Segundo o estudo, em 33% dos casos que ocorreram com meninas, essa discriminação foi pela cor ou raça; em 26% pela aparência física; em 21% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, em 15%, pela religião. Entre os meninos, 20% reportam discriminação por cor ou raça; 15% pela aparência; 9% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, 7%, pela religião.
Para Paula Chaves, assessora pedagógica do Sistema de Ensino pH, o aumento do tempo de confinamento e da exposição ao ambiente digital são fatores que podem desencadear práticas de discriminação, como o cyberbullying. “Pelo fato de não poderem sair de casa ou não conseguirem se relacionar com amigos e familiares, o lado emocional fica sobrecarregado, provocando uma sensação de cansaço que se transforma, muitas vezes, em condutas agressivas a outras pessoas, sobretudo à figura do professor”, conta.
A especialista também explica que a falsa sensação de liberdade e anonimato que o ambiente virtual traz, possibilitando o estudante mudar sua identidade e se utilizar dela para expressar algum sentimento reprimido, é outro fator que prejudica a solução do problema. “Tudo aquilo que ocorria nos pátios dos colégios e dentro das salas de aula, podendo ser resolvido naquele momento, agora se torna mais difícil de ser detectado pela dificuldade em observar o comportamento do aluno”, comenta Chaves.
Por isso que agora, em casa, a responsabilidade dos pais na educação dos filhos cresce ainda mais. Se antes, a escola passava a maior parte do tempo contribuindo para a formação integral do estudante, a quarentena equiparou essa relação. Não basta apenas acompanhar as atividades acadêmicas dos filhos, deve-se também prestar atenção nas atitudes e no aspecto emocional. “Os pais precisam criar estratégias e canais de comunicação para acompanhar e entender como seus filhos estão agindo nas redes. Além disso, essa percepção deve ser compartilhada frequentemente com os professores”, diz.
Compartilhar essas informações com os professores ajudaria as instituições de ensino, na outra ponta, aproveitar o contexto para desenvolver com a comunidade questões ligadas à inteligência emocional e à comunicação não-violenta. Praticar a escuta ativa, o autoconhecimento e a empatia são alguns dos pontos que podem ser trabalhados nas aulas. “Precisamos repensar nossa abordagem e desenvolver outros mecanismos para resolver conflitos e possibilitar ao outro a oportunidade de dizer o que sente e o que pensa”, finaliza.
Sistema de Ensino pH
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