Pesquisas que afirmam que cerca de 50%
apresentam os sintomas que geram prejuízo na vida adulta
A neuropsicóloga Tammy Marchiori, com formação em neurociência por
Harvard e especialização em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute, esclarece
que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição
neurobiológica frequentemente identificada na infância, influenciando a vida
cotidiana da criança em ambientes como escola, casa e nas interações sociais.
Entretanto, é importante destacar que muitas pessoas não recebem diagnóstico na
infância. Mesmo nesses casos, é totalmente possível que o diagnóstico e
tratamento sejam feitos na fase adulta, proporcionando melhor qualidade de vida
e manejo dos sintomas.
O TDAH, conforme Marchiori explica, é um transtorno que envolve
desafios na regulação da atenção. Muitos que apresentam esse transtorno na
infância continuam com sintomas na vida adulta. Estudos indicam que cerca de
40% a 50% das pessoas com TDAH na infância enfrentam dificuldades relacionadas
ao transtorno na fase adulta, levando a desafios como risco aumentado de
suicídio, problemas de relacionamento, consumo de substâncias e questões
financeiras. Por isso, a identificação e intervenção precoces são fundamentais.
Algumas pistas para identificar o TDAH em crianças incluem:
Falta de atenção aos detalhes, erros por descuido em tarefas
escolares ou domésticas, e desorganização;
Excesso de energia, falar demais ou inquietação constante;
Atitudes impulsivas, interrupções frequentes e impaciência;
Dificuldades na escola, baixo rendimento acadêmico e desafios no
relacionamento com educadores e colegas;
Desafios para fazer e manter amizades;
Tendência a explosões emocionais, como raiva ou frustração.
Diante de tais sinais, Marchiori recomenda que os pais busquem
apoio especializado. "O TDAH tem tratamento. Identificar e começar a
intervenção cedo pode fazer uma diferença significativa na vida futura da
criança", finaliza.
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