Em artigo científico publicado na Scientific
Reports, cientistas defendem consumo moderado de bebidas como café, chás e energéticos para ajuda na perda de
peso;
Nutricionista Fernanda Seiffer, da consultoria
E4, explica como incluir e dosar o consumo de cafeína na rotina alimentar para
obter o seu efeito benéfico
Um estudo inédito publicado pelo periódico Scientific
Reports (2019) traz como uma de suas principais conclusões a relação entre
o consumo moderado da cafeína e a produção da chamada “gordura marrom”, aquela
capaz de promover energia mais rapidamente, por meio da metabolização de
macronutrientes, como glicose e lipídeos. Graças a essas potencialidades, a “gordura
marrom” é capaz de ajudar no processo de perda de peso, ainda de acordo com o
estudo. Por causa dessas funcionalidades benéficas, a “gordura marrom” é
popularmente conhecida como a “gordura do bem”.
O estudo da Scientific Reports analisou
os efeitos da cafeína na “gordura marrom” em humanos. Os pesquisadores
realizaram testes com células-tronco para investigar o papel da cafeína na
ativação desse tipo de gordura. A pesquisa foi feita com voluntários saudáveis
que consumiram café instantâneo para realizar a experiência. Por meio de uma
tecnologia de imagem, foi possível analisar as funções do tecido adiposo marrom
localizado, principalmente, na região do pescoço.
Os resultados encontrados pelos pesquisadores
foram positivos, onde as células-tronco in vitro apresentaram maior atividade
metabólica, além de um aumento significativo da temperatura no pescoço dos
participantes, indicando a ação da gordura nesta região. A ativação de vias
específicas do metabolismo desse tecido adiposo ainda deve ser explicada com
mais estudos. Contudo, foi possível encontrar uma associação entre a ingestão
de cafeína e a estimulação da gordura marrom, que pode ser vantajosa na conduta
clínica de profissionais.
A Nutricionista Clínica e Funcional Fernanda
Seiffer, da E4 Consultoria, explica que a chamada “gordura do bem” é um
tipo de gordura distinta das demais gorduras do corpo. “O tecido adiposo marrom
ativa determinadas vias que potencializam o gasto energético e aceleram as
reações do metabolismo”, observa a nutricionista.
Ainda de acordo com ela, o consumo de produtos
à base de cafeína, como bebidas energéticas, café e chás, foi associado à perda
de peso, graças ao aumento do gasto de energia. A nutricionista observa,
também, que é preciso respeitar o limite de consumo máximo diário de cafeína.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS), a
Health Canada e a European Food Safety Authority (EFSA) recomendam 400 mg de
cafeína por dia. Uma lata de 250 ml de energético, por exemplo, tem, em média,
80 mg de cafeína. No entanto, para determinar a quantidade máxima de cafeína
que uma pessoa pode consumir, é preciso levar em conta fatores como peso e
metabolismo, por exemplo, entre outros”.
Referência
VELICKOVIC,
K. et al. Cafeine exposure induces browning features in adipose tissue in vitro
and in vivo. Scientific Reports, junho.
2019.
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