Estudo conduzido
pela Olhi evidencia a inviabilidade do cuidado realizado pela mulher, tema da
redação do Enem
Por que é tão difícil conciliar o empreendedorismo
feminino com as atividades domésticas? O tema, em alta com a redação do Enem,
ressalta um forte problema enfrentado por elas em nosso país, em uma realidade
preocupante que também foi comprovada em uma pesquisa conduzida pela Olhi,
startup de serviços voltada ao empreendedorismo feminino, a qual identificou
que 54% das mulheres enfrentam dificuldades em conciliar as tarefas do lar com
seus negócios.
Não há como negar que o Brasil é um ambiente
desafiador ao empreendedorismo. Ainda assim, somos uma das regiões que mais
abrem negócios no mundo e, inclusive, o sétimo país com maior quantidade de
mulheres empreendedoras atuando nas mais diversificadas áreas do mercado. Mas,
os motivos que as levam a essa jornada, principalmente quando comparados aos
homens, nem sempre são tão positivos.
De acordo com o estudo, cerca de 30% das
profissionais abriram seus negócios para que conseguissem conciliar suas
responsabilidades de trabalho à maternidade, uma vez que 38,3% delas costumam
dedicar cerca de duas horas diárias ao trabalho doméstico e 39,1% precisam de
até quatro horas para esse dever. “Muitos ainda associam os cuidados voltados
para a manutenção do bem-estar e saúde das pessoas dentro de casa como um dever
feminino. Uma visão patriarcal, que resulta em exaustão e restringe o
desenvolvimento profissional delas”, pontua Stefanie Schmitt, CEO da Olhi.
Essa visão faz com que quase 55% das profissionais
tenham que conciliar, sozinhas, ambas as responsabilidades em suas rotinas,
contra apenas 18,3% que contam com a ajuda de amigos ou familiares. E, para
piorar, as consequências desta sobrecarga inevitável que elas sofrem em
resposta à evidente desigualdade de gênero vão muito além do cansaço físico.
Para 54% delas, conciliar o trabalho doméstico aos
seus empreendimentos é um fator diretamente prejudicial ao seu desempenho
profissional, o que faz com que 47,7% se sintam frequentemente cansadas e,
ainda, mais de 52% tenham sido diagnosticadas com algum transtorno mental –
incluindo ansiedade (45,1%) e depressão (20%).
Isso faz com que mais de 74% acreditem que estes
problemas afetem seu desempenho no empreendimento, junto com 78,3% que também
relatam impactos diretos no bem-estar de sua família e/ou em pessoas de seu
convívio. “A invisibilidade da carga do cuidado é mais um fator impactando a
saúde mental das mulheres e isso precisa, imediatamente, ser reconhecido para
que a contribuição laboral feminina dentro e fora do lar não acabe mais
prejudicada”, ressalta.
Um dos passos mais importantes para que seja obtida
essa equidade de tratamento e oportunidades envolve o reconhecimento da
economia do cuidado e destes trabalhos executados principalmente pelas
mulheres, buscando não apenas valorizar economicamente essas atividades, como
também a conscientização sobre a necessidade de maior participação masculina
nesse âmbito. Afinal, hoje, apenas 37,9% delas se sentem levadas a sério ao
falarem de seus empreendimentos para familiares e/ou pessoas de seu convívio.
Enquanto não conferirmos o devido valor ao
desempenho das atividades do cuidado, será cada vez mais improvável que elas
não tenham que enfrentar dificuldades de conciliá-las com seus negócios. “O
mercado não trata o empreendimento feminino como o masculino, inclusive porque
pensa que cabe a elas cuidar, não trabalhar fora. No entanto, são elas que
pagam a conta da metade dos lares brasileiros e que também empreendem para
conciliar trabalho e maternidade, pois se não, ficam sem renda. É uma soma de
vulnerabilidades que não tem como não impactar o bem-estar social”, finaliza a
CEO. Para ter acesso à pesquisa completa, basta acessar https://olhi.com.br/impactar/ .
Serviço:
Pesquisa: Mulheres Empreendedoras
Realização: Olhi
Amostragem: 235 mulheres
Faixa etária: dos 18 anos aos 65+
Download da pesquisa: https://olhi.com.br/impactar/
Olhi
https://olhi.com.br/
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