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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Blefe ou recessão? Entenda a estratégia de Donald Trump



É mesmo possível uma recessão do mercado americano nos próximos meses? Essa notícia se espalhou por uma série de razões. A principal delas, é que assim como todos os países, os Estados Unidos emitem títulos de dívidas públicas, o que significa pegar uma certa quantia, capitalizar, usar esse dinheiro para injetar e aquecer a economia, e depois devolver esse valor com juros. Funciona como um empréstimo pessoal.

Ocorre que os títulos americanos mais comuns têm vencimentos para dois, dez e trinta anos. É claro que existem outros tipos, com outros formatos e garantias, mas esses têm sido os mais comentados.

Recentemente, esses títulos com vencimento de até dois anos tiveram a suas taxas de juros maiores do que os que têm vencimento em dez anos. Para entender melhor, se fizer um empréstimo e pagar em um curto período de tempo, é normal que você pague menos juros, pois quem está emprestando o dinheiro quer estar seguro de que vai receber o valor. E o que aconteceu foi exatamente o contrário, os títulos emitidos pelo governo americano para vencer em curto prazo, estavam sendo negociados acima do que aqueles com vencimento em dez anos.

Pode ser um blefe do governo, é claro. E se tratando de Donald Trump, não é difícil que isso esteja acontecendo. Por uma série de razões, como a questão da China, que hoje é uma das maiores detentoras do mundo de títulos de dívida pública americana, o presidente americano pode estar jogando um xadrez com a questão dos títulos e bancando a conta justamente para criar um certo terror, que é o que ele costuma fazer para ter uma vantagem econômica num cenário projetado.

Mas acontece que, historicamente, todas às vezes que houve essa inversão na taxa de juros, o país entrou em recessão. Nos últimos 60 anos, as grandes recessões aconteceram exatamente dessa forma.

Existe um risco? Sim. Há a possibilidade de um blefe? Não podemos descartar. Eu, particularmente, enxergo muito mais a estratégia de um blefe do que a questão da recessão real. Mas se isso for realmente uma estratégia de Trump, ele teve um resultado um pouco diferente do que se esperava. Isso por conta dos vários mercados, bolsas de valores, começando pela de Nova York, que apresentaram uma queda considerável. Nova York chegou a perder 3.%. Isso, no mercado financeiro, é de certa forma um indicador de que a coisa pode não ser tão sido bem planejada.

Muitas outras razões acabaram convergindo para a mesma situação. A crise na Argentina, a disparada do dólar na Argentina e no Brasil. Então esse é um momento em que as pessoas devem observar. Particularmente, eu não acredito nessa recessão. Por outros índices de mercado, eu acredito que é mais um jogo que está sendo feito de forma estratégica e talvez um pouco fora da mão, porque o Trump pode exagerar eventualmente ou ser um pouco mais intenso do que precisaria ser. Mas é a forma do governo dele, que inclusive tem movimentado a economia americana de uma forma muito positiva, e é um mérito que deve ser reconhecido. Podem haver algumas outras falhas como em qualquer outra governança, mas no caso da economia ele tem feito alguns tiros que foram muito precisos, às vezes agressivo, mas preciso.




Daniel Toledo - Advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional e consultor de negócios, sócio fundador da Loyalty Miami. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiami com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.

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