Preste bem
atenção, amigo leitor(a), que eu vou explicar quando um consumidor hiper, super
endividado é um bom e não, mau pagador.
Preste bem atenção, amigo leitor (a),
que eu vou explicar quando um consumidor hiper, super endividado é um bom e
não, mau pagador.
Na minha trajetória como Consultor
Especialista em Negociação de Dívidas, há mais de 25 anos de atividade, tenho
atendido clientes em diversas situações e estágios do endividamento.
Normalmente, aqueles que tem uma fonte
de renda mensal girando em torno de cinco, oito mil Reais, ou até na faixa de
quinze mil Reais, quando chegam neste estágio, suas dívidas somadas representam
dez, quinze até mais de 20 vezes a soma de sua renda média líquida mensal,
principalmente aqueles que tem uma renda fixa recorrente.
Podemos mencionar como exemplo um caso
recente de um consumidor que nos procurou, que recebe cerca de 14 mil Reais,
líquido, e agora está devendo quase 300 mil Reais.
Ele tem menos de 40 anos e jamais teve
seu nome negativado, estava com auto estima lá embaixo, se achando um mau
pagador. Após conhecer os detalhes de como ele chegou a esta situação procurei
minimizar sua decepção e afirmei: “Você somente chegou a este volume de
endividamento justamente porque é um bom pagador”.
O princípio do seu desequilíbrio foi a
separação do casamento e claro, também alguns excessos de gastos do dia a dia
em seu orçamento. Ele começou a utilizar o excelente crédito que sempre teve
para gerar novas dívidas, contraindo outros empréstimos, todos os meses, a fim
de completar a diferença negativa entre o que tinha para pagar e o que recebia
líquido do seu salário.
Essa bola de neve já vinha crescendo há
quase dois anos, justamente para manter o nome limpo, honrar os compromissos,
ele criou dividas para pagar dívidas.
Tem um trecho no meu livro Como
Negociar Dívidas assim:
“O simples, o óbvio raciocínio de que
as despesas acima das receitas
caracterizam o princípio do endividamento,
passa de forma oculta quando vem de encontro a sagrada
obrigação de honrar os compromissos assumidos e
manter, a todo custo, o nome limpo na
praça, elevando ainda mais a inadimplência”.
Agora, amparado adequadamente com nosso
permanente suporte, ele somente vai se recuperar a longo prazo desde que
aplique as seguintes condições:
1-Reformular seu orçamento mensal para
adequar a uma realidade compatível com a situação.
2- É comum nestas situações a
desorganização das despesas pessoais, portanto é necessária total prioridade
para reorganizar as despesas essenciais que envolvem sua subsistência pessoal e
familiar tipo: Água, luz, telefone, condomínio, aluguel ou prestação do imóvel,
iptu, educação, etc.
3-Viver em cima de um orçamento
rigorosamente sem excessos.
4-Rever todos os contratos dos
empréstimos contraídos para identificar os abusos cometidos com juros e outras
irregularidades que todos esses credores utilizam na maioria dos contratos de
financiamentos.
Desta forma, lá na frente, ele terá
condições de voltar a pagar todos os empréstimos aos credores, mas com valores
bem reduzidos em comparação aos valores atuais.
Observe com esse exemplo que tudo é uma
questão de tomar a decisão no tempo certo. Se ele tivesse esta postura há um
ano atrás, certamente seu endividamento estaria menos da metade dos valores de
hoje.
O fato é que esta situação é uma
realidade que vem acontecendo com milhões de consumidores atualmente em todo
Brasil. Enquanto eles têm crédito, continuam se endividando e elevando ainda
mais o processo de inadimplência, estão queimando a gordura com novos
empréstimos, enriquecendo o sistema financeiro, pagando juros abusivos e quanto
mais demorado for a decisão de parar e rever tudo, mais dificil e demorada será
sua recuperação financeira.
Esses consumidores precisam se
conscientizar de que ainda são privilegiados, já que tem um salário fixo mensal
e necessitam adquirir educação financeira para viver em função de um orçamento
que esteja dentro de suas condições de pagamento.
Certamente, a situação está mais
difícil para aqueles que trabalham por conta própria com renda mensal flutuante
e, pior ainda, para os 14 milhões de desempregados. Esses sim, vivem à margem
de uma realidade perversa de nossa frágil economia.
Positivamente,
Emanuel Gonçalves da Silva -
Consultor de Dívidas
Nenhum comentário:
Postar um comentário