Quando o assunto é o que é obesidade, a desinformação acaba sendo um grande problema. Mesmo com pelo menos 96 milhões de pessoas com excesso de peso no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2020, ainda existem muitos mitos e informações populares que contribuem para estigmas e segregação de pessoas acima do peso na sociedade.
A
falta de clareza sobre o que é obesidade é capaz de dificultar o acesso ao
tratamento e limitar informações importantes de saúde a quem mais precisa de
ajuda. Para diminuir essa falta de conhecimento, separamos alguns dos
principais mitos e verdades sobre o que é obesidade.
O que é obesidade?
A
obesidade é diagnosticada quando existe um excesso de acúmulo de gordura no
corpo de um paciente. Nessas situações, o corpo estoca energia em forma de gordura
e faz com que o peso corporal da pessoa seja acima do considerado ideal.
O
que é obesidade é determinado a partir do cálculo de Índice de
Massa Corporal, o IMC.
Nesse método, divide-se o peso do paciente pelo quadrado da sua altura e,
assim, é possível categorizar em qual nível de IMC o paciente está. As
classificações são:
- Abaixo do peso ideal: menor que 18,5;
- Peso ideal: entre 18,5 e 24,9;
- Sobrepeso: entre 25 e 29,9;
- Obesidade: acima de 30.
No
entanto, apenas o índice IMC não é capaz de definir por si só o diagnóstico
da obesidade. Apesar de ser o mais utilizado, o IMC não distingue o
peso corporal entre músculo e gordura, sendo sempre recomendado uma avaliação médica para o diagnóstico final.
É
comum que pessoas com obesidade sofram com doenças que se relacionam ao excesso
de peso, como:
- Problemas de saúde mental;
- Diabetes tipo 2;
- Doenças cardiovasculares.
Apesar
do maior risco, é importante ter em mente que a obesidade é apenas um fator de
risco e não uma determinação do desenvolvimento dessas doenças.
Quais são as principais causas da
obesidade?
Não
existe um único fator que determina a causa da obesidade, portanto, é uma
condição multifatorial. Algumas situações podem se relacionar entre as
principais causas da obesidade, como:
- Histórico familiar de obesidade;
- Sedentarismo;
- Alimentação inadequada;
- Problemas com sono;
- Problemas endócrinos;
- Fatores hormonais.
Quais os 3 tipos de obesidade?
Como
vimos, para identificar o que é obesidade é preciso realizar o cálculo do IMC
do paciente. Quando ele é igual ou superior a 30, é considerado que existe um
quadro de obesidade.
A
partir desse número, existem graus de obesidade em
que um paciente pode se enquadrar. Existem três tipos de obesidade a
partir do índice de IMC:
- Obesidade grau 1: IMC entre 30 e 34,9;
- Obesidade grau 2: IMC entre 35 e 39,9;
- Obesidade grau 3: IMC superior a 40.
Independentemente
do grau de obesidade, é fundamental que as pessoas busquem ajuda de
profissionais da saúde, como nutricionistas, médicos, educadores
físicos e psicólogos, para cuidar de sua saúde de forma holística.
Embora
a perda de peso possa ser um objetivo comum, o foco deve ser no desenvolvimento de hábitos alimentares e de exercícios saudáveis,
e na melhoria da qualidade de vida.
Com
a orientação adequada, é possível que as pessoas com obesidade alcancem seus
objetivos de saúde e bem-estar a longo prazo!
O que é gordofobia?
Entender
o que é obesidade é importante para conseguir identificar casos de gordofobia.
A gordofobia é um termo relativamente recente que categoriza os casos em que pessoas gordas são julgadas como inferiores por conta
do seu peso.
Ao
identificar o que é obesidade e gordofobia, é possível também perceber que
existe uma violência aos corpos gordos diretamente
influenciada pelo culto da magreza nos padrões estéticos considerados normais.
Infelizmente,
existem diversas esferas da sociedade que culpam as pessoas obesas pelo excesso
de peso e fazem com que elas se sintam culpadas ou marginalizadas devido ao
peso.
O
bullying também é constantemente citado como um tipo de preconceito vivido por
pessoas que sofrem com a gordofobia, o que prejudica a esfera social,
individual e até mesmo profissional de uma pessoa com obesidade.
A
luta contra a gordofobia não é a favor da obesidade, mas sim a importância do
reconhecimento de que corpos gordos existem e merecem ser respeitados e ocupar
espaços sem julgamentos.
