Além de não oferecer riscos à saúde, procedimento também é eficaz para desentupir as narinas e ainda serve como método preventivo a crises de rinite alérgica; médica do Hospital Paulista ensina o passo a passo
Todo mundo sabe que o uso recorrente de descongestionantes nasais, além de
viciar, causa efeitos colaterais bastante danosos, especialmente ao coração.
"Mas como viver sem eles, se o meu nariz vive entupido?". Essa é a
pergunta que a maioria das pessoas faz aos médicos quando alertadas sobre a
necessidade de evitar o uso desse tipo de medicamento, principalmente quem tem
rinite alérgica, justamente pela ocorrência mais frequente de obstrução nasal.
A resposta nem sempre agrada, mas não resta dúvida que a lavagem nasal é a
opção mais segura e eficaz para eliminar esse desconforto – seja em bebês,
crianças, adultos ou idosos.
"Embora um pouco mais trabalhosa de se fazer, a lavagem nasal não causa
riscos à saúde e pode ser até mais eficaz em termos de resultados, já que não
provoca o chamado ‘efeito rebote’, típico dos descongestionantes. Isto é,
quando o efeito passa, o nariz volta a entupir, até com mais intensidade. Com a
lavagem, isso não ocorre", explica a Dra. Cristiane Passos Dias Levy,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido,
nariz e garganta.
O procedimento consiste na introdução de uma solução salina suave e estéril nas
narinas para ajudar a limpar o muco, aliviar a congestão nasal e reduzir a
inflamação dentro do nariz. A dosagem recomendada varia conforme a idade e deve
ser aplicada de acordo com a seguinte escala: 1ml (para bebês de 0 a 6 meses);
3ml (para crianças de 6 meses a 2 anos); 3ml a 20ml (2 a 6 anos) e 10ml a 20ml
(a partir de 7 anos).
O ideal, segundo a
especialista, é utilizar o soro fisiológico comprado pronto na farmácia com a
ajuda de um aplicador (parecido com um conta-gotas). Mas também é possível
fazer uma mistura caseira em casos de emergência: um litro de água que tenha
sido fervida com, aproximadamente, uma colher de chá de sal.
“Além de melhorar a respiração nos momentos de crise, a lavagem também serve
para prevenir infecções sinusais e reduzir a frequência de episódios de
sinusite em pessoas com rinite. Portanto, pode ser feita regularmente”,
enfatiza a médica.
Como fazer?
A frequência da lavagem nasal pode ser de duas a três vezes ao dia. É
recomendado usar de 10-20 ml de solução salina por narina na seringa. Se for um
jato contínuo, de 3 a 10 segundos. Se for na garrafinha, use uma específica
para esse fim, de 120 a 240 ml, mantendo a proporção de 10-20 ml de solução
salina por narina. Seguidas tais recomendações, os próximos passos são:
1. Inclinar o
dorso levemente para a frente (cerca
de 15 graus);
2. Abrir a boca e iniciar uma respiração oral. Essa
manobra irá realizar uma elevação do céu da boca, protegendo os ouvidos,
impedindo dor na região, devido à pressão da solução no tubo auditivo (canal
que liga a parte de trás do nariz ao ouvido).
3. Colocar a ponta da seringa, ou de outro material que for usado, sem
agulha, na narina, realizando uma boa vedação. Evite que a
seringa machuque o septo e a concha nasal inferior, posicionando adequadamente
a ponta da seringa.
4. Após vedar a
narina, inclinar lateralmente a cabeça, em um ângulo de mais ou menos 30 graus
para o lado contrário de onde está o material usado, e esguichar a solução. Não se esqueça de realizar a lavagem nasal com
movimentos suaves para evitar lesões traumáticas.
De acordo com a Dra. Cristiane, é recomendável repetir esse procedimento de 3 a
4 vezes em cada narina, dependendo da necessidade. Além disso, pode-se encher a
seringa com mais quantidade de soro, já que será eliminado pela outra narina.
Hospital
Paulista de Otorrinolaringologia
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