A endocrinologista Dra. Nathalia Ferreira explica as particularidades de cada tratamento e quando eles são indicados
Nos últimos anos,
as chamadas “canetas emagrecedoras” ganharam espaço nas prescrições médicas e
na rotina de quem busca perder peso com orientação profissional. Medicamentos
como o Ozempic e o Wegovy ficaram populares principalmente por sua aplicação
prática e pelos resultados divulgados por celebridades e influenciadores. No
entanto, esses fármacos representam apenas uma das opções disponíveis no
arsenal médico para o tratamento da obesidade e do sobrepeso.
Segundo a
endocrinologista Dra. Nathalia Ferreira, a principal diferença entre as canetas
injetáveis e os medicamentos orais tradicionais está no mecanismo de ação.
“Essas canetas imitam hormônios naturais do nosso corpo, como o GLP-1, que
ajudam a controlar o apetite, retardar o esvaziamento gástrico e melhorar a
resposta da insulina. Já os remédios orais podem ter mecanismos variados, como
aumentar a saciedade, reduzir a absorção de gordura ou agir no sistema nervoso
central”, explica.
Além do modo de
uso — uma aplicação subcutânea semanal no caso das canetas —, outro fator que
diferencia os tratamentos é o perfil do paciente. De acordo com a médica, a
escolha do medicamento depende de uma avaliação individualizada, considerando
histórico de saúde, presença de outras doenças, estilo de vida e os objetivos de
cada pessoa. “Não existe um tratamento único que funcione para todos. O que
existe é um acompanhamento adequado para encontrar a melhor opção para aquele
paciente”, reforça a endocrinologista.
Outro ponto
importante destacado pela Dra. Nathalia é que as canetas emagrecedoras, apesar
de eficazes, não são isentas de efeitos colaterais. Náuseas, vômitos e
alterações gastrointestinais estão entre os sintomas mais comuns, especialmente
no início do tratamento. “Por isso é fundamental que o uso seja feito sempre
com orientação médica, evitando automedicação ou uso indiscriminado”, alerta.
Diante desse cenário, a médica lembra que os medicamentos — sejam injetáveis ou orais — devem ser vistos como aliados dentro de um programa de perda de peso mais amplo, que envolva mudanças de hábitos alimentares e prática regular de atividade física. “Nenhum remédio funciona sozinho. Por isso é importante lembrar que o tratamento da obesidade é multifatorial e exige um olhar global sobre o paciente”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário