Pesquisadora principal do estudo afirmou que os resultados da fase I foram encorajadores
Um estudo sobre a utilização de uma terapia celular experimental contra Parkinson, apresentado no Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento (MDS) de 2023 concluiu sua primeira fase de testes com ótimos resultados.
O estudo foi realizado em Copenhague, na Dinamarca com 12
indivíduos com Parkinson utilizando o Bemdaneprocel, uma terapia celular
baseada em células tronco pluripotentes para substituir os neurônios produtores
de dopamina perdidos após a doença, o que, segundo Clarie Henchcliffe,
presidente do Departamento de Neurologia e pesquisadora principal do estudo
gerou dados “extremamente encorajadores".
Os pacientes com a doença de Parkinson receberam transplantes cirúrgicos com duas doses diferentes: O primeiro grupo recebeu uma dose menor, (de 0,9 milhão de células) e a segunda, uma dose mais alta (2,7 milhões de células) do tratamento chamado Bemdaneprocel, que utiliza células-tronco pluripotentes para substituir as células nervosas perdidas na doença de Parkinson.
Os resultados mostraram que os pacientes que receberam a dose mais alta tiveram uma melhora maior em seus sintomas em comparação com aqueles que receberam a dose menor. Exames de imagem também mostraram evidências de que as células transplantadas sobreviveram e funcionaram.
Terapia
celular contra o Parkinson
De acordo com o neurocirurgião especializado em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili, o uso de células-tronco poderia ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
“As
células-tronco sempre foram uma grande promessa, porém, a maior parte das
evidências não tinha sido animadora. Vemos com otimismo os dados apontados por
este estudo até o momento, sugerindo que essa terapia traga benefícios. Não
devemos nos esquecer de que essa primeira fase foi usada para provar a
segurança e a tolerabilidade da proposta de tratamento, e de que ainda
precisaremos das fases seguintes. Elas deverão mostrar se o tratamento terá
efeito clínico para impactar, na prática, a vida de quem sofre com a doença. Se
tudo der certo, além do marca-passo cerebral e do ultrassom focalizado, nós da
Neurocirurgia teremos mais uma modalidade de tratamento a oferecer, já que
essas células precisam ser implantadas em regiões precisas do cérebro",
afirma Dr. Bruno Burjaili.
Dr. Bruno Burjaili - Neurocirurgião funcional
especialista em Parkinson
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