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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Apesar de aumento em 2021, Brasil ainda apresenta baixo número de doadores de sangue, alerta especialista

Em mais uma edição, o Ciclo de Palestras AMRIGS discutiu o assunto em Porto Alegre para incentivar a população a colaborar com os hemocentros

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que, até março de 2022,  foram coletadas aproximadamente 732 mil bolsas de sangue. A  Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a taxa de doadores na população seja de 1% a 3%. No Brasil foi de 1,4%, em 2021, percentual que preocupa médicos e autoridades da área. 

O número de doadores de sangue apresentou uma melhora no ano passado, em relação ao início da pandemia de COVID-19, quando os estoques sofreram redução de 10%. Em 2019, foram realizadas 3.271.824 coletas de sangue no país. Já em 2020, o número caiu para 2.958.665. No ano passado, o número subiu para 3.035.533 bolsas de sangue coletadas.

Para mostrar à população a importância da doação de sangue, a Associação Médica do Rio Grande do Sul realizou edição do seu Ciclo de Palestras sobre o tema, no auditório da Associação em Porto Alegre. 

O time de palestrantes contou com Lilian Leão Arais, médica especialista em Medicina Interna, Hematologia e Hemoterapia e o empresário gaúcho Otelio Drebes, idealizador da campanha Doar É Viver - projeto que percorre o estado incentivando a doação de sangue e já ajudou a salvar mais de 30 mil vidas, só no ano de 2021.

Segundo a médica, Lilian Arais, que abriu o evento, a pandemia, de fato, reduziu muito os estoques dos bancos de sangue, como mostram dados do Ministério da Saúde. Lilian destaca também que já se percebe uma melhora no cenário das doações, mas o número de doadores de sangue no país é ainda muito baixo.

“Durante o pico da pandemia tivemos sérios problemas em relação à doação de sangue. As pessoas estavam, de modo geral, com receio de sair de casa, de ir aos hospitais onde ficam os bancos de sangue que ficaram muito deficitários”, ressaltou.

Apesar de reconhecer uma melhora no número de doações de sangue, a palestrante alerta que o Brasil precisa melhorar o engajamento da população no tema.

“Após a vacinação, aos poucos, tem se retomado a doação de sangue, mas o Brasil ainda está muito abaixo do que recomenda a Organização Mundial de Saúde. Pelo menos 3% da população deveria fazer essa doação para que os estoques ficassem confortáveis'', destacou.

Para doar sangue, basta ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal); pesar no mínimo 50kg; estar alimentado. Além disso, a orientação é de não ingerir alimentos gordurosos antes da doação; ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas; e apresentar documento oficial de identificação com foto. Uma única doação de sangue, de 450ml, é suficiente para salvar a vida de até 4 pessoas. Além disso, essa quantidade é reposta no organismo em 1 dia.

Durante a apresentação que fechou o evento na AMRIGS, o empresário Otelio Drebes disse que a pandemia mexeu muito com ele. A partir daí, pensou que deveria fazer algo a mais pela sociedade.

“Eu precisava fazer algo diferente e usar minha experiência para ajudar. Foi daí que nasceu Doar é Viver, baseada no fato de que muitas pessoas deixam de doar sangue por desconhecer o processo. Esse ato é uma corrente de amor pela vida”, disse o empresário para uma plateia atenta.

O Ciclo de Palestras AMRIGS é uma atividade gratuita, aberta à comunidade em geral e que aborda os mais diversos temas da área da saúde preventiva.

 

Airton Lopes


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