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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Professor chama a atenção para o aumento de casos de suicídio nas Faculdades de Medicina



O pneumologista Marcelo Rabahi comenta sobre os motivos que levam ao estresse e depressão entre os alunos das escolas médicas. O tema ainda é tratado com obscurantismo no Brasil, onde não se divulga dados específicos sobre estes casos.

Preocupação e angústia por causa da quantidade de matérias e provas, além da quase total falta de tempo para lazer e convivência familiar são algumas das causas do aumento de depressão e suicídio entre os alunos de Medicina, de acordo com Marcelo Rabahi, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT 2018).

O Datasus aponta que os casos de suicídio em geral no Brasil ultrapassaram 170 mil nos últimos 20 anos. Na comparação entre 1996 e 2016, o aumento foi de 100%. "Poucas são as causas de mortalidade que cresceram nesta magnitude", comenta o pneumologista.

Pesquisas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo¹ alertam que a depressão pode ser interpretada pelo aluno como uma fraqueza ou como parte da profissão - como se ele precisasse sofrer para entender o que é ser médico.

De acordo com Rabahi, a proliferação de escolas médicas é um ponto crucial nessa discussão, porque é preciso que todas as instituições estejam preparadas para oferecer apoio psicológico aos estudantes, cheios de incertezas e questionamentos sobre a profissão.

“Para a família do aluno, o ingresso na Faculdade de Medicina pode ser motivo de orgulho, mas não se deve esquecer da responsabilidade de dar suporte emocional ao jovem para que ele enfrente o que está por vir”, recomenda o médico.









Anvisa aprova novo antibiótico para combater bactérias multirresistentes



Zerbaxa é indicado para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa, considerada uma das três bactérias mais resistentes pela OMS (Organização Mundial de Saúde)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o novo antibiótico ceftolozana-tazobactam, comercialmente conhecido como Zerbaxa, para o tratamento de pacientes com infecções causadas por bactérias resistentes, entre elas, enterobactérias produtoras de ESBL ou BLEE (β-lactamase de espectro estendido) e  Pseudomonas aeruginosa. Desenvolvido pela farmacêutica MSD, o novo antibiótico está aprovado para infecções intra-abdominais complicadas e infecções do trato urinário complicadas.  
A resistência bacteriana tem se agravado progressivamente. Estima-se que 700 mil pessoas morram anualmente em todo o mundo devido ao fenômeno. Dados divulgados recentemente  revelam que até 2050, infecções por bactérias multirresistentes poderão matar 10 milhões de pessoas no mundo por ano, impacto maior que a mortalidade por câncer[1].
No Brasil, a realidade não é diferente. De acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas no país são causadas por micro-organismos multirresistentes[2] – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. Na lista das bactérias com menos opções de tratamento disponíveis, elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)  em 2017, está a  Pseudomonas aeruginosa.
Atualmente, até 40% dos casos de P. aeruginosa  detectados no Brasil apresentam resistência aos carbapenêmicos, como o meropenem, que é o antibiótico mais usado para tratar infecções graves. “O antibiótico ceftolozana-tazobactam, atualmente, é considerado a melhor opção para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa. Esse tipo de bactéria sempre foi um desafio para nós médicos, pois são muito frequentes em ambientes hospitalares, particularmente nas UTIs”, destaca Clóvis Arns da Cunha, infectologista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).  
Frequente agente infeccioso, a Pseudomonas aeruginosa pode ser resistente aos antibióticos escolhidos inicialmente para o tratamento. Sem antibióticos eficientes contra bactérias resistentes, muitos procedimentos médicos, como cirurgias e quimioterapia para pacientes com câncer poderiam  ser suspensos ou postergados. “Nós utilizamos antibióticos em complicações infecciosas de diversos procedimentos hospitalares, o que possibilitou vários avanços em várias áreas da saúde, incluindo os transplantes, por exemplo. Se as bactérias se tornarem resistentes aos antibióticos que temos disponíveis hoje, poderemos voltar à era pré-antibióticos, onde um simples ferimento infectado poderá causar graves danos”, alerta o médico.
Segundo estudos clínicos,  o novo antibiótico ceftolozana-tazobactam  demonstrou 87% de eficácia no tratamento de infecções bacterianas intra-abdominais complicadas, quando comparadas ao tratamento padrão com meropeném - eficácia de 83%, antibiótico de referência para o tratamento de bactérias resistentes.  Já para tratamento das infecções do trato urinário causadas por Pseudomonas aeruginosa, os números são ainda mais expressivos e a nova terapia demonstrou eficácia de 75%, quando comparados ao levofloxacino (eficácia de 47%), utilizado  como comparador para tratamento desta infecção[3].  

Resistência bacteriana, uma ameaça global
Em 2016, durante a Assembleia Geral da ONU, os países membros se comprometeram a implementar medidas globais para enfrentar a ameaça de microrganismos multirresistentes. Após anos de alertas sobre o problema da escassez de antibióticos e antifúngicos eficazes disponíveis, esta foi a primeira vez que os países assumiram o compromisso de enfrentar ativamente essa questão.
No início de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela primeira vez na história, divulgou uma lista de bactérias resistentes e fez um apelo pelo desenvolvimento de novos antibióticos[4], já que a descoberta de novas opções de tratamento contra estes organismos vem diminuindo há anos. Além da Pseudomonas aeruginosa, estão citadas no documento  Acinetobacter baumannii e diversas Enterobacteriaceae (incluindo Klebsiella pneumoniae, E. coli, Serratia spp. e Proteus spp.).
Entre os doze grupos de bactérias incluídas na lista da OMS, em três, a resistência aos antibióticos foi classificada como crítica, ou seja, que o desenvolvimento de novas opções terapêuticas é urgentemente necessário. Entre elas, está a Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos.
A resistência microbiana é um problema mundial e a MSD investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos para reverter este cenário. Além disso, a empresa se preocupa com o uso consciente e adequado destes medicamentos, uma vez que, se utilizados corretamente, podemos aumentar o tempo de vida do arsenal terapêutico existente e, até certo ponto, retardar a resistência microbiana,  explica Fernando Serra Brandão, diretor médico da MSD.




