O pão nosso de cada dia!
Eu lembro, quando ainda criança, da minha curiosidade de como os alimentos chegavam até a minha casa. Como aquilo tudo era produzido. Dentro da minha curta visão de todo o processo, não conseguia enxergar e tampouco entender o fantástico processo da produção de alimentos. Talvez essa curiosidade foi a origem de eu ter me tornado um engenheiro agrônomo.
Hoje, diante da minha profissão, acompanhando o processo produtivo de cada item que chega a minha mesa, é possível entender o longo caminho necessário para ter os alimentos disponíveis em pelo menos 3 momentos importantes do meu dia: café da manhã, almoço e jantar. Ao mesmo tempo, podemos reforçar a importância daquele que é o principal responsável para isso tudo acontecer: o produtor rural.
Podemos pensar de maneira muito simplista no processo produtivo, como sendo do campo para a mesa. Infelizmente, não funciona desta forma. Existe todo um planejamento anterior para esse alimento estar a minha disposição. Depois da decisão do que plantar, é necessário preparar o solo para receber a semente. Analisar o solo para verificar a necessidade de calcário e fertilizantes. O solo deve ter a correção do pH e ter a disponibilidade de nutrientes em quantidades suficientes e balanceadas para que as plantas possam crescer e produzir.
Uma plantação é como um filho, a preocupação é constante. O produtor rural vai dormir com a preocupação se haverá chuva suficiente para as plantas se desenvolverem. A constante preocupação com as pragas e doenças, as quais podem afetar significativamente a produção. Infelizmente, há muitas outras dores de cabeça, pois vale lembrar que cada etapa, desde a compra da semente até o momento da colheita, há um grande investimento. Qualquer descuido pode representar em grande prejuízo econômico. A lavoura é o ganha pão do produtor, mas o pão nosso de cada dia.
Por isso que quando vejo uma hortaliça no mercado, logo lembro que foram necessários pelo menos 2 meses para sua produção, o arroz e o feijão levaram de 3 a 6 meses para chegar ao meu prato. Sem esquecer que eu estou na cidade e os produtos agrícolas foram produzidos há alguns quilômetros distantes. Existe toda uma rede de profissionais que estão inseridos para que eu possa ter acesso aos alimentos.
Quando compramos uma cesta básica, cada item de sua composição representa todo um trabalho de planejamento, de produção e de comprometimento com a alimentação da população. Um ponto bastante importante e que nos toca diretamente é o preço da cesta básica no Brasil. O valor caiu em relação aos anos 70 e 80 e essa queda é decorrente de vários fatores, mas não podemos desconsiderar o aumento de produtividade como um dos principais fatores.
Foi por intermédio do uso de inovações tecnológicas que o produtor rural conseguiu retirar mais produto de uma mesma área, afetando consideravelmente o preço dos produtos, o que favoreceu as classes sociais de menor renda. Dentre essas inovações, os fertilizantes tiveram uma grande contribuição para o aumento da produtividade, como também pela qualidade nutricional dos alimentos.
Lembro daquela criança querendo entender o mundo que envolve a produção de alimentos. Atualmente, de alguma forma estou inserido neste mundo, sentindo toda a alegria de poder contribuir com a eficiência de nossa agricultura, mas com a responsabilidade da produção respeitar o social, o econômico e o ambiental.
Trago comigo
nesta nobre missão a iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV), a qual tem como
principal missão destacar e informar a respeito da relevância dos fertilizantes
para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar, colaborando com
melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e, consequentemente, com uma
melhor nutrição e saúde humana. A NPV foi estabelecida no Brasil, em 2016,
possui visão, missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients
For Life.
Valter Casarin - engenheiro agrónomo, coordenador científico da iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV)
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