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quinta-feira, 10 de abril de 2025

Abril marrom: tratamento contra o câncer afeta a visão?


Conheça o novo serviço oftalmológico do COC

Quimioterapia ou radioterapia podem impactar a saúde ocular e precisam de acompanhamento oftalmológico adequado


Abril marrom é a campanha de conscientização sobre a saúde ocular. Na área da oncologia, é sabido que alguns dos tratamentos contra o câncer podem afetar a visão de diversas maneiras. Neuropatias, olhos secos e inflamações estão os possíveis efeitos colaterais verificados em pacientes submetidos a certos tipos de quimioterapias ou radioterapias, por exemplo. O Centro de Oncologia Campinas, em continuidade ao programa de expansão da rede multidisciplinar de atendimento, traz, a partir de amanhã (dia 10 de abril), um novo serviço integrado, o de oftalmologia clínica e oncológica.

No mês que destaca os cuidados com os olhos, o COC passa a oferecer a seus pacientes, em parceria com o Instituto de Oftalmologia Cangussu (IOC), desde exames periódicos até avaliações complexas e preventivas, além de cirurgias e assistência em geral. O Serviço de Oftalmologia Clínica e Oncológica se soma aos outros já existentes de endoscopia digestiva, nutrição, psicologia, exames laboratoriais, educação física, odonto-oncologia, radioterapia, quimioterapia e oncologia clínica para fortalecer o atendimento multidisciplinar do centro.

“O novo serviço tem como propostas prevenir e cuidar dos efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos, mas também realizar o acompanhamento oftalmológico convencional e ainda diagnosticar tumores oculares. O COC continuamente busca por profissionais e especialidades que contribuam para a detecção precoce e o tratamento do câncer e que também tratem da saúde geral das pessoas”, enfatiza o oncologista Fernando Medina, sócio do Centro de Oncologia Campinas.

“Nossa intenção é abrir outros caminhos, como, por exemplo, a ginecologia oncológica, criando um serviço capaz de atender a todas as necessidades para detecção de doenças ginecológicas. O DNA do Centro de Oncologia é de prevenção de doença”, acrescenta.

O diretor executivo do COC, Jair Rotoli Júnior, salienta que o COC se empenha na ampliação do escopo de especialidades a fim de colaborar de todas as maneiras possíveis com seus pacientes. “Ao ampliarmos nossa equipe multidisciplinar, permitimos que nossos pacientes possam realizar todos os tratamentos e procedimentos que necessitam em um mesmo lugar, com equipes altamente qualificadas e preparadas, que conversam entre si e realizam um atendimento humanizado”, detalha.

O oftalmologista Franklin Cangussu é responsável pelo novo serviço oftalmológico do COC. O IOC, que possui unidades na capital paulista e em outras cidades do interior do estado, está preparado para realizador procedimentos rotineiros para pacientes em geral e diagnosticar e prevenir intercorrências dos tratamentos oncológicos ligadas à visão.

“Os tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo, podem afetar os olhos de diversas maneiras, dependendo do tipo de medicação e do tempo de exposição. Os efeitos colaterais podem ser temporários ou permanentes e variam de leves a graves”, explica o médico.


 Como os tratamentos podem afetar os olhos?

Franklin Cangussu lista algumas das principais intercorrências oftalmológicas dos tratamentos oncológicos.

“Medicamentos quimioterápicos podem reduzir a produção lacrimal, causando irritação, sensação de areia nos olhos e visão embaçada; podem ocorrer uveítes (inflamação na úvea), conjuntivites químicas e episclerites”, exemplifica.

Segundo ele, alguns tipos de quimioterapia e o uso prolongado de corticoides em alguns casos são capazes de acelerar o desenvolvimento da catarata. “A toxicidade de certos quimioterápicos pode afetar o nervo óptico, levando à perda de visão parcial ou total; é possível também alterações nos vasos sanguíneos da retina, semelhante à retinopatia diabética, e ceratopatia tóxica, que leva à erosão da córnea e dor ocular”.

O monitoramento oftalmológico, completa, é essencial para minimizar os riscos e combater os efeitos. “Exames periódicos detectam precocemente qualquer alteração ocular e em ocorrência de efeitos colaterais graves, há soluções como ajuste ou troca da medicação”.

O acompanhamento oftalmológico também destaca orientações importantes para a melhora da rotina do paciente oncológico, como a indicação de uso de óculos com filtro UV, que protegem contra a fotossensibilidade causada por certos tratamentos, e a necessidade de rigor na higiene ocular, para evitar infecções, especialmente se o paciente estiver imunossuprimido.

Embora não exista um protocolo universal para conduta oftalmológico, há diretrizes que auxiliam no acompanhamento oftalmológico de pacientes oncológicos, reforça o médico. A indicação é para realização de avaliação oftalmológica antes do início do tratamento oncológico (especialmente se houver histórico prévio de doenças oculares). O paciente também deve ser encaminhado ao oftalmologista ao primeiro sinal de problema visual.

Exames oftalmológicos regulares durante o tratamento, especialmente se houver sintomas visuais, ajudam a diagnosticar efeitos colaterais antes que se agravem. Ainda deve ser realizado um monitoramento específico para pacientes que fazem uso de medicamentos de alto risco para os olhos, como.

• Tamoxifeno (câncer de mama): Avaliação da retina e mácula regularmente.

• Inibidores da tirosina quinase (câncer hematológico): Monitoramento de neuropatia óptica e oclusões vasculares.

• Radioterapia na região da cabeça e pescoço: Acompanhamento para prevenir e tratar ceratopatia por exposição.

“Os tratamentos oncológicos podem impactar a saúde ocular de várias formas, mas o acompanhamento oftalmológico adequado ajuda a minimizar esses efeitos. A colaboração entre oncologistas e oftalmologistas é fundamental para garantir um tratamento seguro e preservar a visão dos pacientes”, finaliza.

 

COC - Centro de Oncologia Campinas
Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.
Telefone (19) 3787-3400.


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