Sobre Zerbaxa
Zerbaxa, é uma solução composta por 1 g de sulfato de ceftolozana + 0,5 g de tazobactam sódico, encontrado em embalagem contendo 10 frascos-ampolas. É uma substância de uso hospitalar e indicado no tratamento de infecções bacterianas complicadas do abdômen e do trato urinário, incluindo uma condição chamada “pielonefrite aguda” (um tipo de infecção do trato urinário que afeta um ou ambos os rins) em adultos com idade a partir de 18 anos. A dose usual para adultos com função renal normal é 1,5g (1,0g ceftolozana/0,5g tazobactam) 8/8h por via intravenosa, com infusão em 1 hora.



MSD





[1] O’NEIL, J.Tackling Drug-Resistant Infections Globally: Final Report and Recommendations. Acessado em 12/09/2017 Disponível em: https://amr-review.org/sites/default/files/160525_Final%20paper_with%20cover.pdf
[2] Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Boletim de Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 14: Avaliação dos indicadores nacionais das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência microbiana do ano de 2015. Acessado em: 30/11/2017 Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/boletim-de-seguranca-do-paciente-e-qualidade-em-servicos-de-saude-n-13-avaliacao-dos-indicadores-nacionais-das-infeccoes-relacionadas-a-assistencia-a-saude-iras-e-resistencia-microbiana-do-ano-de-2015

[3] Circular aos Médicos (bula) de Zerbaxa. São Paulo; Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda., 2017.
[4] WHO. WHO publishes list of bacteria for which new antibiotics are urgently needed. Acessado em 30/11/2017 Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2017/bacteria-antibiotics-needed/en/







Visto eletrônico pode aumentar em 25% número de turistas japoneses no Brasil



Facilidade diminuirá de 40 dias para, no máximo, três, o processo de solicitação e emissão de vistos para turistas japoneses

Começou a valer na quinta-feira (11) o visto eletrônico para turistas japoneses que desejam visitar o Brasil. O país asiático é o segundo beneficiado com a iniciativa, que faz parte de um conjunto de ações chamado Brasil + Turismo, coordenado pelo Ministério do Turismo, para gerar emprego e renda no país por meio do setor. A Austrália foi o primeiro país a ser beneficiado com a medida, em novembro de 2017. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, medidas de facilitação de viagens podem aumentar em até 25% o fluxo turístico entre os países contemplados.  No caso, poderão ser 20 mil turistas japoneses a mais.

De acordo com levantamento do MTur, o Brasil recebeu 79,7 mil turistas japoneses que injetaram US$ 81,3 milhões na economia nacional. Pela projeção da OMT, com o novo visto, os números podem saltar para 100 mil viajantes - 20 mil a mais que o número atual - e US$ 101,6 milhões em receita. Para divulgar o visto eletrônico no Japão, está prevista para o dia 22 de janeiro uma solenidade na Embaixada do Brasil, em Tóquio, com a presença da secretária Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, Teté Bezerra, para oficializar a iniciativa no país.

O embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, reuniu-se com o ministro do Turismo, Marx Beltrão, nesta quarta-feira (10) para tratar dos detalhes de missão internacional de divulgação dos vistos eletrônicos. “O Brasil tem muitos atrativos turísticos. Seguramente a medida adotada pelo governo brasileiro vai aumentar o fluxo turístico entre os nossos países”, afirmou o embaixador. Ele lembrou que 2018 é o ano da comemoração dos 110 anos da migração japonesa para o Brasil.

Ainda neste mês, outros dois países serão beneficiados: Canadá (18) e Estados Unidos (25), encerrando assim a fase inicial dos países considerados estratégicos para o turismo nacional. Com o benefício, todo o período de solicitação, pagamento de taxas, análise, concessão e emissão de visto terá duração de até 72 horas contra os 40 dias necessários anteriormente. A solicitação do visto eletrônico é válida apenas para turismo de lazer ou negócios.
“O turismo é um setor extremamente estratégico, que movimenta mais de 50 segmentos da economia e já deu mostras em diversas partes do mundo que pode ajudar no desenvolvimento de economias complexas como a brasileira”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.


PERFIL - De acordo com pesquisa feita pelo Ministério do Turismo, metade dos japoneses que desembarcaram no Brasil, tinham nos negócios, eventos e convenções a principal motivação da viagem. Vinte e oito por cento esteve no Brasil a lazer. Destes, 67,2% vieram motivados pela natureza, ecoturismo ou aventura, enquanto 18,9% foram atraídos pela cultura.

Em relação aos destinos, os mais procurados para negócios foram Rio de Janeiro (41,2%), São Paulo (38,7%) e Campinas (4%). Já no quesito lazer as procuras foram por Foz do Iguaçu (70,5%), Rio de Janeiro (38,6%) e São Paulo (30%). E eles não se arrependeram da viagem já que para 86,8% deles a viagem atendeu ou superou as expectativas.






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