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| Imagem gerada com auxílio de IA |
“Cérebro bem alimentado é cérebro que aprende melhor.” A frase, que costuma ser
repetida entre nutricionistas e educadores, ganha cada vez mais respaldo
científico. Um estudo da Harvard T.H. Chan School of Public Health,
por exemplo, mostrou que crianças que consomem regularmente frutas, vegetais e
proteínas magras apresentam níveis mais altos de atenção e desempenho cognitivo
em comparação às que têm dietas ultraprocessadas.
No
Brasil, uma revisão realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM) aponta que o estado nutricional exerce influência direta sobre o
rendimento escolar: tanto a desnutrição quanto o excesso de peso estão
associados a dificuldades de atenção, memória e raciocínio, comprometendo o
aprendizado. Em um mundo onde os desafios de concentração e ansiedade são cada
vez mais comuns entre estudantes, olhar para o prato passa a ser tão importante
quanto olhar para os livros.
De
olho nesse movimento, escolas já começam a investir em projetos de
nutrição integrados ao currículo pedagógico. Um exemplo é a Start Anglo
Bilingual School, que inicia suas operações no Rio de Janeiro
em fevereiro de 2026 com a proposta de unir alta performance acadêmica,
bem-estar e saúde. A instituição firmou parceria com a Sanutrim
e conta com a curadoria da nutricionista Cynthia Howlett, referência
nacional em nutrição infantil, para oferecer refeições orgânicas e balanceadas
no dia a dia escolar.
“Educação e saúde caminham juntas. Se queremos alunos atentos, produtivos e emocionalmente equilibrados, precisamos cuidar do que eles comem, do sono e da atividade física. Alimentação saudável não é detalhe, é base para o desenvolvimento integral”, destaca Kassula Corrêa, diretora regional da Start Anglo Bilingual School no Rio.
A proposta vai além de oferecer refeições orgânicas e balanceadas.
A escola prevê incluir a educação alimentar no currículo,
estimulando desde cedo a consciência sobre escolhas nutricionais, sustentabilidade
e autocuidado. A ideia é que a criança não apenas se alimente bem dentro da
escola, mas também desenvolva hábitos para a vida toda.
Diversos
especialistas reforçam a importância desse caminho. Organismos internacionais
de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS),
orientam que crianças tenham uma dieta baseada em alimentos in natura e
minimamente processados, fundamentais para o crescimento saudável e a prevenção
de doenças. Pesquisas também apontam efeitos diretos sobre a aprendizagem: um
estudo da University of Leeds, no Reino Unido, publicado em Frontiers in
Public Health, mostrou que estudantes que frequentemente pulavam o café da
manhã tiveram notas significativamente mais baixas nos exames nacionais (GCSE),
uma diferença média de quase duas notas em relação aos colegas que faziam a
refeição regularmente.
Para
Kassula, o desafio da educação do século XXI não é apenas preparar para provas,
mas para a vida.
“Estamos
falando de formar crianças com múltiplas competências, prontas para encarar um
mundo que muda todos os dias. Se queremos alta performance acadêmica,
precisamos garantir antes um corpo e uma mente nutridos, descansados e
saudáveis”, completa.
6 benefícios de uma alimentação equilibrada para crianças
- Mais foco e concentração:
refeições balanceadas evitam picos de glicose, que causam dispersão.
- Melhor desempenho acadêmico:
estudos mostram que café da manhã saudável aumenta em até 100% as chances
de notas acima da média.
- Desenvolvimento cognitivo:
nutrientes como ferro, zinco e ômega-3 estão ligados à memória e à
aprendizagem.
- Redução da ansiedade e irritabilidade:
alimentos ricos em triptofano, por exemplo, favorecem a produção de
serotonina.
- Fortalecimento do sistema imunológico:
crianças bem nutridas adoecem menos e faltam menos às aulas.
- Formação de hábitos para a vida:
escolhas alimentares conscientes na infância se refletem na saúde adulta.
Mais
do que refeições no cardápio, é importante apostar em uma visão integral de
aprendizagem, na qual nutrição, bem-estar e tecnologia caminham
lado a lado. Afinal, como resumem educadores e médicos, não existe futuro
brilhante com uma base frágil, e essa base começa no prato.

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