O estresse pode ser extremamente prejudicial para saúde física e mental dos homens, prejudicando o sistema imunológico, por exemplo
O Estresse consiste em reações físicas e mentais que
geralmente ocorrem quando estímulos externos perturbam o equilíbrio dinâmico
dos processos de funcionamento do corpo.
Nesse caso, as reações do organismo são feitas por uma rede
de sinalização especializada chamada eixo HPA (Hipotálamo-Pituitária ou
Hipófise-Adrenais) que coordena a resposta ao processo estressor.
As reações ao estresse como resposta adaptativa e a curto
prazo são saudáveis. Mas o estresse psicológico e/ou físico crônico, de baixo
nível, tão comum no mundo moderno, pode causar muitos problemas de saúde.
O estresse adaptativo, de curto prazo, ajuda a preparar o
corpo para responder a ameaças imediatas e transitórias. Este estresse leve e
intermitente, como o exercício, é saudável e promove mudanças adaptativas
positivas.
O estresse crônico, no entanto, causa respostas não
adaptativas e desregula a função do eixo HPA, o que pode contribuir para muitos
problemas de saúde, pois interrompe o ritmo circadiano, promove, inflamação e
altera o microbioma (flora intestinal).
Como
o estresse afeta a saúde do homem?
Doença
cardiovascular
Além de aumentar o risco de infarto, existe uma situação
chamada de síndrome do coração partido ou cardiomiopatia de Takotsubo, que
geralmente ocorre algumas horas após um trauma físico ou emocional grave
(embora seja mais comum em mulheres na pós-menopausa).
Distúrbios
Psiquiátricos e Neurológicos
Depressão, ansiedade, demência e doença de Alzheimer,
distúrbios do humor, bem como déficits de aprendizado e memória. As mudanças
relacionadas ao estresse podem alterar a plasticidade e a função do sistema
nervoso de maneira duradoura.
Câncer e doenças
autoimunes
O estresse pode acarretar o câncer de várias formas, principalmente através da desregulação do sistema imunológico, resultando em menor proteção contra doenças e inflamação generalizada.
Distúrbios metabólicos (obesidade, sobrepeso, resistência insulínica, diabetes tipo II)
Sob condições de estresse crônico, o apetite é regulado para
cima e os desejos por alimentos com alto teor de açúcar, alto teor de gordura e
alto teor calórico, além de aumentar a tendência ao abuso de álcool e outras
drogas. Parece que o estresse crônico pode levar à desregulação da função da
tireoide, levando a quadros de hipotireoidismo.
Outras condições de saúde podem ser desencadeadas ou
agravadas, como fadiga crônica, disfunção sexual, infertilidade, Infecções
respiratórias superiores e inferiores Síndrome do intestino irritável,
Enxaqueca, dores crônicas e Doenças autoimunes.
Que mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar o estresse?
• Terapia cognitiva comportamental
• Meditação e atenção plena
• Exercício físico moderado
• Boa higiene do sono, duração de sono suficiente e padrões
de sono consistentes
• Mantenha conexões sociais e interaja com amigos e entes
queridos com frequência, mesmo usando plataformas de mídia social para fazer
isso se as circunstâncias limitarem a interação cara a cara.
• Manter o equilíbrio hormonal: principalmente da
Testosterona, Estrógenos, Progesterona, Cortisol, DHEA, melatonina e Vitamina
D3 (Colecalciferol)
• Coma comida fresca e de verdade, como hortaliças e frutas,
carne fresca, evitando alimentos em conserva ou processados.
• Faça jejum intermitente.
• Diminua ao máximo a ingestão de tabaco, cafeína, álcool e
outras drogas.
Uso
de medicamentos
A maioria dos casos de estresse podem ser controlados com
intervenções dietéticas e de estilo de vida. Eventualmente, em casos mais
graves, quando o estresse está contribuindo para outras condições, como
ansiedade ou insônia, os medicamentos podem ser necessários para uso a curto
prazo para tratar temporariamente as condições relacionadas a ele.
É importante entender que os medicamentos não eliminam o
estresse ou as causas do estresse, mas simplesmente proporcionam alívio
temporário de alguns dos sintomas e podem causar dependência. É frequente o uso
(e abuso) de antidepressivos e ansiolíticos, betabloqueadores e sedativos.
Tratamento natural
• Vitaminas do complexo B: As deficiências de vitamina B
estão ligadas a vários distúrbios neuropsiquiátricos (principalmente B1, B3,
B6, B9 e B12).
• Vitamina C: Baixa ingestão e níveis circulantes de
vitamina C estão correlacionados com sintomas de depressão e ansiedade. O
aumento dos níveis de vitamina C por meio de suplementação demonstrou reduzir
os sintomas.
• Ômega-3: Os ácidos
graxos ômega-3, como o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahexaenóico
(DHA) encontrados no óleo de peixe, podem ajudar a prevenir e tratar o
estresse, a ansiedade e a depressão.
• L-teanina: A L-teanina, um aminoácido encontrado no chá
verde, demonstrou reduzir o estresse percebido e os marcadores fisiológicos da
resposta ao estresse.
• Peptídeos bioativos do leite (Whey protein): podem apoiar
a função neurológica saudável, melhorar o humor e promover o sono.
• Probióticos e prebióticos. Os probióticos podem diminuir a
reatividade ao estresse e a ansiedade e melhorar o humor, a memória e a
cognição.
• Fitoterápicos: ajudam a apoiar a homeostase no corpo e
podem ser usadas para aliviar a fadiga, melhorar a função cognitiva e o humor e
apoiar o sistema imunológico. Dentre elas cito: Magnólia, felodendro,
Manjericão, Ashwagandha, Erva-cidreira, Chá verde, Bacopa, açafrão (Crocus
sativus), ginseng, rhodiola e cordyceps. Cada uma tem sua indicação específica.
• Suplementos: fosfatidilserina, L-triptofano,
curcumina, 5HTP, Taurina, Magnésio, Melatonina. Eventualmente pode haver
necessidade de reposição hormonal à base de Cortisol e De-hidroepiandrosterona..
Carlos Schlischka - médico
Fonte: Infovital
Referências
Dhabhar FS. Effects of stress on immune function: the good, the bad, and the beautiful. Immunol Res. May 2014;58(2-3):193-210.
Duric V, Clayton S, Leong ML, Yuan LL. Comorbidity Factors and Brain Mechanisms Linking Chronic Stress and Systemic Illness. Neural Plast. 2016;2016:5460732.
Herman JP, McKlveen JM, Ghosal S, et al. Regulation of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenocortical Stress Response. Compr Physiol. Mar 15 2016;6(2):603-621.
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