Porém, mesmo sofrendo de um problema que nos é familiar: a
mobilidade social (um aluno pertencente às classes sociais mais baixas terá
poucas oportunidades para ascender socialmente em relação aos seus pais), o
“pulo do gato” dos alemães atualmente está na atenção dada a transição do aluno
ao mercado de trabalho.
Segundo uma pesquisa da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o nível de
desemprego entre adultos que se formaram no ensino secundário em um curso
técnico chega a apenas 4,2%. Já para jovens entre 15 e 19 anos que não estão
estudando ou trabalhando chega a 8,6%, um dos menores níveis entre os
países-membros da organização. Além disso, eles têm uma classe média forte,
com 58% da população ganhando entre € 2.400 e € 5.000, mesmo profissionais que
se formam somente no ensino secundário têm um poder de compra considerado
socialmente satisfatório, o que mantém a economia aquecida.
Investimento em pesquisa e desenvolvimento aliado a programas de
aprendizagem que auxiliem na inserção dos jovens no mercado de trabalho nos
distancia ainda mais da realidade alemã. Mas como podemos diminuir essa
distância já que a projeção de investimento nessa área não nos é promissora? Devemos
e podemos promover parcerias internacionais e incentivar o investimento da
iniciativa privada para o preparo de nossos jovens para a profissionalização.
Como professor e gestor de uma instituição de ensino, sou inquieto
e procuro sempre trazer inovações para a sala de aula. Hoje, mais do que nunca,
é fundamental buscar continuamente a troca de conhecimento entre players
internacionais e com as iniciativas globais, como a Organização das Nações
Unidas (ONU). A sala de aula mudou. Nela, temos que incentivar os alunos a
serem sedentos por conteúdos extraclasse, cases de sucesso e, principalmente,
experiências reais. Quem não se desprender da teoria, ficará estagnado em um
mercado profissional cada vez mais dinâmico.
A dimensão global do Dia Internacional da Educação, celebrado
neste dia 24 de janeiro, serve para refletirmos sobre seu real significado. Se
não podemos investir, devemos não só abrir as fronteiras para a pesquisa
científica como incentivar convites para parcerias em prol da sustentabilidade
das nações em todas as suas nuances, sejam elas de primeiro mundo ou não. Quem
sabe um dia, com muita criatividade e inspiração, chegaremos no padrão alemão.
Norman de Paula Arruda Filho - Presidente do ISAE Escola de
Negócios, conveniado à Fundação Getulio Vargas, professor do Mestrado em
Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV, e Coordenador do Comitê de
Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP).
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