Crédito - Fernando Soledade
Com linguagem circense, apresentação celebra identidade e
diversidade de mulheres negras na arte da palhaçaria
Comemorado
nacionalmente em 10 de dezembro, o Dia do
Palhaço surgiu aqui no Brasil na década de 1980 com o objetivo
de trazer visibilidade para este que é o principal representante da arte de
fazer rir. Geralmente, caracterizados pelos sapatos grandes, roupas largas,
coloridas ou estampadas, maquiagem forte e pelo tradicional nariz vermelho,
eles são personagens que nascem para entreter e, ao mesmo tempo, ganham passe
livre para questionar a ordem social através do riso.
Em comemoração à
data, no próximo dia 10, domingo, em apresentação
única, o Sesc Interlagos traz o espetáculo "Fuzuás!”, que embora tenha
linguagem circense foge de alguns estereótipos do gênero. Conduzidas pela
figura cômica afrodiaspórica Mateus, junto às palhaças Bandeira, Xamanga,
Jurupoca, a malabarista Pipa Luke, além das musicistas Gi Paixão e Luana
Pereirinha, elas realizam uma grande folia com as habilidades circenses e
populares que cada uma carrega em seu repertório.
O projeto, que é
uma espécie de aquilombamento de palhaças, nasce a partir de um convite do Sesc
Bom Retiro. O nome Fuzuá é uma mistura de “Fuzuê”, que remete à alegria,
bagunça e à festa, e Fuá, que durante muito tempo foi usada de forma pejorativa
para fala sobre cabelos crespos. A ideia do nome é justamente fundir as
palavras para ressignificar e associar os termos à estética, ao orgulho e à
alegria.
Cibele Mateus,
diretora e também atriz no espetáculo, tem se dedicado a interpretar o
personagem Mateus, figura cômica presente em festas tradicionais como o Cavalo
Marinho, brincadeira centenária da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Embora sua
relação com o teatro e o circo tenha começado na adolescência, sua trajetória
com o personagem começa em 2011, depois de alguns anos de incômodo com o
excesso de referências importadas e a ausência de mulheres negras dentro da
palhaçaria e outras narrativas cômicas.
Para o Sesc, a
atividade contribui de forma positiva para a reflexão sobre negritudes e
linguagens circenses ao apresentar para o público a arte do riso através de uma
perspectiva periférica e, mais do que isso, afrocentrada. O espetáculo dura
cerca de uma hora e tem entrada gratuita.
Elenco: Cibele Mateus, Odília Nunes (Bandeira), Lilyan Teles
(Xamanga), Jussara Santos (Jurupoca) e Pipa Luke (malabarista).
SERVIÇO
Quando: 10 de dezembro de 2023 | Domingo, das 14h às 15h
Onde: Sesc Interlagos | Av.
Manuel Alves Soares, 1100 - Parque Colonial, São Paulo – SP
Hall
de Exposições | Grátis
Classificação: Livre
Mais
informações: https://www.sescsp.org.br/unidades/interlagos/
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