Nenhum outro negócio tem impactado tanto nossas escolhas de compra como a assinatura. Em vendas realizadas sem intermediários, fabricantes usam plataformas de e-commerce para viabilizar a operação
O comportamento dos
consumidores, as estratégias mercadológicas e os números mostram que a
sociedade construiu uma nova relação com a indústria.
Comprar diretamente de quem
vende é o que propõe o mercado D2C, sigla para Direct to Consumer, que
traduzido para o português quer dizer direto ao consumidor.
Em um crescimento expressivo,
marcas e fabricantes de bens de consumo entraram diretamente no mercado, e não
somente por meio de intermediários.
De olho nos adeptos de um novo
tipo de comércio, a Nike impulsionou as vendas diretas ao consumidor, avançando
o faturamento em 16% no comparativo trimestral, no último ano. Suas vendas
diretas cresceram 28%, alcançando o número de US$ 4,7 bilhões, enquanto as
lojas físicas próprias cresceram 24% e atingiram o patamar pré-pandemia.
E é nesse modelo de negócios -
em que as indústrias comercializam seus produtos diretamente para o usuário -
sem a intermediação de revendas ou distribuidores, que ocorre o estreitamento
dessa relação.
Os números mostram que há uma
explosão de consumidores assinando uma variedade cada vez maior de categorias,
e mesmo num período em que o mundo começa a replicar a vida pré-pandemia, esse
movimento não mostra uma desaceleração.
A chamada economia por assinatura
cresceu quase seis vezes (mais de 435%) nos últimos nove anos, de acordo com um
estudo da Zuora, plataforma de gerenciamento de assinaturas.
Enquanto empresas já
consolidadas se esforçam para alcançar o consumidor desse jeito, outros nomes
já nasceram com essa proposta. A Sallve, marca brasileira de beleza, é D2C de
origem e vê nesse modelo diversas formas de entender o cliente.
É por meio dessa interação que
a marca vislumbra o tamanho de sua comunidade, sua conexão com o consumidor e a
forma como os produtos são recebidos, segundo Michel Brousset, sócio da
Waldencast, um dos fundos de investimento que estão por trás da Sallve.
Com embalagens descontraídas e
coloridas e fórmulas veganas, a Sallve atua apenas no e-commerce e se posiciona
como uma Digitally Native Vertical Brand (DNVB), que elimina intermediários e
investe no relacionamento com cliente.
Com seu público-alvo formado sobretudo
por millennials e jovens da Geração Z (entre 1980 e meados dos anos 2000), a
marca se reporta para cerca de 70 milhões de brasileiros.
Antes mesmo de lançar seu
primeiro produto, a Sallve se empenhou em cocriar uma comunidade – abriu uma
conta no Instagram, lançou um blog sobre cuidados com a pele, estimulou
conversas sobre o tema para, enfim, apresentar um produto, ou melhor, o que
parecia ser uma solução para aqueles que participavam daquele debate.
Segundo o Euromonitor
International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais
no mundo, com vendas da ordem de US$ 30 bilhões. As três principais tendências
apontadas para o setor são engajamento digital, posicionamentos éticos e
atributos orgânicos e naturais.
Impulsionada pelos desafios dos
últimos dois anos, a indústria brasileira vem se reinventando por meio da
digitalização, que não se restringe à produção, mas também ao posicionamento de
mercado.
Segundo o Mapa do Trabalho
Industrial 2022-2025, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o
Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas até 2025 para atender
necessidades projetadas pelas indústrias, de forma a atualizar funcionários ou
preencher as novas vagas programadas para o setor.
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/d2c-o-modelo-de-compra-que-transformou-os-habitos-do-consumidor
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