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O início de um novo ano é marcado pela cultura da
renovação e novas metas, porém, essas idealizações podem gerar ansiedade,
pressão e outras sensações angustiantes. Para dar luz a esse assunto,
psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais, criaram, em 2014, o Janeiro
Branco, que tem por finalidade convidar a sociedade para
refletir sobre as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e
emocional, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), depende do
bem-estar físico e social e o conceito vai além da ausência de doenças.
Um fator que reforça ainda mais a importância da
discussão em torno desse tema é o cenário da pandemia, que elevou o número de
brasileiros que desenvolveram doenças relacionadas à má qualidade de saúde
mental, como depressão, ansiedade, síndrome de burnout, entre
outras, ocasionadas por diversas razões: desde a incerteza da estabilidade no
trabalho, medo de contrair o coronavírus até as preocupações em conseguir
conciliar tudo ao mesmo tempo, como vida profissional e pessoal.
Além de todos os sintomas físicos da doença, uma
pesquisa do grupo de Psiquiatria do IPq-USP aponta um cenário que é uma
verdadeira “bomba-relógio” prestes a explodir. Segundo o estudo, pacientes que
tiveram Covid-19 podem ter que lidar com surtos psicóticos, ou seja, desde
mudanças de humor até crises de ansiedade. Isso porque, de acordo com o estudo,
no auge da pandemia, 30% das pessoas diagnosticadas com a doença em estado
grave entre abril e agosto apresentaram transtornos psicóticos. E o pior:
metade desses pacientes não tinha histórico anterior de transtorno mental.
Conforme dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 do IBGE,
houve um crescimento expressivo em 34,2% do número de casos de depressão em um
período de seis anos (2013-2019). A pesquisa indica que, atualmente, 16,3
milhões de brasileiros sofrem da doença, representando 10,2% da população com
mais de 18 anos.
Outro dado alarmante é que o Brasil foi apontado
pela Organização Mundial da Saúde, em 2019, como o país mais deprimido da
América Latina, com 5,8% das pessoas diagnosticadas com a doença (cerca de 12
milhões). A ansiedade é outro transtorno que afeta 9,3% dos brasileiros, em torno
de 19,4 milhões, fazendo com que o Brasil ocupe o primeiro lugar no ranking da
lista de países com pessoas mais ansiosas no mundo.
O doutor Edmundo Clairefont Dias Maia, psiquiatra
do Hospital HSANP, enfatiza que além da saúde física é importante dar atenção à
saúde mental. “Cuidar da mente é uma forma de manter o corpo saudável, uma vez
que tudo é interligado. Quando estamos estressados ou ansiosos, por exemplo, o
corpo começa a apresentar sinais, podendo desencadear diversas doenças. Para se
ter uma ideia, quando os níveis de ansiedade estão altos, o indivíduo pode
apresentar dores de cabeça, problemas digestivos, falta de concentração e
memória, insônia, entre outros sintomas”, explica o especialista.
“Por isso, é fundamental que a população se
conscientize sobre a importância de cuidar da ansiedade e depressão e não
encare como frescura. É necessário quebrar esse paradigma que muitas pessoas
ainda têm”, enfatiza doutor Edmundo.
Como ter a mente saudável?
Ainda estamos em época de pandemia, mas mesmo assim é possível realizar atividades para cuidar da mente sem precisar sair de casa, pois o distanciamento social é uma forma de prevenção. Para isso, o doutor Edmundo separou algumas dicas que podem ajudar a manter o corpo e mente saudáveis:
- Praticar exercícios físicos;
- Fazer meditação;
- Praticar a leitura;
- Se inscrever em cursos que seja do seu interesse;
- Ter uma boa noite de sono;
- Manter uma alimentação saudável;
- Reforçar os laços de amizade;
- Passar mais tempo com a família;
- Passar mais tempo com seu animal de estimação;
HSANP
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