem fumar reduz pela metade as chances de ocorrer algum evento cardiovascular e em 10 anos o organismo do ex-fumante corre menos riscos de ter câncer. Quanto menor for o tempo do vício e a intensidade de consumo do cigarro, mais cedo os benefícios irão surgir. "O ideal é parar de fumar gradualmente para minimizar os sintomas de abstinência, que são desagradáveis e desencorajam o indivíduo a seguir em frente. O fumante deve procurar um médico especializado para que seja indicada a melhor estratégia terapêutica para interromper o hábito", acrescenta.

Rita, responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR, dá algumas orientações para ajudar os fumantes que desejam largar o vício:

- Retarde a hora de fumar o primeiro cigarro. Assim você passará a consumir menos cigarros por dia;


- Pratique exercícios físicos. A atividade física provoca bem-estar, reduz a ansiedade, ajuda a melhorar os sistemas respiratório e cardiovascular e ainda contribui para a manutenção do peso;


- Mude seus hábitos. Evite locais onde há fumantes e mude atitudes que incentivem o uso do cigarro.


- Escove os dentes após as refeições. O gosto da comida na boca aumenta a vontade de fumar.


- Evite o consumo de bebidas alcoólicas.

 

 

Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)

Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR

Blog: http://canaldoouvido.blogspot.com

Email: ritaguimaraescwb@gmail.com


Dezembro Laranja: os cuidados com a prevenção contra o câncer de pele devem acontecer durante o ano


Há sete anos, dezembro é o mês escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. O Dezembro Laranja foi criado para alertar para os sintomas e as principais formas de prevenção da doença. De acordo com o Inca - Instituto Nacional de Câncer - cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele surgem, por ano, no Brasil.

Estamos na contagem regressiva para o verão, quando naturalmente ficamos mais expostos aos raios solares. Para entendermos melhor: o câncer de pele é uma doença provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele e sua principal causa é a exposição solar excessiva. A pele é o maior órgão do corpo humano e tem como principais funções regular a temperatura corporal e proteger contra agressões externas, entre elas, os raios solares.

Entre os sintomas do câncer de pele estão o aparecimento de manchas vermelhas ou escuras e feridas que não cicatrizam e que podem sangrar. Esse tipo de câncer é fácil de prevenir e, embora pouco letal, em muitos casos exige intervenção cirúrgica. O diagnóstico precoce aumenta em 90% as chances de cura.

Preparamos algumas dicas para você manter uma pele bonita e saudável, principalmente no verão.

• Use sempre protetor solar com fator de proteção (FPS) de, no mínimo, 30. Ele deve ser reaplicado a cada duas horas em caso de exposição direta ao sol. Na praia e na piscina, não esqueça de levar chapéus ou bonés e óculos escuros para aumentar a proteção.

• Evite a exposição solar no período entre 10h da manhã e 4 h da tarde.

• Prefira as barracas de algodão ou lona, que barram cerca de 50% da radiação ultravioleta. Evite as de nylon, que oferecem uma proteção de apenas 5%.

É importante ressaltar que o uso do protetor deve ser feito independente da exposição ao sol e em todas as estações do ano, não só no verão! É possível encontrar nas farmácias várias opções de uso diário desses produtos, de acordo com o tipo de pele: sejam oleosas, secas ou mistas. Não economize na dose! A quantidade ideal para aplicar no rosto é o equivalente a uma colher de chá de protetor solar. Além da face, ele deve ser usado também nas outras áreas do corpo expostas. O protetor dever o nosso companheiro inseparável, mesmo para os dias nublados ou de chuva, já que os raios UV conseguem passar pelas nuvens, causando danos à nossa pele.

Aproveite o verão protegido e não deixe de consultar o dermatologista regularmente e, principalmente, em caso de alguma suspeita de câncer de pele!

 

 

Cleber Martins - Farmacêutico das Drogarias Pacheco


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