Psicóloga comportamental explica qual é a melhor maneira de reagir às birras das crianças
Em cada geração, existe uma tendência na criação dos filhos. Na dos baby boomers, pessoas nascidas entre 1945 e 1964, as filhas eram criadas para bons casamentos, com rapazes que já trabalhavam desde cedo, de preferência como funcionário público, com uma estabilidade financeira. Em cidades pequenas, geralmente, até um sobrenome conhecido contava, pois mostrava tradição. Contrastando com seus pais, na geração X, nascidos entre 1965 e 1981, a mulher já podia ter independência financeira e uma carreira consolidada, sem necessidade de um homem que provém.
Atualmente, há uma cobrança diferente, muitos pais não querem de maneira alguma ver seus filhos chorando. Isso ocorre muito quando a criança quer algo que não é correspondido pelos pais, gerando uma frustração e em seguida a reação é a “temida” birra. Formada em psicologia pela UNESP Bauru e pós-graduada em terapia comportamental pela UFSCAR, Priscilla Souza comenta que “Os pais ficam apavorados vendo uma criança chorando”. Afinal, por quê isso acontece?
A profissional explicou que os pais querem que o filho seja perfeito, inteligente e bom em tudo. “Deve falar e escrever perfeitamente, ir bem em todas as matérias da escola, e além disso ser um bom esportista” - acrescenta a terapeuta. Em resumo, ter tudo o que quer, preencher todas as expectativas dos pais, no entanto sem poder expressar seus sentimentos.
A psicóloga ressalta que o choro no desenvolvimento infantil é algo muito importante, apesar de incomodar os adultos, pois é uma manifestação de sentimento, seja de dor, frustração ou de rebeldia. Tudo isso deve ser manifestado. Em resumo, a criança tende a fazer birra, pois é de seu direito protestar contra algo que não concorda.
O problema, no entanto, é a consequência de tudo isso. Os pais, apavorados e constrangidos por verem seus filhos chorando, correspondem com as expectativas da criança. Essa atitude instaura um comportamento muito prejudicial para a educação dos pequenos, uma vez que pode desencadear uma sucessão de persistências, pois é uma maneira fácil de se conseguir aquilo que ela quer.
Para concluir, Priscilla explicou que a birra faz parte do desenvolvimento infantil. Portanto, a melhor maneira de reagir é explicando para a criança que ela pode ficar brava e protestar, mas também que suas expectativas não serão correspondidas e o importante é explicar os motivos. A frustração por não conseguir o que quer faz parte do viver e nem todo o protesto na infância necessariamente é um sofrimento, e sim uma forma de expressão. O aprendizado com essas situações, por fim, ajudará a moldar a forma como ela lida com seus sentimentos, sobretudo na vida adulta.
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