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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Aceitar um salário menor é sinônimo de desaceleração na carreira?


Aceitar um salário menor do que o atual pode ser inadmissível ou visto como um retrocesso na carreira, na opinião de algumas pessoas. No entanto, de acordo com Rodrigo Vianna, CEO da Mappit – consultoria de recrutamento especializada no recrutamento para vagas em início de carreira, algumas vezes o salário menor pode fazer parte de uma estratégia profissional para chegar ao cargo ou empresa almejada, portanto, basear a decisão da escolha do trabalho somente pelo salário, pode ser a opção errada.

“O salário é uma das variáveis que se pondera na decisão por uma posição, talvez a mais importante para muitos candidatos”, afirma Vianna. Entretanto, o especialista lembra que outras questões devem ser avaliadas, como os benefícios da vaga, a vontade de atuar em determinada organização, e/ ou o status da vaga para o currículo, para o networking, a oportunidade de trabalhar com determinado gestor que pode ser um expert ou um grande nome da área, e ainda, a possibilidade de uma mudança de área  para uma que seja mais atraente para o profissional.

De acordo com Vianna, em todas as situações citadas, a aceitação do salário menor é calculada e representa uma aposta de médio a longo prazo para atingir um patamar mais promissor na carreira. “Por outro lado, a realidade atual do País nos apresenta um número altíssimo de desempregados e muitas das vagas disponíveis tiveram suas remunerações reduzidas se comparadas aos anos anteriores”, comenta. Por isso, ele reforça ser importante se adaptar a este contexto econômico ao negociar o salário de um novo emprego e também ao avaliar novas oportunidades na carreira.

O especialista afirma que um ponto negativo de aceitar um salário menor é quando o profissional faz um movimento de downgrade, ou seja, interrompe ou tem a carreira interrompida e precisa se recolocar rapidamente sem muito planejamento ou busca por novas qualificações. “Nesses casos, é comum que ele acabe optando por um emprego em que seu potencial não é exigido e que pode ser exercido por outros profissionais menos qualificados”, comenta.

Por fim, em todo caso, antes de aceitar uma remuneração mais baixa, espera-se que o profissional faça uma avaliação da vaga e do seu plano de carreira. “Estes aspectos apontam uma direção a ser seguida de maneira racional”, pontua Vianna. No entanto, ele reforça: “existem as questões pessoais que contribuem muito para a tomada de uma decisão como essa, como a possibilidade de estar mais tempo com a família ou exercer atividades que melhorem a qualidade de vida, e nessa circunstância não há certo ou errado, apenas causas e consequências”, pontua.



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