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sábado, 7 de outubro de 2023

Sete dicas para cultivar o bem-estar diário

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Encontrar um ponto de equilíbrio na gangorra de sentimentos do dia a dia não é uma tarefa simples, mas é um aprendizado diário e necessário para manter a sanidade


O bem-estar é um conceito que se refere a um estado de satisfação, contentamento e realização que vai além da simples ausência de doença ou desconforto. Envolve uma avaliação de nossa própria vida: o que temos feito, como passamos por determinadas situações, quais os resultados colhidos em esforços realizados, um sentimento que está relacionado diretamente com o nosso equilíbrio emocional.

Este tipo de satisfação não é viver apenas na presença de emoções positivas, aquelas que temos maior aceitação: felicidade, alegria, amor. É conseguir seguir mesmo quando as emoções são negativas, mediante situações e eventos vividos, sem entrar num adoecimento ou perda daquilo que é importante.

“Em nossas experiências diárias, as interações que temos e os eventos que vivenciamos desempenham um papel crucial em nosso bem-estar geral. A maneira como interpretamos e reagimos às situações do cotidiano podem influenciar profundamente nossos sentimentos e emoções. Dito de forma direta, os eventos que vivemos e como somos afetados por eles ecoam em nosso humor, para cima ou para baixo, trazendo como resultado toda uma cadeia de comportamentos, atitudes e ações diante daquilo que experimentamos naquele momento”, pontua Gustavo Imianowsky, Mestre em Psicologia Social pela PUC, coordenador e professor do curso de Neurociências & Comportamento na Faculdade UNIGUAÇU.

Por exemplo, enfrentar um desafio no trabalho pode ser visto por uma pessoa como uma oportunidade de crescimento, ter uma postura de curiosidade e uma ação dirigida a resolver o problema, enquanto outra pessoa pode ver o mesmo desafio como uma ameaça, algo que a faça se sentir insegura ou duvidar das suas capacidades.

Em suma, o bem-estar não se refere apenas a um estado de felicidade ou satisfação, mas também à maneira como nos colocamos naquilo que fazemos: a maneira pela qual interpretamos, processamos e reagimos às informações e experiências do nosso ambiente. Em outras palavras, a forma como percebemos e pensamos sobre os eventos que nos cercam têm um impacto direto em nosso bem-estar emocional e psicológico.

Muitas coisas estão muito além do que é possível manejar e nos afetam pelo impacto e significado daquilo que foi vivido: receber uma notícia muito triste, a perda de um ente querido, uma lesão que nos impede de manter a atividade que gostamos. “No entanto, para aquilo que está ao nosso alcance no cotidiano, é possível desenvolver um novo modo de ser e estar frente a nós mesmos”, aconselha o psicólogo. Desse modo, se você quer saber como cultivar um bem-estar geral, atente-se as seguintes dicas:


1)      Mantenha uma mente questionadora: aprenda a identificar e desafiar os pensamentos negativos como aqueles que aparecem de forma a limitar as atividades: ah, eu nunca consigo fazer nada direito; as coisas sempre dão errado comigo; eu sou incapaz mesmo, eu nunca vou conseguir passar nessa prova, são alguns exemplos comuns. Desafie esses pensamentos, eles usualmente estão carregados de emoções e são ausentes de fatos e comprovação. Lembre-se: quantas vezes você achou que não conseguiria fazer algo e no fim deu certo, quando se sentiu incapaz e teve uma bela surpresa das suas habilidades e potencialidades. Nunca desista.


2)      Mantenha-se no presente: Esse exercício é algo que deve ser feito diariamente. Pode ser difícil no começo, mas manter-se no presente tem vantagens expressivas para o bem-estar. Evite ficar vivendo num futuro incerto ou ruminando o passado. Concentre-se no que está fazendo hoje, é onde você pode agir e trabalhar. Aceite o presente sem julgamentos, isso pode ajudar a reduzir o estresse e a autocobrança excessiva tão comum no nosso tempo.


3)      Faça exercício regularmente: a atividade física libera endorfinas, que são neurotransmissores que promovem sentimentos de felicidade e bem-estar. A atividade física é um importante componente na regulação das emoções e sensações. Pratique algo que você gosta, as chances de adesão e construção do hábito em longo prazo serão maiores. A prática física, seja individual ou em grupo, é uma importante aliada para quem busca uma vida em equilíbrio emocional.


4)      Durma bem: costumamos subestimar o poder que uma boa noite de sono de forma regular é capaz. Você sabia que dormir mal pode aumentar as chances de ansiedade, impulsividade e irritabilidade? Imagina tentar viver buscando o bem-estar, mas dormindo pouco ou de forma desregulada todos os dias? Tenha sempre um horário para dormir e um horário para despertar, seu ritmo biológico ficará bem ajustado e auxiliará nas respostas emocionais e comportamentais diante daquilo que tem para enfrentar no seu dia a dia.


5)      Conecte-se com os outros: relações sociais saudáveis são fundamentais para o bem-estar. Mantenha-se em contato com amigos e familiares, tenha atividades de interação, troca e compartilhe experiências. Somos seres sociais, isso significa que estar em grupo, de forma dinâmica, é atrativo para inúmeras atividades mentais, inclusive, para o nosso humor.


6)      Evite o consumo excessivo de notícias: estar constantemente exposto a informações que podem afetar negativamente o seu bem-estar. Limite seu consumo e busque fontes confiáveis. Se manter antenado é importante, mas cuidado com os excessos. Essa é uma das grandes lições deixadas pela pandemia. A relação com o mundo se deu de forma absurdamente massiva com noticiários e informações que geram medo, preocupação e angústia. Mesmo num cenário de incertezas, a disseminação de notícias sensacionalistas ampliou o caos e acentuaram ainda mais a situação de fragilidade e incertezas das pessoas. Então, cuidado com a exposição elevada a informações distorcidas e que podem levar você a um estresse ou preocupação constante.


7)      Estabeleça limites: aprenda a dizer "não" e certifique-se de que está dedicando tempo suficiente para cuidar de si mesmo. A dificuldade para dizer um “não” é algo que não deveria se fazer presente em nossa vida. Por questões culturais aprendemos que dizer “não” é algo feio, é desrespeitoso e nos sentimos culpados quando o dizemos. A questão é que, ao dizer “sim” quando queremos dizer “não”, passamos por cima de nós mesmos e aniquilamos aquilo que seria o mais respeitoso na relação conosco. É preciso aprender a dizer o “não” de forma empática e tranquila, lembrando que a recusa de algum convite ou algo, é importante como forma de ouvir a si mesmo: o que eu gostaria realmente de fazer e como me sinto quanto a isto?

“Em conclusão, o bem-estar é uma combinação do nosso estado emocional e a maneira como interpretamos e nos colocamos frente aos eventos ao nosso redor. Ao reconhecer e trabalhar ativamente nesse processo, podemos melhorar nossa saúde mental e qualidade de vida”, finaliza Imianowsky.


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