Pesquisa mostra
que 60% da população brasileira tem procurado fazer mudanças no estilo de vida
para reduzir o impacto no meio ambiente
O estudo “Novos hábitos digitais em tempos de
covid-19”, realizado com mil pessoas, pela Sociedade Brasileira de Varejo e
Consumo (SBVC), mostrou que os brasileiros aumentaram suas compras on-line e
devem continuar com esses costumes de aquisição no pós-pandemia. De acordo com
os dados divulgados, 61% dos clientes que compram por meio digitais, fazem isso
por causa do isolamento social. Segundo a mesma fonte, 79% do consumo tem em
vista alimentos e bebidas.
A indústria varejista tem crescido muito nos
últimos tempos e a crise causada pelo novo Coronavírus tem fortalecido isso. A
pesquisa feita pela SBVC afirma que o consumidor brasileiro está mudando o
comportamento de consumo e essa pandemia tem feito as pessoas quererem comprar
mais por sites e aplicativos. Aliás, 70% dos entrevistados disseram que
pretendem continuar adquirindo produtos on-line depois que essa situação
passar. Mas será que isso tem sido de forma consciente a ponto de as pessoas
mudarem suas rotinas e desejarem um mundo mais sustentável a partir de agora?
Para o especialista em sustentabilidade, professor
da ESPM; coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS),
Marcus Nakagawa, esse período tem servido para a população rever seus hábitos,
principalmente, no que diz respeito ao consumo sustentável. “Acredito que isso
já está acontecendo. As pessoas estão ampliando um pouco mais a percepção dos
seus gastos e da relação com os resíduos. A realização de compras passou a ser
mais responsável, visto que, agora é um momento de crise, de economizar para o
que está por vir. Além disso, todos estão vendo o quanto de lixo “jogam fora” e
o quanto adquirem coisas que talvez nem precisam”, explica Nakagawa.
De acordo com um estudo da McKinsey &
Company cerca de 60% da população brasileira está fazendo mudanças no estilo de
vida para reduzir o impacto no meio ambiente como a prática diária relacionada
à realização de compras mais responsáveis, com a devida compreensão dos
impactos ambientais e sociais. Não só as pessoas, mas as empresas também estão
querendo incorporar a sustentabilidade dentro da proposta de valor de seus
negócios, segundo a mesma pesquisa McKinsey. Isso porque os indivíduos estão
cada vez mais engajados sobre os propósitos das marcas e querem se identificar
com ações que visem o meio ambiente e sociedade como um todo.
Nesse sentido, o especialista Marcus Nakagawa
também acredita que, para alcançarmos esses novos hábitos, é preciso investir
em itens que envolvam menos recursos naturais em sua produção e que facilitem o
reaproveitamento e a reciclagem. Sem esquecer-se de optar por elementos que
tenham uma “vida mais longa”, como no caso das empresas que têm se dedicado a
produzir máscaras reutilizáveis nessa época de pandemia. “Essas são apenas algumas
ações para quem deseja entrar nessa jornada mais sustentável durante e
pós-covid-19”, conclui Nakagawa.
Marcus Nakagawa - professor da ESPM;
coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS);
idealizador e conselheiro da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade,
empreendedorismo e estilo de vida. Autor dos livros: 101 Dias com Ações Mais
Sustentáveis para Mudar o Mundo e Marketing para Ambientes Disruptivos. www.marcusnakagawa.com, www.blogmarcusnakagawa.com
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