É mesmo possível uma recessão do mercado americano
nos próximos meses? Essa notícia se espalhou por uma série de razões. A
principal delas, é que assim como todos os países, os Estados Unidos emitem
títulos de dívidas públicas, o que significa pegar uma certa quantia,
capitalizar, usar esse dinheiro para injetar e aquecer a economia, e depois
devolver esse valor com juros. Funciona como um empréstimo pessoal.
Ocorre que os títulos americanos mais comuns têm
vencimentos para dois, dez e trinta anos. É claro que existem outros tipos, com
outros formatos e garantias, mas esses têm sido os mais comentados.
Recentemente, esses títulos com vencimento de até
dois anos tiveram a suas taxas de juros maiores do que os que têm vencimento em
dez anos. Para entender melhor, se fizer um empréstimo e pagar em um curto
período de tempo, é normal que você pague menos juros, pois quem está
emprestando o dinheiro quer estar seguro de que vai receber o valor. E o que
aconteceu foi exatamente o contrário, os títulos emitidos pelo governo
americano para vencer em curto prazo, estavam sendo negociados acima do que
aqueles com vencimento em dez anos.
Pode ser um blefe do governo, é claro. E se
tratando de Donald Trump, não é difícil que isso esteja acontecendo. Por uma
série de razões, como a questão da China, que hoje é uma das maiores detentoras
do mundo de títulos de dívida pública americana, o presidente americano pode
estar jogando um xadrez com a questão dos títulos e bancando a conta justamente
para criar um certo terror, que é o que ele costuma fazer para ter uma vantagem
econômica num cenário projetado.
Mas acontece que, historicamente, todas às vezes
que houve essa inversão na taxa de juros, o país entrou em recessão. Nos
últimos 60 anos, as grandes recessões aconteceram exatamente dessa forma.
Existe um risco? Sim. Há a possibilidade de um
blefe? Não podemos descartar. Eu, particularmente, enxergo muito mais a
estratégia de um blefe do que a questão da recessão real. Mas se isso for
realmente uma estratégia de Trump, ele teve um resultado um pouco diferente do
que se esperava. Isso por conta dos vários mercados, bolsas de valores,
começando pela de Nova York, que apresentaram uma queda considerável. Nova York
chegou a perder 3.%. Isso, no mercado financeiro, é de certa forma um indicador
de que a coisa pode não ser tão sido bem planejada.
Muitas outras razões acabaram convergindo para a
mesma situação. A crise na Argentina, a disparada do dólar na Argentina e no
Brasil. Então esse é um momento em que as pessoas devem observar.
Particularmente, eu não acredito nessa recessão. Por outros índices de mercado,
eu acredito que é mais um jogo que está sendo feito de forma estratégica e
talvez um pouco fora da mão, porque o Trump pode exagerar eventualmente ou ser
um pouco mais intenso do que precisaria ser. Mas é a forma do governo dele, que
inclusive tem movimentado a economia americana de uma forma muito positiva, e é
um mérito que deve ser reconhecido. Podem haver algumas outras falhas como em
qualquer outra governança, mas no caso da economia ele tem feito alguns tiros
que foram muito precisos, às vezes agressivo, mas preciso.
Daniel Toledo - Advogado da
Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional e
consultor de negócios, sócio fundador da Loyalty Miami. Para mais informações,
acesse: http://www.toledoeassociados.com.br
ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.
Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiami
com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário