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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Bronzeamento artificial pode elevar riscos de câncer de pele: entenda

 Prática é semelhante à exposição solar em horários inadequados. Especialista comenta chances do aparecimento da doença através da técnica

 

O bronzeamento artificial é uma saída para quem quer ter resultados semelhantes à exposição solar - ficando com a pele mais dourada - sem a preocupação de uma tonalidade avermelhada. Mas, apesar da técnica ainda ser bastante utilizada, como é o caso de diversos influenciadores digitais, que têm divulgado os resultados nas redes sociais, é importante ficar de olho quanto aos riscos do câncer de pele.  

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença ultrapassa no Brasil a marca de 185 mil novos casos todos os anos - representando cerca de 33% dos tumores malignos registrados. A prática do bronzeamento artificial pode trazer diversos efeitos nocivos à saúde, sendo semelhante à exposição solar em horários inadequados, com a presença dos raios UVA e UVB. 

Apesar de serem proibidas pela Anvisa desde 2009, as câmaras de bronzeamento ainda continuam sendo oferecidas de maneira ilegal em algumas clínicas de estética. De acordo com um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, a técnica pode aumentar em até 75% as chances do desenvolvimento de melanoma - tipo mais agressivo do câncer de pele.  

A Dra. Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, explica ainda que dentro das cabines de bronzeamento artificial há uma alta intensidade de radiação ultravioleta. "Elas podem aumentar significativamente as chances do aparecimento do câncer de pele, causar o envelhecimento precoce cutâneo e proporcionar o surgimento de lesões".

 

Como identificar o câncer de pele 

Os primeiros sinais do câncer são as alterações na pele, bastante semelhantes a pintas ou manchas escurecidas, sejam elas novas ou de nascença, que se modificam com o tempo. "Geralmente, essas alterações são percebidas pelo próprio paciente e são fundamentais para a identificação de possíveis lesões malignas. Caso algum dos sinais seja notado, é importante procurar um especialista de modo que seja possível o diagnóstico e tratamento correto", acrescenta Sheila Ferreira.

 

Tipos de câncer de pele 

De modo geral, o câncer de pele pode ser dividido em dois subtipos: o câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular), mais frequente, e o melanoma, mais raro, porém, mais agressivo. 

Carcinoma basocelular (CBC) - aparece nas células basais, que ficam na camada superior da pele. As regiões afetadas com maior frequência são: rosto, couro cabeludo, pescoço, costas e ombros. Pode se parecer com lesões não cancerígenas, como a psoríase ou eczema. É considerado o tipo mais prevalente de câncer de pele; 

Carcinoma espinocelular (CEC) - costuma se manifestar nas células escamosas, presentes na camada superior da pele. Geralmente, aparece em áreas com sinais de dano solar, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, entre outros, e tem aparência avermelhada - como se fosse uma ferida ou machucado. É o segundo tipo de câncer de pele mais comum; 

Melanoma - tipo mais raro e com maior índice de mortalidade. Possui a aparência de "pinta" ou "sinal" em tons acastanhados. Embora seja mais comum o surgimento em áreas expostas ao Sol, o melanoma pode surgir em qualquer região do corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estes casos ocorrem mais comumente em pessoas de pele negra.
 

Apesar de um diagnóstico assustador, vale lembrar que quando é descoberto precocemente, as chances de cura podem chegar a mais de 90%. 

É possível ter um bronzeado com segurança?

Sim! Segundo Sheila Ferreira, a exposição ao sol deve ser evitada das 10h às 16h, momento do dia onde a incidência solar é mais intensa. Caso não seja possível, o recomendado é utilizar bonés e chapéus de aba larga, assim como o protetor solar.  

"Para um bronzeamento saudável é necessário ainda caprichar na alimentação, colocando no cardápio frutas e vegetais ricos em betacaroteno - como é o caso da beterraba, cenoura, mamão, entre outros - manter a pele hidratada e deixá-la descansar, fazendo pausas longe do sol para reduzir o risco de queimaduras e radiação solar", finaliza.

 

Micose: como evitar a doença que se intensifica no verão
Praia, piscina ou qualquer outro ambiente aquático compartilhado sem cuidados necessários com a higienização podem causar ou agravar doenças de pele como micoses
 

Verão em todo o país e férias. Uma combinação perfeita para quem pretende tirar aqueles dias de descanso a beira mar, clube ou locais com diversões aquáticas como parques.

