Aprender inglês ou dominar a inteligência artificial?
Para muitos profissionais da América Latina, a resposta é: os dois. É o que
mostra a pesquisa “Work: In Progress – Descobertas de como a IA está
transformando o trabalho”, realizada pelo Google Workspace em parceria com a
Provokers e a IDC. Entre os 3.569 participantes, de Brasil, Argentina, Chile,
Colômbia e México, 32% apontaram como prioridade, nos próximos dois a cinco
anos, tanto aprender um novo idioma quanto se aprofundar no uso de assistentes
de IA.
Os números refletem uma mudança clara no perfil das competências
valorizadas no mercado. Enquanto o inglês sempre foi considerado um trunfo para
a carreira, agora a alfabetização digital em IA assume papel equivalente. No
Brasil, 74% dos entrevistados já usam assistentes de IA no dia a dia,
especialmente para análise de dados (57%), busca de informações (55%), revisão
e tradução de textos ou e-mails (55%) e criação de conteúdo (53%).
O levantamento também revela um fenômeno preocupante: quase metade
dos profissionais aprendeu a usar essas ferramentas por conta própria, e 45%
preferem recorrer a assistentes pessoais, mesmo conscientes dos riscos de
manipular dados corporativos em plataformas externas. O chamado Shadow AI
surge justamente desse descompasso entre demanda e oferta de soluções seguras
dentro das empresas.
Segundo Andre Purri, CEO
da Alymente, essa lacuna representa tanto uma oportunidade quanto um
desafio para as organizações. “Muitas empresas ainda não estruturaram
treinamentos em IA, e os colaboradores acabam se adaptando por conta própria.
Isso pode gerar ganhos de produtividade, mas também riscos de segurança e
inconsistência nos processos internos”, analisa. Oferecer capacitação formal é
estratégico, tanto para manter dados protegidos quanto para garantir que os
times aproveitem todo o potencial das novas ferramentas.
O movimento deixa clara uma tendência: falar inglês continua sendo
importante, mas dominar a “língua da IA” já se tornou estratégico.
Profissionais que não se adaptarem podem ficar para trás, enquanto empresas que
não oferecem treinamentos correm o risco de ver seus colaboradores buscarem
soluções externas — colocando dados e processos em risco.
Caso tenha interesse na pauta, basta nos avisar que faremos a ponte com o executivo/especialista para uma entrevista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário