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sábado, 11 de outubro de 2025

No Dia das Crianças, o melhor presente é garantir o direito à inclusão

Muito esperada pelo comércio como uma data para dar presentes, o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é na verdade um momento importante do ano para lembrar do que realmente deve ser protegido: os direitos da infância. Previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esse conjunto de garantias assegura que toda criança tenha acesso à educação, saúde, lazer e, acima de tudo, à dignidade. E, vale ressaltar, entre tantos direitos, uma luta diária entre crianças neurodivegentes, o direito à inclusão. 

Para a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, incluir é reconhecer que cada criança tem um modo singular de se comunicar, aprender e se relacionar com o mundo. Ela explica que, no caso de crianças autistas e de outras neurodivergências, a inclusão não é apenas uma questão pedagógica, mas também emocional e social. “Quando a escola e a sociedade acolhem a diferença, elas dão à criança a chance de se desenvolver com segurança e pertencimento. Isso muda completamente a trajetória dela e da família.” 

Bárbara destaca que o brincar, muitas vezes visto apenas como diversão, é também uma linguagem. Por isso, adaptar espaços e atividades é essencial para que todas as crianças possam participar. “Brincar é um direito, e o direito de brincar junto é um dos pilares da inclusão. Quando o ambiente é acessível, a criança se sente vista, e o grupo aprende a conviver com a diversidade de forma natural”, explica. 

A neuropsicóloga lembra ainda que a inclusão verdadeira vai além da matrícula na escola ou da presença física em uma sala de aula. Ela exige formação de professores, diálogo com as famílias e políticas públicas consistentes. “Não se trata de dar um espaço, mas de criar pertencimento. A diferença não é o problema, mas sim o quanto a sociedade ainda resiste a enxergá-la como potência.” 

Neste Dia das Crianças, falar em presente pode continuar sendo um gesto de carinho. Mas o presente mais valioso não vem em caixa: é o compromisso de toda a sociedade em garantir que cada criança, em sua singularidade, tenha o direito de ser plenamente quem é.


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