É nesta época em que há uma maior incidência de micose e de outras infecções provocadas por fungos e parasitas. “A micose de unha, por exemplo, é facilmente proliferada em ambientes quentes e úmidos, já que permite o acúmulo de fungos na região causando infecção. Hábitos simples, como usar tênis em dias muito quentes ou não secar direito os pés, podem contribuir para a micose se instalar.”, afirma o dermatologista Dr. Werick França. 

O especialista ressalta que essas infecções causadas por fungos podem atingir pele, unhas e cabelos e existem diferentes tipos. O verão é a estação mais propícia porque os fungos se desenvolvem especialmente nas dobras do corpo em ambientes onde prevalecem o calor e a umidade. Nessa época do ano as pessoas costumam ficar com roupa de praia molhadas por mais tempo, garantindo assim o cenário ideal para que as micoses apareçam. 

Dr. Werick traz alguns tipos de micoses consideradas comuns nessa época do ano: pitiríase vesicolor, as tineas e a candidíase: 

Pitiríase versicolor: também conhecida como micose de praia ou pano branco. É causada por fungos do gênero Malassezia e tem evolução crônica e recorrente. Acomete mais comumente adolescentes e jovens. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose. Apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas, e normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome vesicolor. O tratamento deve ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos e orais.

Tineas (tinhas): São doenças causadas por um grupo de fungos que vive à custa da queratina da pele, pelos e unhas. A tinea na pele manifesta-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescimento de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, podendo apresentar pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coçeira. Acomete as dobras principalmente: virilhas e interdígitos por exemplo.

Candidíase: É a infecção pela Candida, que pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. A Candida sp é um fungo oportunista, e dessa forma, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. Pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou podem envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), causando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada. No tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.

 

Areia de praia requer cuidado:

No caso das doenças provocadas por parasitas, o principal fator de risco é justamente andar descalço em áreas contaminadas por esses organismos. É o caso do bicho-de-pé, doença provocada pela pulga Tunga penetrans, que entra na pele e pode viver ali por semanas enquanto coloca seus ovos, já o bicho geográfico surge após o contato da pele com larvas de parasitas do gênero Ancylostoma.

 

Fique atento aos sintomas

As micoses de pele comuns costumam provocar lesões avermelhadas, coceira e eventualmente, descamações. A micose conhecida como “pano branco”, ou pitiríase versicolor, causada pelo fungo Malassezia furfur, costuma gerar lesões brancas ou castanhas no tronco (pescoço, tórax e abdome). Já a famosa frieira se apresenta com lesões descamativas e coceira entre os dedos dos pés. No caso do bicho-de-pé, a lesão costuma ser redonda com um ponto preto ao centro — o que indica a presença do inseto. Já o bicho geográfico é conhecido por marcas esbranquiçadas feitas pela movimentação das larvas embaixo da pele, gerando desenhos que lembram um mapa, que dá o nome da doença.

 

Tratamentos para micose de praia

Dessa forma, a maioria das micoses pode ser tratada com pomadas antifúngicas adquiridas nas farmácias, segundo o dermatologista. “É importante, porém, ficar atento à duração do tratamento. No caso de piora ou persistência do problema, é necessário retorno médico para reavaliação do caso. Vale o mesmo para as micoses de unha, que devem ser acompanhadas por um profissional”, afirma o dermatologista. Na suspeita de bicho-de-pé ou bicho geográfico, a recomendação é que um médico especialista ou de pronto atendimento seja procurado para avaliar as lesões e, se necessário, fazer a remoção dos parasitas por meio cirúrgico. Eventualmente, pode-se também receitar remédios de via oral. Para prevenir o surgimento da micose de praia é preciso evitar que se crie um ambiente propício à proliferação dos fungos. Para isso, tente tomar banho após sair da praia, remover as sobras de filtro solar; manter a pele sempre bem seca; evitar usar roupas úmidas por longos períodos; usar roupas confortáveis que deixem a pele respirar; evitar o acúmulo de suor e umidade excessiva em regiões como axilas, costas e virilha.

Contra as doenças provocadas pelos parasitas, o principal ponto de atenção é não andar descalço em solos que possam estar infectados, como areia por onde passaram animais domésticos (que podem contaminar o local por meio das fezes) e locais sujos ou com saneamento básico precário.

 

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