O nome se refere ao estado de presença física de um
profissional no ambiente de trabalho, mas sem estar totalmente envolvido ao
mesmo. É como se seu corpo estivesse em um lugar e sua mente focada em outras
coisas, muitas vezes, sem você perceber. É preciso estar atento, pois é
comum que algumas empresas (seus gestores) tratam a questão como "corpo
mole", preguiça e falta de comprometimento e a questão pode estar além do
controle do funcionário, afirma o psicólogo e consultor em desenvolvimento
humano, Sérgio David.
Para Sérgio, nesta época de quarentena
os "sintomas" estão mais fortes e afetando
gradualmente as pessoas.
"Todo novo
evento de estresse ligado ao trabalho pode contribuir para o aumento desse
quadro. A pressão de ter de se manter focado e produtivo num cenário de
incerteza ou dentro de um modelo de home office, podem sim ocasionar o surgimento ou
agravamento de um quadro de presenteísmo. É preciso estar atento, pois é comum
que algumas empresas e gestores tratam a questão como 'corpo mole', preguiça e
falta de comprometimento e a questão pode estar além do controle do funcionário",
ressalta o especialista.
O presenteísmo, muitas vezes, é resultado da exposição do indivíduo a grandes níveis de estresse e desgaste emocional relacionados ao trabalho. Em geral, são consequência da maneira como o colaborador encarar as cobranças excessivas por resultado, mudanças constantes de cenário com alterações repentinas da rotina de trabalho e o estresse e ambientes altamente competitivos. Com resultado, é possível que a pessoa passe a apresentar grande dificuldade de se vincular ao ambiente gerador de estresse.
"É possível reconhecer o presenteísmo num colaborador
ao observar alguns sinais. Veja que não chamo de sintomas, pois o presenteísmo
não pode ser considerado uma doença, mas sim, uma sinalização de que a pessoa
pode estar adoecendo" afirma David.
A empresa pode perceber o presenteísmo quando o funcionário
começa a manifestar mais interesse no final do expediente do que em sua
atividade profissional. Isso, por vezes, provoca a incidência de erros básicos,
que antes não ocorriam, o que são outro sinal característico. Também a queda
abrupta de produtividade e a falta de engajamento com a equipe e a empresa,
observadas a partir de suas interações com outros colegas.
A pessoa que apresenta presenteísmo, pode ainda, perceber
dores musculares e de cabeça como algo que acompanha os comportamentos acima
descritos.
DICAS PARA EVITAR
ESSE COMPORTAMENTO:
De acordo com Sérgio David, a empresa
precisa estar atenta ao ritmo de trabalho imposto por sua cultura
organizacional e entender o limite de cada um. "Não é saudável que o clima
seja de estresse constante. Cabe cuidarem para não criar um clima de tensão
e/ou competição dentro de suas equipes. As pessoas trabalham melhor quando o
clima é acolhedor e de desenvolvimento", orienta.
- A companhia precisa estar atenta ao
ritmo de trabalho imposto por sua cultura organizacional ou por seus gestores
aos seus funcionários. Não é saudável que o clima seja de estresse constante;
- Cabe ao RH a promoção de ações de
qualidade e controle de estresse de forma a propiciar aos colaboradores espaços
para que os funcionários dêem vazão às tensões da rotina;
- Aos líderes, cabe cuidarem para não criar um clima de
tensão e/ou competição constantes dentro de suas equipes. As pessoas trabalham
melhor quando o clima é acolhedor e de desenvolvimento;
- Já os profissionais precisam encontrar espaços de
descanso (10 minutos de café, por exemplo) algumas vezes ao dia durante a
jornada, para se afastarem do estresse e voltarem mais produtivos;
- Também podem eleger atividades prazerosas extra trabalho
para aliviar a tensão e vivenciar momentos de prazer.
Sérgio David
- Psicólogo clínico e especialista em comportamento humano
nas empresas. Desde 2001 atuando em desenvolvimento organizacional e de
pessoas. Profissional com certificação internacional em Coaching pela Lambent
(International Coaching Community), Practitioner em Programação
Neurolinguística pela Actius. Certificado nos métodos DISC e Quantum. Consultor
especialista em diagnóstico organizacional, com ampla experiência no
desenvolvimento e condução de programas de treinamento comportamentais. Já
treinou mais de 10.000 pessoas. Especialista em desenvolvimento de líderes,
construção de equipes de alta performance e coaching de equipe. Formado em
Psicologia e pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas, pela Universidade
Mackenzie. É palestrante de temas relacionados a comportamento humano nas
empresas.
Instagram: @corporativoencena
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