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terça-feira, 26 de julho de 2016

Acidente ocular é a principal causa de cegueira em um dos olhos no Brasil



 
No dia 27 de julho é comemorado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. Dentre os acidentes oculares de trabalho, 6% causam problemas irreversíveis. No Brasil, o acidente ocular é a principal causa de cegueira em um dos olhos. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima que os acidentes ocupacionais oculares correspondam a 150 mil casos por ano, com maior frequência entre homens na faixa etária de 20 a 40 anos, quando se está no auge da produtividade. Como este órgão é muito sensível, uma contusão ou descuido pode ter desfechos dramáticos. Apesar dos grandes avanços da medicina na área oftalmológica, os danos nem sempre são reversíveis.

O oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, explica que muitos acidentes oculares ocorrem por desrespeito às normas e leis de segurança de empresas ou uso inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Existem profissões que exigem o uso de EPIs, como, por exemplo, os óculos de proteção, e concentração do funcionário para evitar danos à visão. Quando estes dois fatores são subestimados, os riscos de lesões são altos”, diz o especialista, apontando que a inaptidão para o trabalho causada pelo comprometimento da visão é, em média, de 15 semanas, quando não permanente, contra cinco para as que afetam outras partes do corpo.

Cerca de 60% da população brasileira entre 18 a 40 anos precisam de lentes corretivas devido a algum tipo de desvio de refração (miopia, astigmatismo, hipermetropia). Muitas vezes, o acidente de trabalho acontece porque a pessoa não quer usar óculos de grau ou lentes ou está usando lentes com grau defasado e, consequentemente, não enxerga direito.

Curiosamente, os ferimentos mais comuns nos olhos não são decorrentes das profissões mais arriscadas que exigem o uso de óculos de proteção e máscaras. São os causados por produtos utilizados na limpeza doméstica, objetos pontiagudos ou estilhaços. A água sanitária e os produtos de limpeza são os grandes vilões. “Um respingo no globo ocular é suficiente para danificar a visão”, afirma Hilton Medeiros, alertando que grande parte dos acidentes poderiam ser evitados caso os adultos fossem mais cuidadosos ao manusear as substâncias.

Queimaduras provocadas por substâncias químicas são tão perigosas quanto aquelas causadas por fontes térmicas. O produto químico precisa ser removido rapidamente, caso contrário continua penetrando nos olhos, gerando reações inflamatórias, podendo perfurar os tecidos oculares.  

Colisões contra os olhos também são freqüentes e podem gerar desde um simples arranhão na córnea, um descolamento de retina, até o desencadeamento de uma catarata precoce ou glaucoma. “Nos casos mais graves, em que a contusão pode desenvolver uma catarata precoce ou até o descolamento de retina, tem de ser feita cirurgia para evitar a morte da retina e, consequentemente, a perda da visão”, explica o especialista. O mesmo procedimento deve ser adotado no caso de objetos perfurantes. “Objetos que chegam a perfurar e se instalar na estrutura ocular podem levar a perda total da visão em questão de dias”, completa.

Há outras situações em que os pacientes apresentam quadro de hemorragia, mas melhoram em até três dias. E nos casos mais simples, onde há apenas um arranhão no epitélio - fina camada de pele que envolve a córnea -, o paciente pode apresentar o quadro de dor e embaçamento da visão, e se recuperar em até dois dias.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, a cada ano, entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas ficam cegas no mundo em consequência de danos causados por traumas oculares.

HPV pode estar associado a 20% dos casos de câncer da cavidade oral



Hospital Alemão Oswaldo Cruz adere a campanha “Julho Verde”, que alerta para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço; álcool e tabagismo ainda são os principais fatores de risco


 Os tumores de boca, faringe, laringe e amígdala, denominados cânceres de cabeça e pescoço, estão atingindo cada vez mais os adultos jovens, de 30 a 45 anos, que não fumam ou consomem bebida alcoólica. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, neste ano, haja cerca de 15 mil novos casos de câncer de cavidade oral (orofaringe, boca e garganta), 20% deles ligados ao HPV (Vírus do Papiloma Humano). Os tumores de cabeça e pescoço são o quarto tipo mais frequente entre os homens brasileiros. Em países da Europa e nos Estados Unidos o vírus é responsável por 70% dos cânceres de língua ou amígdalas.

            Diante deste cenário, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz adere ao “Julho Verde”, que celebra o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (27/7), para alertar a população sobre os principais fatores de risco e sobre a importância da prevenção da doença.  Durante este mês, como uma forma de simbolizar a campanha, a fachada do Complexo Hospitalar estará iluminada de verde.

            De acordo com o oncologista Carlos Henrique Teixeira, do Centro de Oncologia do Hospital, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são os principais responsáveis pelo surgimento de câncer de cabeça e pescoço, no entanto, nos últimos anos o HPV se tornou um importante fator de risco. “O fato do câncer de cabeça e pescoço, associado ao HPV, estar crescendo entre a população jovem, se deve a mudança do comportamento sexual e da prática do sexo oral sem proteção. Homens e mulheres estão vulneráveis ao surgimento destes tumores”, afirma Teixeira. 

O especialista ainda alerta sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Feridas na boca que não cicatrizam, sangramento espontâneo da parte interna da cavidade bucal, manchas brancas ou vermelhas, rouquidão contínua e mudanças no tom de voz, nódulos e dores na região do pescoço podem indicar o surgimento da doença.

“ O autoexame é importante para observar as regiões internas e externas dos lábios, boca, língua e bochechas, além da procura de gânglios na região do pescoço. Caso a pessoa identifique algo diferente é importante procurar um dentista ou um médico para a confirmação diagnóstica”, diz Teixeira. 

