Conheça
o novo serviço oftalmológico do COC
Quimioterapia
ou radioterapia podem impactar a saúde ocular e precisam de acompanhamento
oftalmológico adequado
Abril marrom é a campanha de conscientização sobre a saúde
ocular. Na área da oncologia, é sabido que alguns dos tratamentos contra o
câncer podem afetar a visão de diversas maneiras. Neuropatias, olhos secos e
inflamações estão os possíveis efeitos colaterais verificados em pacientes
submetidos a certos tipos de quimioterapias ou radioterapias, por exemplo. O
Centro de Oncologia Campinas, em continuidade ao programa de expansão da rede
multidisciplinar de atendimento, traz, a partir de amanhã (dia 10 de abril), um
novo serviço integrado, o de oftalmologia clínica e oncológica.
No mês que destaca os cuidados com os olhos, o COC passa a
oferecer a seus pacientes, em parceria com o Instituto de Oftalmologia Cangussu
(IOC), desde exames periódicos até avaliações complexas e preventivas, além de
cirurgias e assistência em geral. O Serviço de Oftalmologia Clínica e
Oncológica se soma aos outros já existentes de endoscopia digestiva, nutrição,
psicologia, exames laboratoriais, educação física, odonto-oncologia,
radioterapia, quimioterapia e oncologia clínica para fortalecer o atendimento
multidisciplinar do centro.
“O novo serviço tem como propostas prevenir e cuidar dos
efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos, mas também realizar o
acompanhamento oftalmológico convencional e ainda diagnosticar tumores
oculares. O COC continuamente busca por profissionais e especialidades que
contribuam para a detecção precoce e o tratamento do câncer e que também tratem
da saúde geral das pessoas”, enfatiza o oncologista Fernando Medina, sócio do
Centro de Oncologia Campinas.
“Nossa intenção é abrir outros caminhos, como, por exemplo,
a ginecologia oncológica, criando um serviço capaz de atender a todas as
necessidades para detecção de doenças ginecológicas. O DNA do Centro de
Oncologia é de prevenção de doença”, acrescenta.
O diretor executivo do COC, Jair Rotoli Júnior, salienta que
o COC se empenha na ampliação do escopo de especialidades a fim de colaborar de
todas as maneiras possíveis com seus pacientes. “Ao ampliarmos nossa equipe
multidisciplinar, permitimos que nossos pacientes possam realizar todos os
tratamentos e procedimentos que necessitam em um mesmo lugar, com equipes
altamente qualificadas e preparadas, que conversam entre si e realizam um
atendimento humanizado”, detalha.
O oftalmologista Franklin Cangussu é responsável pelo novo
serviço oftalmológico do COC. O IOC, que possui unidades na capital paulista e
em outras cidades do interior do estado, está preparado para realizador
procedimentos rotineiros para pacientes em geral e diagnosticar e prevenir
intercorrências dos tratamentos oncológicos ligadas à visão.
“Os tratamentos contra o câncer, como quimioterapia,
radioterapia e terapia-alvo, podem afetar os olhos de diversas maneiras,
dependendo do tipo de medicação e do tempo de exposição. Os efeitos colaterais
podem ser temporários ou permanentes e variam de leves a graves”, explica o
médico.
Como
os tratamentos podem afetar os olhos?
Franklin Cangussu lista algumas das principais
intercorrências oftalmológicas dos tratamentos oncológicos.
“Medicamentos quimioterápicos podem reduzir a produção
lacrimal, causando irritação, sensação de areia nos olhos e visão embaçada;
podem ocorrer uveítes (inflamação na úvea), conjuntivites químicas e
episclerites”, exemplifica.
Segundo ele, alguns tipos de quimioterapia e o uso
prolongado de corticoides em alguns casos são capazes de acelerar o
desenvolvimento da catarata. “A toxicidade de certos quimioterápicos pode
afetar o nervo óptico, levando à perda de visão parcial ou total; é possível
também alterações nos vasos sanguíneos da retina, semelhante à retinopatia
diabética, e ceratopatia tóxica, que leva à erosão da córnea e dor ocular”.
O monitoramento oftalmológico, completa, é essencial para
minimizar os riscos e combater os efeitos. “Exames periódicos detectam
precocemente qualquer alteração ocular e em ocorrência de efeitos colaterais
graves, há soluções como ajuste ou troca da medicação”.
O acompanhamento oftalmológico também destaca orientações
importantes para a melhora da rotina do paciente oncológico, como a indicação
de uso de óculos com filtro UV, que protegem contra a fotossensibilidade
causada por certos tratamentos, e a necessidade de rigor na higiene ocular,
para evitar infecções, especialmente se o paciente estiver imunossuprimido.
Embora não exista um protocolo universal para conduta
oftalmológico, há diretrizes que auxiliam no acompanhamento oftalmológico de
pacientes oncológicos, reforça o médico. A indicação é para realização de
avaliação oftalmológica antes do início do tratamento oncológico (especialmente
se houver histórico prévio de doenças oculares). O paciente também deve ser
encaminhado ao oftalmologista ao primeiro sinal de problema visual.
Exames oftalmológicos regulares durante o tratamento,
especialmente se houver sintomas visuais, ajudam a diagnosticar efeitos
colaterais antes que se agravem. Ainda deve ser realizado um monitoramento específico
para pacientes que fazem uso de medicamentos de alto risco para os olhos, como.
• Tamoxifeno (câncer de mama): Avaliação da retina e mácula
regularmente.
• Inibidores da tirosina quinase (câncer hematológico):
Monitoramento de neuropatia óptica e oclusões vasculares.
• Radioterapia na região da cabeça e pescoço: Acompanhamento
para prevenir e tratar ceratopatia por exposição.
“Os tratamentos oncológicos podem impactar a saúde ocular de
várias formas, mas o acompanhamento oftalmológico adequado ajuda a minimizar
esses efeitos. A colaboração entre oncologistas e oftalmologistas é fundamental
para garantir um tratamento seguro e preservar a visão dos pacientes”,
finaliza.
Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.
Telefone (19) 3787-3400.
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