Sexta-feira Santa e primeira noite de Pessach
caem na mesma data em 2019
Na
noite de 19 de abril,
cerca de 120 mil judeus de todo o país dão início às comemorações do Pessach, a Páscoa
Judaica, celebração que valoriza a liberdade do ser humano e que marca a
libertação do povo judeu da escravidão no Egito (que ocorreu por volta de 1300
A.C.). Apesar de seguirem calendários diferentes, judeus e cristãos vão
comemorar a Páscoa na mesma data esse ano.
O Pessach
é comemorado por oito dias, e durante esse período é proibido comer, beber ou
ter posse de qualquer alimento fermentado, substituindo-se o pão e seus
derivados por um pão ázimo e sem fermento chamado “matzá”, que relembra o
Êxodo, quando o Povo de Israel fugiu do Egito apressadamente, e não houve tempo
para o pão fermentar.
A celebração é marcada por dois jantares em dias seguidos, nos quais é
lida na “Hagadá”
(narração) a história da Páscoa Judaica, estimulando a participação das
crianças da família. Os judeus têm por mandamento narrar às futuras gerações a
libertação do Egito. Alimentos simbólicos são colocados em um prato
especial (“keará”)
em frente ao lugar do chefe da família. Ao lado deste, coloca-se uma vasilha
com água salgada para lembrar as lágrimas derramadas durante o período de
escravidão. Nessa água, devem ser molhadas todas as verduras antes de serem
levadas à boca.
Para
Luiz Kignel, presidente da Federação
Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), “a Páscoa Judaica
recorda a longa luta pela liberdade até a saída dos judeus da escravidão do
Egito há mais de 3.300 anos. Esse desafio continua vivo nos dias de hoje. Pessach representa a
mensagem judaica para o mundo: respeito ao próximo e a convivência em paz com
as diferenças. Pessach não
se limita a uma festa judaica, é um manifesto pela liberdade do cidadão”.
Conheça a simbologia dos alimentos de
Pessach:
Zeroá - Pedaço de osso de cordeiro ou galinha grelhado - simboliza o poder com que Deus tirou os judeus do Egito e recorda o carneiro pascal.
Maror – Escarola ou raiz forte - erva amarga que remete ao sofrimento dos judeus escravos no Egito.
Charosset - Mistura de nozes, canela, cravo, passas , maçã e vinho tinto- representa a argamassa com a qual os judeus trabalhavam nas construções das edificações do faraó.
Beitzá - Ovo cozido – simboliza uma lembrança do sacrifício que se oferecia em cada festividade.
Karpass – Salsão - A verdura molhada em vinagre ou água salgada remete ao difícil sabor do “Êxodo”.
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