Pequeno Príncipe tira todas as dúvidas
sobre a doença que ganhou destaque nas últimas semanas após filho de cantor
passar por cirurgia
A tetralogia de Fallot (T4F) é a cardiopatia
congênita cianótica mais comum. Essa malformação do coração ganhou destaque nas
últimas semanas devido ao cantor Cristiano, da dupla com Zé Neto, ter um filho
de apenas 5 meses que precisou de cirurgia por apresentar essa condição.
O diagnóstico precoce ainda durante a gestação, por meio do
ecocardiograma fetal, é crucial, pois possibilita a preparação para
intervenções cirúrgicas, que podem variar de acordo com a gravidade da T4F. “Há
crianças que nascem bem e realizam o procedimento no primeiro ano de vida, e
outras que precisam do procedimento logo ao nascer”, explica a médica responsável pelo Serviço de Cardiologia do Pequeno
Príncipe, Cristiane Nogueira Binotto.
O que é tetralogia de Fallot?
A tetralogia de Fallot é caracterizada pela presença de cianose
central (coloração azulada da pele decorrente de oxigenação
insuficiente do sangue). Essa condição envolve quatro principais anomalias
cardíacas:
- dextroposição da aorta: a aorta, que normalmente leva o sangue do lado esquerdo do
coração para o corpo, está deslocada para a direita;
- comunicação interventricular: há uma abertura entre os dois ventrículos do coração,
contribuindo para a mistura de sangue oxigenado e desoxigenado;
- estenose pulmonar infundibuliforme
valvar: ocorre um estreitamento da valva
pulmonar, dificultando o fluxo sanguíneo para os pulmões;
- hipertrofia do ventrículo direito: o ventrículo direito do coração se torna mais espesso devido
ao esforço para bombear o sangue contra a estenose pulmonar.
Sinais de alerta em recém-nascidos
- Cianose central.
- Dificuldade respiratória.
- Cansaço nas mamadas.
- Baixo ganho de peso.
- Taquicardia.
Tratamentos
A tetralogia de Fallot é uma cardiopatia que necessita de intervenção cirúrgica. Nos casos de estreitamento significativo da artéria pulmonar, a cirurgia paliativa é realizada logo ao nascer. Já a cirurgia de correção total, que envolve o fechamento da comunicação interventricular e a ampliação da saída do sangue para os pulmões, é feita quando o paciente já está com peso mais adequado para a execução do procedimento, entre os 3 e 6 meses.
Antes da cirurgia, as crianças podem ter crises de hipóxia
(ausência de oxigênio), cianose intensa e diminuição do fluxo pulmonar, o que,
se não tratado rapidamente, pode levar ao óbito. Após a correção cirúrgica, os
pacientes podem ter uma vida normal, incluindo realização de
atividades físicas. No entanto, dependendo da cirurgia realizada, o
acompanhamento deve ser anual com o médico especialista.
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