Cada vez mais
comum, o resgate de peças usadas e o consumo consciente tem se tornado
tendência entre a geração millenium
Os millennials, a primeira geração de nativos
digitais, cresceram e em breve serão a maioria no mercado de trabalho. Isso
significa que, tão rápido eles amadureçam, o mercado ganhará um novo dinamismo
e um forte senso comum, características dessa turma que nasceu após os anos
1980. Com uma tendência de condenar a busca por lucro desenfreado, os jovens
preferem levar uma vida cada vez mais sustentável, investindo em opções que vão
ao encontro de seus ideais.
Segundo um artigo recente, publicado pelo New York
Times, a mudança de hábitos dos jovens tem provocado reviravoltas no mercado,
principalmente no da moda, uma das mais agressivas ao meio ambiente. O segmento
de fast
fashion, ou seja, aquele representado pelas grandes redes e marcas
de departamento têxtil, que ofertam modelos baratos e bastante procurados, tem
despertado em consumidores inúmeros questionamentos quanto ao processo de
produção e descarte de roupas, o que resultou em uma significativa mudança de
comportamento.
Quem ganhou com essa transformação foram os
brechós, que até pouco tempo não possuíam aderência por consumidores e ainda
eram estigmatizados de forma bastante pejorativa. Agora, o slow
fashion, ou o ato de repassar peças usadas ou de segunda mão para
frente, conquistou o público e tem caído no gosto de jovens consumidores. De
todos os tipos, eles podem ser voltados para vários setores do mundo da moda,
inclusive para os de luxo, com peças exclusivas de grandes estilistas e
alfaiates.
Atentas a essa transição, as empresárias Siomara
Leite e Danielle Kono, fundadoras do Brechó Agora É Meu, rede de brechós de
luxo, adentraram no ramo confiantes com a tendência que se abre a frente.
“Abraçamos a causa por uma moda mais sustentável, que é um movimento que só
cresce. Prolongamos a vida das peças que já existem no mercado e que já foram
produzidas, ou seja, a roupa mais sustentável que se tem no mercado é a de
brechó! Por um preço mais acessível, vendemos um look completo, totalmente
alinhado à sustentabilidade têxtil”, destaca Danielle Kono, consultora de moda
e co-fundadora da marca.
A forma com que esse tipo de negócio vem se
consolidando, ganha cada vez mais visibilidade entre os consumidores,
resultando no sucesso da rede, que, com menos de dois anos, já começou a
franquear. “Independente da classe social de quem compra, é uma ótima maneira
de ter peças semi-novas e ainda cooperar com a economia e com a moda circular.
É um mercado com tanto potencial que é possível explorar e expandir às boas
práticas de sustentabilidade para todas as regiões do Brasil. Não queremos somente
vender, e sim plantar uma sementinha na cabeça de cada de que é possível se
vestir bem com peças usadas”, comenta Siomara. “Para quem está alinhado com
tais práticas, o mundo tem soado bastante promissor”, finaliza a empresária.
Brechó Agora é Meu
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