Especialista do Hospital CEMA explica o que é
a doença, quais os avanços no controle da enfermidade e como prevenir
A retinopatia ocorre em pacientes portadores de diabetes, principalmente aqueles que apresentam a doença há muito tempo ou sofrem com um quadro crônico de descompensação de glicemia. Na retinopatia, o desequilíbrio glicêmico leva a alterações na rede vascular da retina (tecido neurológico que cobre a parte interna do olho), tornando-a incapaz de exercer sua principal função: transformar estímulos luminosos em impulsos elétricos, para que o cérebro interprete essas imagens. Uma das consequências mais graves é a cegueira irreversível.
"Normalmente, é uma doença silenciosa. Os sintomas ocorrem quando afetam a região central, causando baixa acuidade visual progressiva. Em estágios avançados, há presença de manchas ou escurecimento súbito da visão, secundários à hemorragia e o descolamento tracional da retina", explica o médico do CEMA.
A injeção intravítrea de antiangiogênicos funciona da seguinte forma: uma medicação de antiangiogênicos é aplicada diretamente no vítreo, que fica localizado na parte interna e posterior do olho, em contato direto com a retina. Os antiangiogênicos inibem a formação de novos vasos, ajudam ainda na regressão do quadro, além de melhorar o desequilíbrio gerado pela diabetes na circulação retiniana. O procedimento dura poucos minutos, não dói e raramente traz complicações. Além desse tratamento, é possível administrar injeções de anti-inflamatórios, fotocoagulação a laser (para casos avançados) e a vitrectomia, uma cirurgia indicada para casos nos quais o paciente apresenta hemorragia vítrea (sangue na estrutura gelatinosa que fica em contato com a retina), descolamento de retina e alguns outros casos específicos. "Consiste no uso de instrumentos e aparelhos específicos para remoção do sangue do gel vítreo e das trações geradas pelo tecido cicatrizado. A ideia é restaurar ao máximo a anatomia dessas estruturas", detalha o especialista.
Todos esses procedimentos são indicados de acordo com o caso e a evolução da doença. A melhor forma de prevenir a retinopatia diabética é fazer o controle dos índices glicêmicos, com acompanhamento multidisciplinar, e exames oftalmológicos de rotina, principalmente os que avaliam o fundo do olho. Nos últimos dez anos, o Brasil apresentou crescimento de 61,8% dos casos de diabetes, atingindo 8,9% da população, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Estimativas da Organização Mundial de Saúde apontam que cerca de 422 milhões de pessoas no mundo vivam com a doença, sendo que metade delas nem sabe que tem o problema. A Federação Internacional de Diabetes estima que, em 2040, a cada 10 adultos, 1 será diabético.
Instituto CEMA
www.cemahospital.com.br
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