Especialista Adverte sobre a
Importância da Prevenção Diante das Atualizações do Ministério da Saúde sobre
Doenças Relacionadas ao Trabalho
É primordial as empresas atuarem de forma preventiva diante dessas
mudanças significativas do mundo atual. O alerta é do Dr. Roberto Aylmer,
médico, Ph.D. pela Rennes School of Business e consultor em desenvolvimento
humano. Para ele, a recente reclassificação do Burnout como doença ocupacional
no CID-11 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, agora, a determinação do
Ministério da Saúde elimina qualquer dúvida quanto ao tema e se apresenta como
um divisor de águas nas relações de trabalho. “Vivemos uma nova realidade e o
burnout faz parte de nossa realidade muito mais do que possamos imaginar”,
afirma o professor.
Aylmer alerta que com a inclusão do Burnout na lista de 165 novas patologias pelo Ministério da Saúde, o cenário torna-se ainda mais complexo e demanda uma abordagem abrangente por parte das organizações. Para ele, a compreensão das causas é um caminho que precisa ser trilhado com coragem: “O entendimento da ‘vida como ela é’ nas camadas mais operacionais da empresa, ajuda a entender o quanto de esforço e desperdício. Oferecer ações paliativas como sessões de Mindfulness para os executivos, quando a empresa estimula a competição entre eles com uma avaliação de curva forçada, onde somente os 10% melhores resultados serão recompensados, me parece, no mínimo, ingenuidade”, afirma o especialista.
A recente lista de transtornos mentais divulgada pelo Ministério da Saúde adiciona ainda mais nuances ao quadro, incluindo o abuso de drogas, tentativa de suicídio e uma gama de transtornos relacionados ao uso de substâncias. O Burnout, segundo a definição ministerial, pode ser desencadeado por fatores psicossociais relacionados à gestão organizacional, conteúdo das tarefas do trabalho e condições do ambiente corporativo.
O professor frisa o quão incapacitante é um quadro de Burnout. A perda progressiva do interesse e das competências tem um forte impacto na produtividade, e podem gerar consequências graves na segurança do trabalho. Por isso, é preciso atuar preventivamente nos elementos conhecidos e que impactam a saúde mental dos colaboradores. “Nas pesquisas que realizamos (mestrado e doutorado) foi identificado o papel do chefe imediato como central na percepção da pressão pelo colaborador. O chefe imediato é o principal elemento que, isoladamente, mais pode influenciar o resultado final. Ele é o ponto focal para o suporte ou a pressão sobre o colaborador”, sinaliza.
Diante desse cenário, Aylmer destaca a necessidade das
organizações agirem preventivamente, especialmente considerando o papel crucial
do líder imediato na percepção da pressão pelos colaboradores. Ele reforça a
importância de ouvir as equipes operacionais, buscando mapear pressões
desnecessárias e reduzir rotinas que não contribuam efetivamente para o
negócio, uma abordagem que ele chama de "Inteligência Coletiva.
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