Exposição solar
excessiva é o principal fator de risco para o câncer mais frequente no Brasil
Estima-se que um entre
cada quatro casos de câncer diagnosticados se origine na pele, e corresponde a cerca
de 30% de todos os tumores malignos registrados no país
Com mais de 176 mil novos casos por ano, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil. Estima-se que um entre cada quatro casos de câncer diagnosticados se origine na pele. Em 2020, as estimativas de incidência do câncer de pele dos tipos carcinoma basocelular (mais comum e menos agressivo) ou espinocelular (mais agressivo e com células que crescem rápido) foi de 176.930 casos, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. Já para o tipo melanoma (que é o câncer de pele potencialmente grave pela capacidade de metástase) a estimativa, neste mesmo período, foi de 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres, o que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Estima-se que no Brasil, entre 2023 e 2025, o número de casos
novos de câncer de pele tipo carcinoma seja de 220.490. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a ocorrência
mundial de 2 a 3 milhões de casos deste câncer de pele por ano e a American
Cancer Society estima que a incidência chegue a 5,4 milhões somente nos
EUA. A boa notícia é que as chances de cura para neoplasia ultrapassam os 90%,
quando descoberta e tratada em fase inicial.
Prevenção e os perigos da exposição ao sol
A exposição solar excessiva, especialmente entre as pessoas de
pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, além dos riscos do câncer de
pele, causa o envelhecimento precoce da pele, o que facilita o aparecimento de
rugas, pintas e até do melasma (manchas na pele
de tom mais escurecido). “É necessário que a população adquira e mantenha
hábitos de proteção, como o uso frequente do protetor solar, aliado as
barreiras físicas (protegem exatamente as partes em que o protetor solar não
pode ser usado, como os olhos e o topo da cabeça, por exemplo). Importante
nestes casos utilizar óculos de sol, camisetas e chapéus, além de buscar a
sombra sempre que possível. É preciso se proteger da exposição solar
diariamente, mesmo quando o clima está nublado, e evitar se expor ao sol entre
10h e 16h. As pessoas de pele negra também precisam se cuidar, mesmo que a
incidência de câncer de pele nessa parcela da população seja menor. Isso porque
há outros fatores de risco incluem indivíduos esse grupo, com histórico
familiar, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial”, orienta
o Prof. Dr. José Antonio Sanches, coordenador da Dermatologia do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz.
Equipe multidisciplinar e tecnologia à serviço do paciente
De acordo com o dermatologista, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
conta com equipe multidisciplinar formada por dermatologistas, cirurgiões e
oncologistas. Na consulta será avaliado o histórico familiar e pessoal do
paciente, com o objetivo de verificar a presença de fatores de risco, além de
examinar toda a pele a procura de lesões suspeitas. “Realizamos exame físico,
que consiste na observação das características clínicas das lesões como
formato, cor, tamanho e textura. Durante a avaliação, dispomos de uma
tecnologia, que tem o objetivo de auxiliar no acompanhamento da pele, o Fotofinder.
Com esse equipamento é possível fazer o mapeamento digital de
toda superfície do corpo, que permite visualizar cada lesão, com a
dermatoscopia das pintas (método não invasivo que permite a avaliação das lesões de
pele) para pacientes de alto risco para melanoma”, esclarece o
especialista.
Sinais de alerta, diagnóstico e tratamento
O sinal de alerta, para o câncer de pele, segundo o Dr. Sanches, é o surgimento de manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. “Esses sintomas podem ser indicativos do câncer, que ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, orienta.
A maior parte dos cânceres de pele são tratados por meio da
remoção cirúrgica da lesão. Isso pode ser alterado de acordo com a localização
do tumor, o estágio da doença e as condições físicas do paciente. “As
alternativas utilizadas à cirurgia ou concomitante a ela, principalmente nos
casos avançados, incluem terapia local, radioterapia, terapia-alvo e
imunoterapia. Em relação ao melanoma, o tratamento varia principalmente
conforme o estágio da enfermidade. Nos estágios iniciais (0 e 1) é realizada a
extração cirúrgica do tumor com margem de segurança, sendo isso normalmente
suficiente para curá-lo. Nos demais estágios (2 a 4), é necessário saber a
profundidade do tumor, o comprometimento dos linfonodos e de outros órgãos. A
partir disso é feita uma programação de tratamento que pode compreender além da
cirurgia, radioterapia e imunoterapia”, explica a Dra. Larissa Martins Machado,
oncologista clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz.
ABCDE das pintas
Para identificar uma pinta suspeita, o Prof. Dr. José Antônio
Sanches recomenda o uso da regra denominada ABCDE, que consiste na observação
de cinco aspectos diferentes
A – Assimetria: pintas que não são simétricas;
B – Bordas: quando as bordas apresentam irregularidades em seu formato;
C – Cor: variação da tonalidade das pintas e mudança de tonalidade de uma pinta
já existente;
D – Diâmetro: pintas com diâmetro maior que 5mm;
E – Evolução: pintas que se modificam em qualquer aspecto como cor ou tamanho.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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