Tratamento Integrado
O Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com equipe multidisciplinar composta por médicos oncologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, cirurgiões bucomaxilofacial, radio-oncologistas, além de psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogo, capazes de oferecer atenção adequada a todas as fases da doença. 

 “Durante ou após o tratamento o paciente pode apresentar dificuldade para comer ou para falar. Por isso é extremamente importante ele poder contar com especialistas que irão disponibilizar um cuidado integrado. Além do tratamento específico, é extremamente importante amenizar os efeitos colaterais e atuar na reabilitação dos pacientes”, diz o oncologista. 

No Centro de Oncologia do Hospital, pacientes se beneficiam dos avanços e das novas técnicas de radioterapia, que atualmente permitem dirigir o feixe de radiação de uma forma que atinge o tumor em todas as suas dimensões, sem agredir os tecidos das regiões próximas, promovendo sequela mínimas e mais rapidez no tratamento. Todos os recursos de imagem necessários para o planejamento preciso da radioterapia - PET- CT, tomografias e ressonâncias magnéticas -, são diferenciais oferecidos no Centro.

“A conduta no tratamento, entre cirurgia, radioterapia ou ambos, associados ou não a quimioterapia, sempre vai depender de cada caso. Por isso a importância de uma equipe integrada que contemple todo o tratamento. Em casos de pacientes de cabeça e pescoço ligados ao HPV, geralmente o prognóstico é melhor. Porém, o tratamento padrão ainda deve ser seguido, com quimioterapia, cirurgia e/ou radioterapia”, finaliza Teixeira.

 

 
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br

Alzheimer: um mal silencioso que adoece toda a família – como conviver com a doença




Número de pessoas com doença no Brasil pode ultrapassar um milhão; no mundo, este número alcança a marca de 35 milhões

A doença de Alzheimer é a mais frequente forma de demência entre idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio em certas funções intelectuais: memória, orientação no tempo e espaço, pensamento abstrato, aprendizado, incapacidade de realizar cálculos simples, distúrbios da linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar tarefas cotidianas.

A doença desenvolve-se como resultado de uma série de eventos complexos que ocorrem no cérebro. Basicamente se manifesta pela alteração de todas as funções cerebrais. Sendo o cérebro o único órgão do corpo primariamente afetado.

“A partir dos 65 anos, a doença se manifesta de forma mais frequente, porém pode se manifestar em idades mais precoces, principalmente a partir dos 50 anos. A doença pode ser hereditária em sua forma rara”, explica o médico geriatra, Dr. Thiago Monaco.

Evolução
A doença evolui da seguinte forma: Leve, moderada, moderadamente grave e grave. Nos casos mais leves, apenas lapsos de memória podem ser as únicas manifestações. Nos mais graves, o paciente mostra-se dependente de terceiros para suas atividades diárias e sobrevivência.

Já nos casos mais avançados, há perda do senso crítico, o que em algumas vezes pode levar a necessidade de interdição do paciente. “Não existe prevenção para o Alzheimer. Alguns estudos sugerem que atividades intelectuais como leitura, por exemplo, podem retardar as manifestações clínicas da doença”, alerta o geriatra.

Diagnóstico precoce
Todas as pessoas possuem lapsos de esquecimento, independente de idade, porém, quando acontece com frequência pode ser indício de um quadro patológico. É preciso atentar aos primeiros sinais de esquecimento e desorientação. “Recomenda-se que a família tente conversar com seu ente querido sobre o que está percebendo, observando em quais momentos estes sintomas são mais recorrentes e, sobretudo, se estão aumentando e interferindo nas atividades rotineiras”, adverte Thiago.

O diagnóstico da doença é feito por meio de avaliação clínica detalhada e exame físico completo. Exames complementares podem ser úteis e a avaliação neuropsicológica tem sido solicitada com muita frequência pelos profissionais.

Por se tratar de uma doença progressiva, neurodegenerativa e irreversível, o quadro pode piorar de forma.

Uma parcela dos doentes, especialmente nas fases iniciais e intermediárias, pode se beneficiar de medicamentos específicos para o tratamento. Entretanto, não existe nenhum medicamento que garanta a cura ou que interrompa definitivamente o curso da doença.

Convivendo com Alzheimer
Lidar com uma nova realidade é sempre difícil, principalmente quando se refere a um diagnóstico de Alzheimer. Esta é uma das razões que podem fazer com que alguns pacientes manifestam sintomas de depressão. A tristeza constante, o negativismo, o pessimismo e a desesperança podem aumentar.

Incentivar o enfrentamento das dificuldades, estimular pensamentos positivos e especialmente oferecer apoio emocional no escopo de transmitir tranquilidade, principalmente nos momentos de angústia e irritação torna-se indispensável.

Auxiliar no controle do uso de medicações; ajudar na orientação temporal utilizando calendário; auxiliar nas atividades diárias criando rotinas, são algumas maneiras de atenuar a situação. Procurar um grupo de apoio e acompanhamento psicoterapêutico também podem ajudar no processo de acompanhamento do paciente.

Outra dica bastante recomendada é ler sobre o assunto e receber orientação de profissionais. A doença exige paciência, dedicação e compreensão. A negação da realidade, a falta de paciência, a ignorância e o abandono, são os principais fatores que favorecem para um isolamento do paciente e possível agravo da doença. O doente de Alzheimer morre por complicações associadas à doença, principalmente por infecção respiratória.

“A solidariedade, o apoio e a compreensão não podem faltar nos cuidados com o doente. O paciente não deve sentir-se excluído da rotina e convívio familiar, pois, a doença, por si só, não acarreta primariamente a morte”, finaliza o geriatra.




Thiago Monaco - geriatra, Professor Doutor da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da UniNove.
(11) 5051-5572
Al. dos Jurupis, 452, cj 64, Moema, São Paulo - SP

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