Mitos e verdades sobre a obesidade
1. “Para reduzir a obesidade é só comer menos”
Mito! A obesidade nem sempre é provocada apenas pelo
consumo excessivo de calorias em uma dieta desequilibrada. O excesso de peso conta com causas multifatoriais, que
envolvem questões que vão além da dieta.
O
consumo excessivo de alimentos pode, inclusive, ser apenas uma consequência de
um dos fatores obesogênicos que podem levar alguém a sofrer com o excesso de
peso.
Entre
algumas das possíveis causas de obesidade em um paciente estão:
- Sono insuficiente e/ou de má qualidade;
- Falta de atividade física;
- Problemas psicológicos;
- Questões hormonais.
2. “Obesidade sempre causa diabetes”
Mito! É um fato que a obesidade pode ser um fator de
risco para o desenvolvimento da diabetes tipo 2, mas não é o único motivo que
leva alguém a desenvolver essa condição.
Inclusive, nem todas as pessoas que sofrem com a diabetes tipo 2 são obesas.
Portanto, relacionar a obesidade como causa da diabetes é um mito.
3. “Pessoas obesas são preguiçosas"
Mito! É possível que a inatividade física esteja
relacionada com alguns casos de obesidade, mas ao entender o que é obesidade percebemos que a condição vai muito além da
ausência de exercícios físicos.
Além
disso, o sedentarismo não é, por si só, uma característica capaz de provar
a capacidade de produção de uma pessoa.
4. “Todo gordo é doente”
Mito! Apesar de ser um fator de risco para outras
doenças, o diagnóstico de sobrepeso por si só não é capaz
de determinar a condição de saúde de um paciente. Para analisar
se há ou não a presença de doenças em um indivíduo, questões além da estética
devem ser avaliadas por um profissional da saúde.
5. “A obesidade influencia na saúde”
Verdade! A obesidade pode ser um fator de risco para o
desenvolvimento de alguns fatores de risco para a saúde do paciente obeso.
Ela pode aumentar as chances de desenvolvimento de transtornos
mentais, doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial, diabetes e
distúrbios de sono, por exemplo.
6. “Os jovens estão cada vez mais obesos”
Verdade! O Relatório Público do Sistema Nacional de
Vigilância Alimentar e Nutricional de 2021, mostrou que a obesidade é um
problema que atinge cada vez mais os jovens. As informações mostram que pelo
menos 33% das crianças entre 5 e 9 anos e 32% dos adolescentes apresentam
excesso de peso.
Um
estilo de vida mais sedentário, principalmente nas grandes metrópoles, e a
alimentação desequilibrada são alguns dos vilões para esse aumento. Além disso,
crescer em lares obesogênicos, ou seja, que contribuem para um comportamento
não saudável, são questões determinantes para o impacto na saúde dos mais
jovens.
7. “A gordura visceral é a mais preocupante”
Verdade! Todo excesso de gordura corporal é capaz de
trazer danos à saúde a longo prazo, mas o acúmulo de gordura visceral, que fica
na região abdominal, é especialmente mais preocupante para a saúde.
Isso
porque essa gordura pode favorecer o desenvolvimento de
doenças do coração e é mais prejudicial ao paciente.
Para
combater o que é obesidade, o principal caminho é adotar um estilo de vida saudável, ativo e sem preconceitos.
A obesidade é uma condição complexa e multifatorial que precisa ser
compreendida e de apoio para uma melhor qualidade de vida do paciente que
deseja perder peso e sair da obesidade.
Agora
que descobriu esses mitos e verdades sobre a obesidade, conheça
a Calculadora de IMC do QBemQFaz!
Carla Fiorillo - Nutricionista, especialista em Adolescência pela UNIFESP e Transtornos Alimentares pelo AMBULIM/HCFMUSP. Pós graduada em Gestão em Marketing pela FAAP. Fundadora da Infonuttri, Inteligência em Nutrição.
https://qbemqfaz.com.br/saude/o-que-e-obesidade
Referências
Medical Myths: 5 common myths about obesity. Medical News Today, 2020.
Obesity. NHS, 2023.
Excesso de peso e obesidade. Ministério da Saúde, 2022.
Sobrepeso e obesidade como problemas de saúde pública. Ministério da Saúde, 2022.
Expressões da Violência Associada ao Corpo Gordo: Uma Revisão Bibliográfica Qualitativa. Revista Polis e Psique, 2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário