Aceitar um salário menor do
que o atual pode ser inadmissível ou visto como um retrocesso na carreira, na
opinião de algumas pessoas. No entanto, de acordo com Rodrigo Vianna, CEO da
Mappit – consultoria de recrutamento especializada no recrutamento para vagas
em início de carreira, algumas vezes o salário menor pode fazer parte de uma
estratégia profissional para chegar ao cargo ou empresa almejada, portanto,
basear a decisão da escolha do trabalho somente pelo salário, pode ser a opção
errada.
“O salário é uma das
variáveis que se pondera na decisão por uma posição, talvez a mais importante
para muitos candidatos”, afirma Vianna. Entretanto, o especialista lembra que
outras questões devem ser avaliadas, como os benefícios da vaga, a vontade de
atuar em determinada organização, e/ ou o status da vaga para o currículo, para
o networking, a oportunidade de trabalhar com determinado gestor que pode ser
um expert ou um grande nome da área, e ainda, a possibilidade de uma mudança de
área para uma que seja mais atraente para o profissional.
De acordo com Vianna, em
todas as situações citadas, a aceitação do salário menor é calculada e
representa uma aposta de médio a longo prazo para atingir um patamar mais
promissor na carreira. “Por outro lado, a realidade atual do País nos apresenta
um número altíssimo de desempregados e muitas das vagas disponíveis tiveram
suas remunerações reduzidas se comparadas aos anos anteriores”, comenta. Por
isso, ele reforça ser importante se adaptar a este contexto econômico ao
negociar o salário de um novo emprego e também ao avaliar novas oportunidades
na carreira.
O especialista afirma que um
ponto negativo de aceitar um salário menor é quando o profissional faz um
movimento de downgrade, ou seja, interrompe ou tem a carreira
interrompida e precisa se recolocar rapidamente sem muito planejamento ou busca
por novas qualificações. “Nesses casos, é comum que ele acabe optando por um
emprego em que seu potencial não é exigido e que pode ser exercido por outros
profissionais menos qualificados”, comenta.
Por fim, em todo caso, antes
de aceitar uma remuneração mais baixa, espera-se que o profissional faça uma
avaliação da vaga e do seu plano de carreira. “Estes aspectos apontam uma
direção a ser seguida de maneira racional”, pontua Vianna. No entanto, ele
reforça: “existem as questões pessoais que contribuem muito para a tomada de
uma decisão como essa, como a possibilidade de estar mais tempo com a família
ou exercer atividades que melhorem a qualidade de vida, e nessa circunstância
não há certo ou errado, apenas causas e consequências”, pontua.
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