Especialista em
realocações internacionais explica que o processo pode ser complexo e que
ajuda profissional é fundamental
Em 2013, o Brasil lançou o Programa Mais Médicos,
que contratou médicos de outros países (em sua maioria de Cuba), para ampliar o
acesso da população brasileira aos serviços de saúde básica, especialmente em
áreas carentes e remotas do país. Hoje, 10 anos depois, é possível acompanhar
um processo diferente, o de médicos brasileiros que buscam oportunidades no
exterior.
Os principais motivos para este movimento são
salários mais atrativos, oportunidades de crescimento na carreira, vivência em
outras culturas e exposição a diferentes metodologias e tecnologias.
Apesar de tentador, mudar de país pode ser bastante
desafiador, já que diversos protocolos precisam ser cumpridos, como explica
Kátia Wendt, fundadora da Wendt Global, empresa especializada em realocações de
profissionais. “Todo o processo para um médico atuar no exterior é bastante
complexo e é fundamental que o profissional tenha ajuda especializada. Além da
revalidação do diploma, que é obrigatória e varia de acordo com o local
escolhido, é preciso fazer tradução juramentada do diploma e pensar em
obrigações fiscais, pagamento de impostos, vistos e autorizações, por exemplo”,
explica a executiva.
Kátia lembra, ainda, que existem outros aspectos
que precisam ser considerados. “É preciso pensar em tudo, como mudança
cultural, idioma local, casa para morar, escola para crianças, entre tantas
outras questões. Nosso time aborda tudo isso. Temos uma equipe pronta para
atender às mais diversas demandas e esclarecer dúvidas sobre qualquer assunto
relacionado ao tema”, completa.
A executiva preparou um guia rápido com as
principais informações que médicos que desejam trabalhar fora do Brasil precisam
saber.
Diploma
Independentemente do local escolhido, o
profissional precisará passar pelo processo de revalidação do diploma de
Medicina. As etapas variam de acordo com o país escolhido.
Estados Unidos: a avaliação é feita em quatro partes: prova teórica com 322 questões,
teste de múltipla escolha abrangendo 352 questões e um teste prático com
simulações ao vivo. Para finalizar, o candidato realiza uma última prova com
500 questões.
Canadá: O processo é composto de 180 questões de múltipla escolha. Se aprovado,
o candidato ainda deve fazer outro teste, que compreende uma prova teórica e
uma prática.
Portugal: Em Portugal, o processo é chamado de equivalência, conduzido pelas
universidades do país, que têm autonomia para decidirem as regras a serem aplicadas.
Porém, há um padrão a ser respeitado e envolve 4 etapas: fase documental e as
provas escrita, prática e pública.
“Basicamente, o diploma brasileiro é aceito no mundo todo, mas é necessário fazer a prova para revalidá-lo independentemente do país”, diz Kátia.
Salários
Um dos principais fatores na busca por
oportunidades no exterior, os salários tendem a ser bastante atrativos a
depender do local escolhido. Veja abaixo uma média de acordo com a Organização
Mundial do Trabalho:
Holanda
Médico especialista - U$ 253 mil por ano
Médico generalista – U$ 117 mil por ano
Austrália
Médico especialista – U$ 247 mil por ano
Médico generalista – U$ 91 mil por ano
Estados Unidos
Médico especialista – U$ 230 mil por ano
Médico generalista – U$ 161 mil por ano
Bélgica
Médico especialista – U$ 188 mil por ano
Médico generalista – U$ 61 mil por ano
Canadá
Médico especialista – U$ 161 mil por ano
Médico generalista – U$ 107 mil por ano
Reino Unido
Médico especialista – U$ 151 mil por ano
Médico generalista – U$ 118 mil por ano
Com base em sua vasta experiência em realocações
bem-sucedidas ao longo dos últimos seis anos, Kátia enfatiza. “A mudança pode
trazer inúmeros benefícios em diversos aspectos. No entanto, é crucial lembrar
que o processo não é simples, e é essencial que o profissional procure
assistência especializada para garantir que a experiência não seja traumática e
nem prejudique sua carreira”.
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